Daniel Campos

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Encontrados 217 textos. Exibindo página 17 de 22.

Clave de sol

São dois amores
Tão conturbados
Tão exacerbados
Bifurcados
Em desencontros
Que se encontram
Lado a lado
Em uma mesma nota
De uma só nota
O aço e o pinho
O marfim e o jacarandá
O doce (sopro) e a flauta
E um jeito todo musical de amar
Dois amores
Duas almas
Dois mistérios
E um mesmo corpo
Numa afinação
Numa harmonia
Numa cantoria
De silêncio e som
E entre orquestras em sinfonia...
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Clito e posídon

Mulher Atlantis
Mulher de Atlântida
Quebra as pedras
Do meu chão
E atiça minha imaginação
Com suas lendas
Proibidas
E me encilha em uma ilha
Nos vestígios da sua civilização
Perdida
Como uma oferenda
Aos náufragos da ilusão.

Deixa-me ser teu Posidon
E seja a minha Clito
E vamos nos amar
Pela terra pelo mar
Em muralhas
E fossos
Ah! Mulher aqüífera
De carne e osso...
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Closet

Dentro de um quadro
Um falso espelho
Ela olha
Como quem olha e não diz
Nem segredos
Nem medos
Nem se é possível ser feliz.

Entre olhares
Se angustia
Se refugia
Se guia
Como quem se esconde
Com olhos de onde
Onde estou?

Nessas idas e vindas
Olhares ocupam espaços iguais
A vida se desequilibra
A realidade desaparece
E o mundo se esquece
De tentar esquecer
Gestos tão surreais.


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Coisas da saudade

Entristece
Como quem faz uma prece
E sabe que deus
É o deus do adeus
Das sinagogas
E dos breus.
Somos solitários
De além mar
Onde pescadores
Vivem as dores
De se separar.

Fenece
Diante da prece
Ao deus
Que divide caminhos
E sorri das despedidas
Porque ele
Se divorciou da vida
Para ficar sozinho.

Esquece
Diante da prece
Ao deus
Que sente ciúme
E fica mal humorado...
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Cólera e morfina

A mulher que me habita
Tem olhos de passas ao rum
Um decote geométrico
E linhas saídas de uma prancheta...

A mulher que me habita
Está nos versos de um poema
Está nas dobras de um lençol
Está num copo que vê a tarde cair...

A mulher que me habita
É mais do que uma lembrança
Ela sabe que mora em mim
E me possui como bem quer...

A mulher que me habita
É uma invasão permitida
Prevista
E quiçá propositada......
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Colheita

Sua presença me acolhe
Semeia crença
Em minha alma jardineira
E colhe
Uma fé imensa
E altaneira
Que cura a doença
Da insígnia solidão
Que sutura
A maligna ilusão
Que nos devora
E apavora
O coração.

Presença de mãe
Derrota
Ofensa e mágoas
Multiplica os pães
Do amor
E brota
O trigo em cor
No deserto e no mangue
E aos anjos voa
E abençoa a água...
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Coliseu

Quem um dia desaparece
Quem um dia some no ar
É porque um dia se esquece
Ou porque não tem nada mais a dar.

Um dia, as faltas serão percebidas
Um dia, o perdão cansará de existir
Um dia, as desculpas ficarão ainda mais frias.

Um dia, depois de tantos, irá falar de despedidas
Um dia, os sonhos cansados irão dormir
Um dia, irá notar que existem outros
Outros dias.

Quem um dia abandona
Quem um dia cria pretextos...
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Colombina

O céu quase azul
Sem nuvens
Sem vento.
A rua quase vazia
Sem blocos
Sem confetes.
A folia quase triste
Sem lança-perfume
Sem fantasias
Sem máscaras.
A paquera quase só
Sem carnaval
Sem gritos
Sem alegrias.
Você quase colombina
Com saltos
Com quartas-feiras
Com sonhos
De cinzas.


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Colombina dançarina bailarina

A dançarina
Tem passos
E sonhos
Mais reais
Que a bailarina
E uma tristeza
A menos
Do que a colombina.
Mas só a dançarina
Já dançou como bailarina
E se vestiu
De colombina
Para além do carnaval.
A dançarina
Já sonhou
Bailarina
Já chorou
Colombina
Diante de uma crise
Conjugal.


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Comboio coração

Lá vem o comboio
Do coração
Vem pela cidade
Das pedras
Trilhando
Trilhos
Em faíscas
Elétricas
Mordiscando
A ilusão
Que rasteja
Aos nossos pés.

Ôo saudade
Que chega
E apeia
Ao revés
Da própria
Vontade.
São reis e rainhas
E são cavaleiros
E são donzelas
Disputadas em duelo
E são conselheiros
E são bobos e bruxos
Da corte
E são plebeus...
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