Daniel Campos

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31/01/2016 - Tom precisa voltar

Tom Jobim precisa voltar. É necessário tratar com urgência urgentíssima o processo reencarnatório do maestro. A nossa música carece do Antônio Brasileiro para não morrer pobre, vulgar e desacreditada. Falta o piano, a flauta, o violão dando o tom para outros seguirem seu Wave, seu caminho. Tom precisa voltar para salvar a Mata Atlântica, a Bossa Nova, a MPB, a juventude... E em razão da necessidade extrema, é fundamental que Tom já nasça grande com notas, partituras e letras-poema. Ah, e se não for pedir demais, que Vinícius de Moraes o acompanhe para reeditar o casamento perfeito entre poesia e melodia. Eu quero mais Jobim, mais Vinícius, mais disso que é bom. Aumenta o som, com as bênçãos de Drummond, volta Tom. Volta para o nosso meio, para o seio da fina flor da música brasileira que sem seu maestro chora perdida, luto por uma vida inteira. O Tom de Ipanema, o Tom de Mangueira, o Tom carioca da gema, o Tom Arpoador, o Tom das Águas de Março, o Tom do Samba do Avião, o Tom do compasso, o Tom do Amor, do Sorriso e da Flor precisa voltar, Eu Sei Que Vou Te Amar, eu sei que vou esperar sua volta pelo resto dos meus dias, a porta está aberta, o piano que nas suas mãos nos dá gosto está posto e há por todo o Jardim das Rosas, de Sonho e Medo, uma esperança de te (re)ver o quanto mais cedo.


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29/01/2016 - Te amo assim, assim

Eu não queria que você soubesse, mas eu te amo. Não conta para ninguém, por favor, porque eu tenho vergonha e medo que não dê certo. Eu não sei lidar com o amor, mas clamo por ele toda hora. Ai, e agora, queria tanto que desse em algo bom. Pode ser maluquice, mas já escuto o som, já vejo a cor, já sinto a textura do amor. Ai, meu deus, pelos cupidos de Orfeu, que loucura. Que sentimento é esse que vem e a gente não segura. Parece que todo dia é primavera, que a cada pulsação inauguramos uma nova era, que o mundo gira em torno dessa espera, espera que tudo isso valha à pena. Eu já dei de escrever poema, querer filme de ficar agarradinho, fazer comidinhas que combinem com velas e estender meus olhos pela janela buscando rever o amor, que chegou sem avisar, sem pedir licença, sem se desculpar ou perguntar se eu queria mesmo sua presença em mim. Foi chegando e se instalando e me dominando de um jeito que eu fiquei sem jeito de dizer não. E agora, entre a paixão e o amor, eu não sei mais o que fazer. É só me entregar, é só me render, é só me querer ao seu lado. E que o futuro seja mais que o passado, porque até ontem não havia você e agora hoje está tão presente como buquê na mão da noiva, como mel no corpo da abelha, como centelha na estrela, como uivo na boca do lobo, como lótus no lodo. Você chegou e colou em mim e ficou e se alastrou como erva-daninha no jardim, como fogo de querubim. Eu não quero que nada disso tenha fim, embora eu não te conheça eu já sei de você tin tin por tin tin. Que tudo saia do preto e branco, desse sépia, desse descorado e seja carmim. Eu não queria que você soubesse, mas eu te amo assim, assim... ...
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27/12/2015 - Tudo evolui

A rua parece ser a mesma, mas é diferente e a cada vez que passo por ela. E não falo diferente no sentido de pequenos detalhes, mas no conjunto que compõe a rua. A cada vez que volto a uma mesma rua sou tomado por novas emoções, sensações, descobertas. Aprendi a jamais considerar que conheço essa ou aquela rua. Eu não conheço nada do hoje. Posso ter algum conhecimento sobre o passado, sobre as ruas que já percorri, mas não sei absolutamente nada em relação às ruas pelas quais eu passo agora. Por isso, não crio expectativa, tampouco me encho de segurança para pisar aqui ou ali. Cada passo é novo. É imprescindível ter a consciência de que nada é como já foi um dia. Tudo muda. Tudo se transforma. Tudo evolui, de uma forma ou de outra....
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28/11/2015 - Território mulher

Vou abrir picada pelo seu corpo. Adentrar em seus labirintos. Revirar suas marés. Deitar-me em seu chão. Alagar-me em seus olhos. Ver de perto suas florescências. Lamber os seus perfumes. Beber das suas nascentes. Dormir em suas ramas. Acolher-me em seus favos. Pendurar-me em suas copas. Prender-me em suas raízes. Ir pelos seus vales. Pular dos seus chapadões. Descansar na sua lagoa. Tingir-me nos seus jardins. Dependurar-me nas suas costelas. Afagar-me nas suas folhagens. Tocar o seu céu e devorar as suas sete luas.


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23/11/2015 - Trivialidades

Não posso dizer que eu um dia hei de te querer como quero agora. Não ouso confessar hoje ou em outro dia que meu amor por você é mais puro que o da virgem maria. Se não me falha a memória, nossa história fala por nós. Só vemos os pontos do bordado da vida, mas é no arremate que damos os nós. Não, não fala do que não conhece. Amor que é amor não se esquece. Tudo o que só somos, somos juntos. Nossas partes formam com arte o nosso conjunto. E se meu coração é um pilão, a todo segundo quebra um grão de paixão. E paixão que foi liberta ninguém prende. E do amor dado não se arrepende. ...
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10/11/2015 - Terra nova

Toda vez que piso o chão caminho por uma terra nova. Meus pés nunca sabem onde estão. Caminho por lugares que ontem pareciam iguais ao de hoje, mas só pareciam, tudo ilusão. A vida é só uma projeção dos nossos sonhos, das nossas lutas, das nossas expectativas. A experiência é cativa de todos nós e o aprendizado uma constante. Delirante quem não vier com a minha opinião de que cada passo é novo nesse solo gigante e minúsculo ao mesmo instante. Cante, pois os pássaros já cantam há tempos. Jogue-se ao vento pois não há barqueiro melhor nesse oceano flutuante chamado ar. Toda vez que amasso essa terra peço licença e perdão, pois são pés de quem erra, pés que buscam novas estradas. Terra nova é o que diz a trova do violão que compõe a minha jornada. É bom olhar para trás e ver que os rastros desta existência estão mais leves diretamente ligados ao peso da penitência. É a ciência de seguir com o que construir, nada mais, nada menos do que sua construção. Tijolos de razão, tijolos de emoção. Como joão-de-barro vou catando o que há em minhas trilhas por milhas e milhas. Assim faço minha casa, meu curso, meu coração.


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05/11/2015 - Tão nós

Galinha e milho. Queijo e goiabada. Ovo e ninho. Passos e estrada. Cobra e veneno. Grande e pequeno. Céu e nuvem. Caça e caçador. Ferro e ferrugem. Espinho e flor. Cama e lençol. Fá e sol. Amor e perdão. Sim e não. Chuva e sementeira. Algodão e linho. Pau e fogueira. Corda e pinho. Manga e fiapo. Remendo e trapo. Angola e Luanda. Trem e trilho. Coreto e banda. Mãe e filho. Fome e jabuticaba. Mágica e abracadabra. Arroz e feijão. Óleo e fritura. Amor e paixão. Fé e cura. Mina e água. Passado e mágoa. Cachorro e osso. Beijo e arrepio. Cheiro e pescoço. Solidão e vazio. Achados e perdidos. Apertos e gemidos. Pele e coração. Voz e violão. Verde e rosa. Ponteiro e hora. Poesia e prosa. Ontem e agora. Sal e açúcar. Fronte e nuca. Porta e janela. Parede e rede. Tesouro e sentinela. Fome e sede. Delírio e realidade. Certeza e saudade. Retrato e lembrança. Onda e mar. Roda e criança. Pregos e tear. Rato e queijo. Sonho e desejo. Mãos e anéis. Telas e pincéis. Encantos e olhos. Seriedade e meninice. Saias e suspensórios. Ciúmes e tolices. Promessas e enxovais. Futuristas e ancestrais. Bobos e apaixonados. Distantes e perto. Juntos e separados. Chão e teto. Verso e rima. Metades e obra-prima. Disco e som. Noite e lua. Boca e batom. Minha e tua. Que e porquê. Eu e você.


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27/10/2015 - Tateando-me

Tateia meus músculos. Tonteia em meus soluços. Tropeça em minhas linhas. Toma as minhas vinhas. Caia no meu colo. Que tenha intenção, enfim, que tenha dolo. Zanza em meus labirintos. Tateia minha alma e eu lhe sinto. Incendia minha calma. Decola de asa delta das minhas costas. Sirva o meu coração em postas. Apedreje. Troveje. Enseje um pouco mais do mais que eu sou, do mais que eu dou. Escolha se ficou ou se vou. Abra as minhas cortinas. Clareje as minhas retinas. Leia os meus sinais. Cheia seja a minha lua lilás. Durma em minhas retrancas. E que as peças do nosso quebra-cabeça sejam tantas. Que haja conversa entre nossos átomos de Marte e de Vênus. Que haja arte no nosso encontro e que o nosso reencontro nunca seja de menos. Apedreje os meus medos. Verdeje os meus arvoredos. Peleje com meus segredos. Pesque minhas intenções. Que tenha dolo. Que tenha colo. Que tenha sim sem senões. Que tudo clareie. Que tudo incendeie. Que tudo volteie. Que tudo tateie em seus pulsos. Que tudo tonteie aos seus impulsos.


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13/10/2015 - Tristeza a um

Triste é não viver a dois o que não dá para ser vivido a um. É ser sozinho aos olhos de todos, mas estar intimamente ligado em todos os momentos a outro alguém. E esse alguém passa sabe se lá onde sozinho ou com outro alguém. É ligar para você mesmo para contar as novidades. É se olhar no espelho e ver a imagem da pessoa que você ama se misturando as linhas do seu rosto. É colocar dois pratos à mesa, conversar com o vazio, fazer os gostos de quem não está ao seu lado e deitar só num lado da cama de casal, respeitando o espaço ocupado pelo corpo amado e desejado que não está mais ali. Triste é dar boa noite à paixão e acabar beijando a solidão.


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17/07/2015 - Tempos difíceis

Suco de limão galego não se acha mais. Linguiça caipira tá em falta no açougue. Canudo de doce de leite caseiro onde é que tem? Costelinha de leitoa pururuca onde eu encontro meu bem? Bacon defumado em cima do fogão a lenha nunca mais. Onde é que há um pé de manga espada para gente se lambuzar? Goiabinha do campo acabou quando o campo queimou. Doce de mamão verde faltou no prato quando se cortou o mamoeiro para criar gado. Leite já não sai do ubre da vaca, mas da caixinha. Já tem feijoada sem feijão. Tá difícil comer “do bão”.


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