Daniel Campos

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Encontrados 200 textos. Exibindo página 18 de 20.

03/07/2011 - Mulher dos ventos

Apaixonante é a mulher dos ventos. Quem observa sua continentalidade, sua maritimidade, sua latitude, sua altitude e amplitude térmica, sabe do que estou falando. Sua natureza é propícia ao vento, basta ver sua linha do litoral delineando o horizonte mesclado. Ela é extremamente sensível a esse fenômeno. Pudera, é o vento em carne e osso. Não me espanta o fato dela ter como ascendente algum signo ligado ao ar, isto é, ao ar em movimento. Essa mulher é como um dínamo vivo, fazendo o vento bailar sobre si mesma. ...
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02/10/2011 - Mulher e pássaro

A mulher é pássaro que voa longe. Seus cabelos são como nuvens, que passam por nós. Suas costas vão roçando o horizonte e sua boca bebendo sol comendo lua. Quando ela abre suas asas ninguém sabe onde vai parar. Vem e vai ao vento, varrendo céu, cruzando mar. Rompe plantações, porteiras fechadas e estações. Voa molhada de chuva e de prazer. Voa azul turquesa, lilás, amarela, vermelha e negra ao anoitecer. Faz pouso nas estrelas e nas gaiolas do seu absoluto querer.

No alto do salto de um sapato alto ou de um sobressalto, a mulher faz seu vôo. Um vôo cego de intenções, de aflições, de orações. Um vôo em que deixa para trás o tempo fugaz, os olhos do rapaz, os amores surreais, as paixões carnais, as desilusões fatais. Precisa de leveza de alma para voar. Não pode levar sobrepesos de expectativas ou de solidões contigo. Precisa se desligar de seu umbigo e se entregar ao infinito como se o nada fosse o seu único e mais bonito abrigo. ...
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08/02/2012 - Mulher flor

Certas palavras da criatura amada são capazes de desenhar orquídeas no ar, bem como impregnar o perfume dessas flores no vento. A boca dessa mulher é como uma crônica-buquê, com palavras florescendo entre pétalas e espinhos. São versos rosas, tulipas de prosas e um palavreado digno de jardins europeus. Há um lirismo de lírios pelos seus atos. São lábios tecidos pelo melhor da safra do algodão. É um palavreado miúdo, possível, envolvente. Sentidos dóceis como as flores do campo.

A mulher amada é flor que se atiça, imaginação que se inebria, amante que entrega seu pólen ao ser que ama. O tempo dessa mulher é tão incerto quão o tempo da germinação de um amor. Um tempo ausente, mas sempre presente, que se alastra como erva daninha e nos enche de surpresa. As cores se dissipam, os formatos mudam, o cheiro se recria ainda mais intenso e vibrante....
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09/10/2010 - Mulher geopolítica

A mulher amada nasce entre a estação das flores e a estação do trem, numa das pétalas da rosa dos ventos da imaginação. Para alcançá-la é necessário passar por desertos, por campos de hortênsias e por terras desabitadas e cosmopolitas. A mulher amada é de uma natureza opressora. Chega a ser covarde tamanha sua opulência perante as outras criaturas. Há seiva por toda parte. Em poucos corpos é possível se deparar com harmonia tão evidente entre misticismo e ciência, cultura e vida selvagem.
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14/05/2010 - Mulher imaginativa

Preciso falar com ela, tocá-la, saber se é real. Não sei se a encontrei em sonho ou em algum paralelo imaginário do globo terrestre, campestre, agreste. Como cabra da peste, quero sossegá-la, trazê-la para a realidade. Por hora, tudo é vazio, frio e saudade. Não sei em que cidade procurá-la. Só sei que preciso achá-la, tocá-la, provar para mim que ela existe para além do olhar triste que deixou cair pelo caminho. Sigo a sua procura por montes claros e escuros, inseguro e sozinho. Que tal, amor meu, ilusão minha, uma taça de vinho, um segredo hebreu, um beijo de rinha. ...
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27/01/2011 - Mulher jardim

Pare e olhe à rua, à mulher que passa levando consigo uma saia florida. Passa levando um jardim tatuado no corpo. O mundo enlouquece e louco anuncia uma primavera na qual padece a falta da flor. Muitos querem cheirá-la, apanhá-la, despetalá-la entre o romantismo e o casuísmo contido nos amores à primeira vista e nas paixões de florista.

Olhe lá vem descendo a mulher vestida com pétalas, sépalas, póles e folhas e Eva. Traz em suas pernas, ternas sementes de desejo e doçura. Flor do sexo, botão de beijo, cálice de perfume e cor. Como são macias as pernas da mulher à qual o catavento assovia mesmo sem vento. ...
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05/01/2011 - Mulher Jerusalém

Jerusalém é uma cidade com vida própria, ou melhor, uma mulher que ganhou vida. Uma mulher que coloca aos seus pés as três principais religiões monoteístas do mundo. Uma mulher que faz com que homens sintam-se as próprias reencarnações de São João Batista. Uma mulher que deixa qualquer um, crente ou não, atônico diante de sua beleza, da sua religiosidade, da sua tensão política. Uma mulher que é alvo de milagres e que faz pecar.

Jerusalém é a mulher velha, com quatro mil anos de história, com limites e muralhas, da época do Rei David. Pelas entranhas dessa mulher, a via-crucis, o muro das lamentações, o jardim das oliveiras, o santo sepulcro. Mas Jerusalém é também nova, mais moderna e laica. Uma mulher com bares e jovens e música eletrônica. Uma cidade alto-astral. Mulher alta, 750 metros acima do nível do mar, perto do paraíso. Mulher de baixa umidade, purgatório e inferno. ...
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06/07/2011 - Mulher melódica

Milímetro a milímetro, um novo pedaço de mulher desponta à medida que o silêncio é quebrado por suspiros, sussurros e gemidos. Violinos e pianos vão despindo-a a cada nota. É um desbravamento rítmico e totalmente melódico que vai absorvendo seus tons vivos e pastéis, seu equilíbrio, sua suavidade. Ora ela se mostra em meio ao som do vento ora em uma algazarra de gaivotas. Ela tem faces de bossa, feições de valsa, expressões de jazz, variações de blues, manhas de bolero e um chorinho sincopado.
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11/09/2011 - Mulher paisagem

Olhos coloridos como chita. Destinos trançados como vime. Boca de cumbuca. Sentimentos artesanais. Mulher dos vilarejos, dos beijos naturais. Suas costas são como falésias, desafiadoras, solitárias e assassinas. Mulher de olhares chuvosos, alma forte e corpo sinuoso. Tem um bafo úmido de calor, como se estivesse em febre constante. Mas, pelos seus cabelos, reina um vento noroeste que tem efeito de refresco de caju com três pedras de gelo.

Mulher das aventuras e do sossego. Mulher do agito, do grito, da paquera. Mulher de um quê bonito e de um querer de fera. Mulher da natureza, da franqueza, da era das águas. Mulher da contemplação, da solidão, das mágoas. Mulher das provas, das trovas, das covas. Mulher, lua alaranjada, nua de suas anáguas, subindo por entre o lilás e o azul escuro da noite. Mulher do açoite, do coiote, do trote. Mulher das ruelas e da areia fofa, sem endereço e sem luz elétrica. Mulher sagrada e cética. ...
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13/12/2009 - Mulher perturbadora

Difícil dormir tranqüilo sabendo que você está aqui. Aqui tão perto com esse seu jeito de olhar e ser olhada. Sua presença é perturbadora. Desejada, mas quase inconveniente. O fato de você estar aqui me faz perder o rumo das coisas. De tanto me preocupar com você, chego a ficar ausente de mim. Nada mais me importa senão você. Perco o apetite, divorcio-me do sono e das coisas rotineiras.

Tudo dentro e fora de mim sofre alteração com sua presença. Da respiração aos pensamentos nada mais é como antes de você chegar. Você me provoca catalisando o metabolismo das minhas energias. Você me apavora, devolve-me o medo dos tempos de criança. Aliás, perto de você meu mundo é infantil, recheado de brincadeiras e imaginação. Quando você chega, da minha alma às minhas vísceras tudo se desconstrói e rói....
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