Daniel Campos

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Encontrados 217 textos. Exibindo página 14 de 22.

Carretel de maranhão

Está cada vez mais longe o dia
Da gente se encontrar
O calendário anda ao contrário
Quando se vê encurralado
Ameaçado
De se acabar
Antes do fim.
Antes do fim
Eu risquei dias sem lhe ver
E apaguei
Quando vi que riscava
O dia de amanhã
Eu programei o despertador
E o alarme disparou
Ontem.
Ontem
Eu acordei anteontem
Pensando que era futuro
Futuro do passado
E mais uma vez
Nós dois...
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Carta de inverno

Se eu, minha querida,
Soubesse que você pegaria o último vôo
Do inverno
Com destino ao que não lhe destina
Eu jamais teria a deixado
Partir...
Mas eu não sabia
Soube disso dias atrás
Quando me dei conta
De que o inverno acabou
Que a primavera não veio
Por uma razão ainda não conhecida...
Ai, é tão frio pensar
Que o verão é só o ardume
De uma estrela de 4,5 bilhão de anos
E você, toda dona de si,
Nem me avisou...
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Carta de Pero Vaz de Caminha

Nobre rei de Portugal
Escrevo-te esta carta
Para dizer e bendizer:
A mulher recém descoberta
É terra pura
Virgem e fértil,
Todos seus sonhos
Nascem, brotam, vingam
Pelo seu corpo
Abençoado
Por deus
E todos os santos.

Eu, capitão-mor da frota
Descobri-lhe
Desbravei-lhe
Gritei alto do alto do convés:
Amor à vista,
Eis aqui o súdito
De vossa alteza

Depois de voltear as Canárias...
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Cartas náuticas

Caminhar
Como marcha
Sem ordem
Com ritmo
Caminhar
Como sina
Sem saber
Onde acabar
Os passos
Caminhar
Com pés descalços
Com choro no colo
Com risos já ridos
Com certa loucura
Com contentamento
Com todo prazer
Com ritmo íntimo
Como sina inacabada
Como segredo já dito
Como amor de amores guardado
Com passos involuntários
Com mãos na continência do adeus
Com promessas adiadas...
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Castelos de areia

O corpo molhado
Os pés descobertos
A areia fina
A areia branca
A areia dos castelos
Ensolarados.

Dos braços suspensos
D?uma brisa mansa
A lua se perde no mar
O sol se afoga no mar
O vento se deita no mar.

No sabor das ondas
O corpo corta o mar
E a pele sangra
O sol e a lua
Amantes
Que o vento separa
E atira na imensidão azul.

O sol se prende nos corais
Enquanto a lua ganha pontas...
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Castigo

Me pego
Sentado
Calado
Tentando escrever
Você
Lhe amo
Lhe chamo
Lhe apanho
Lhe clamo
Me dano.


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Casulo nº 2

Quando vier
Com suas idéias tortas
Com voz de vencida
Com olhos de sem-sonho
Mesmo achando o contrário
Mesmo não admitindo
Mesmo não crendo em mim
Eu falarei o que sinto
Porque de tanto lhe sentir
Acabei um pouco você


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Censores

Abra seus olhos
Deixa a vida passar por ai
Não é mais permitido o amor
Foi censurada a poesia
Vem, abra seus olhos, me alivia
Por favor
Por favor, me filma
Se não quiser me ouvir falar de dor
Deixa-me entrar em seus olhos
E brincar com sua fantasia
Porque a vida proibiu os sonhos
E as asas da louca
Da rua de cima
Sumiram no vento
Deixa, por favor, morar em seus olhos
Tristonhos
Prometo...
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Cerne do afeto

Por detrás
Das rosas
Por detrás
Dos versos
E de todas as prosas
Por detrás
Da saudade
E dos caminhos dispersos
Há do verbo haver
Há de muito querer
Há de se ter
O cerne do afeto.
Lá, nesse mundo intermitente, os abraços são demais
Lá, nesse mundo interiorano, os desejos são demais
Lá, nesse mundo inter-tropical, os sonhos são demais
Pra um só coração.

Ah! O cerne do afeto
O encontro
Das polaridades...
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Comentários (1)

Céu da boca

Nas profundezas
Do céu profundo
Da boca da criatura amada
Caminham as estrelas
Da indelicadeza,
Estrelas banidas
E foragidas
Que andam despidas
Tidas
Como condenadas
A se exilar
E brilhar
Longe do mundo
Do sol
Longe dos desejos
De mercúrio
Longe da estrada
Do antúrio
Longe dos beijos
Do rouxinol
E tudo porque
À luz de um fado
As estrelas em buquê...
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