Daniel Campos

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Encontrados 372 textos. Exibindo página 5 de 38.

14/11/2015 - Amor sem estepe

Coloca sua chave no meu contato. Liga-me. Dê a partida. Roda-me. Coloca-me em movimento. Seja meu combustível. Abasteça-me de desejo. Acelera-me. Jamais me freia, me breca ou me segura seja com os pés ou com a mão. Abra as minhas janelas. Leva-me pelas suas estradas. Faça-me conhecer seus caminhos. Tenha prazer em me dirigir, guiar, pilotar, conduzir. Leva-me deixando eu te levar. Afivela o cinto amarrando-se em mim. Ajeita-se no meu couro. Veja-se nos meus espelhos. Abuse da minha suspensão. Tira o máximo desse motor chamado coração que é feito de explosão. Limpe minhas velas. Corrija a minha cambagem. Recarregue minha bateria. Deixa a minha correia dentada te morder. Beijos aditivos são bem aceitos. E muito cuidado porque no nosso amor não há estepe.


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08/11/2015 - Ao lado do seu namorado

Olha pro meu lado, chama-me de seu namorado e se for capaz esqueça-se do meu passado. Beija meu ser, toma-me de assalto, completa em mim o seu ato, deseja o meu querer, morda meu corpo e me dê seu sopro criador. Acasala-me nas suas casas, deixando-me ser o seu botão. Pelo amor que tem, imagina-se na minha imaginação. Pensa no que você pode fazer dentro da minha cabeça, sem medo de qualquer sentença. Voa livre pelos meus pensamentos fazendo seus arranjos, ora me fazendo seu demônio ora seu arcanjo. Toca a minha vida como quem toca boiada, abrindo suas picadas em meu íntimo e achando a saída do meu labirinto. Eu não minto, me borda e eu pinto você sem pincéis, mas com buquês. Coloca em mim os seus bebês e trama pela minha cama seu romance além de todo e qualquer alcance. Olha pro meu lado, chama-me de seu namorado, consorte de sua rainha, e conspira com a minha morte para o meu final ser feliz. ...
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07/11/2015 - A parte pode ser o todo

Se o rio encher, transborda. Se o olho crescer, vira olho-gordo. Se a banana viçar demais, empedra. Se o ciúme passar dos limites, sufoca. Se a música se alongar, cansa. Se o doce passar do ponto, açucara. Se o medo ganhar asas, vira pânico. Se o choro for além, alaga a alma. Se colocar muito limão, azeda. Se a cruz dobrar, não se pode carregar. Se abusar do ouro, passa-se de chique à brega. Se o sono for mais que o bastante, a vida passa. Se fritar um minuto a mais, queima. Se mais pensar do que escrever, perde o poema. Se a poda for severa, mata. Tudo nesta vida tem a sua conta, a sua medida, a sua receita. O segredo está em sabermos a hora exata de parar isso ou aquilo para que fiquemos com o melhor de cada coisa, de cada pessoa. Nem sempre mais é o melhor. Precisamos saber dosar para que a nossa insaciedade não ponha a perder o perfeito está. Se o sabiá tivesse três asas ou dois bicos não iria voar ou cantar melhor ou mais bonito do que já canta. Encanta-se com o fato de que a parte pode ser o todo, eis a arte.


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15/10/2015 - Agulhada certeira

Foi como se o samba de Beth Carvalho, Martinho da Vila, Clara Nunes, Nelson Cavaquinho, Alcione, Zeca Pagodinho, Clementina e Arlindo Cruz me levasse para as festas de final de ano na casa dos meus pais. Meu pai era quem mandava no aparelho de som escolhendo sempre uma trilha sonora capaz de animar com poesia. Não podia faltar a árvore de natal, o presépio, a leitoa e um bom samba. Esse batuque de hoje me levou de volta ao passado e em direção ao futuro, pois as festas se aproximam. Entre o ontem e o amanhã, a falta. Muitos dos que dançavam, comiam e se alegravam naquele terreiro do samba já não estão mais entre nós neste plano físico. Como os aparelhos de som do meu pai, os mais velhos foram dando lugar aos mais novos. E bate uma saudade da vitrola. Que o diga meu pai que está sempre às voltas com os vinis. As agulhas da máquina de costura de minha mãe, as agulhas das vitrolas de meu pai. As agulhas que tiram som dos tecidos e dos sulcos dos LPs. Agulhas mágicas aos olhos da criança que fui; Criança que sou. Como o samba de raiz, se agulhas cavassem um pouco do nosso coração vamos achar as raízes daqueles que amamos. A árvore pode estar longe, mas as raízes nos alcançam, nos tocam, nos envolvem. A árvore pode não estar mais lá, mas as raízes continuam vivas. E como numa agulhada certeira foi como se o samba de Paulinho da Viola, João Nogueira, Jorge Aragão, Chico Buarque, Jovelina, Simone e Cartola cutucasse meu coração e expusesse essas raízes de um tempo cheio de matizes. Sentimento em carne viva. Pelas raízes do meu samba, seiva corrente de amor e saudade. Chora cuíca, balança pandeiro, arrepia cavaquinho...


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12/10/2015 - Ao passo de Yucatã

A corte de Yucatã
Coloca-se a postos
Com indumentárias
Para todos os gostos
E sai entre a manhã
E a noite à conjunção
Do sol e da lua
Forças do ministro
Do astral superior
E com a irradiação
Lá se vai toda dor
Todo cansaço
E vem um abraço
Interior
O ontem e o amanhã
No mesmo laço
Num só passo
Povo de Yucatã


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08/10/2015 - Adiantos

Amarra o seu sonho no meu sonho. Juntas as suas coisas as minhas. Faça-me rei no seu ventre de rainha. Toma meu corpo como se fosse seu cálice. Sorria na minha boca e nos meus braços se faça louca. Monta no seu cavalo azul e me encontre para um duo. Dedilha minhas cordas vocais tirando saudade da minha garganta. Entorta o meu destino para o seu lado. Leva minhas cruzes para o seu terreno mais amaldiçoado. Conceda-me seus encantos deixando-me subir pelos seus mantos. Atrasa as minhas horas para os seus adiantos. Suba em meus ombros tentando nos ver, juntos ou não, no horizonte. Beija a minha fronte e cruza os meus montes. Eleva suas fantasias até onde lampeja e troveja o sentimento, e me chama de poesia. ...
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07/10/2015 - Alegre-se

Vamos vibrar pelo bem. Vamos rir e, sorrir e gargalhar também. Nada de cair no pessimismo. Se for para chorar que seja de alegria ou de boa saudade. E vamos agradecer por poder viver a felicidade de cada dia. Uma felicidade que está em coisas tão cotidianas e simples que nem nos damos conta. Vamos ser gratos por podermos estar seguindo em frente. Olha quantos já ficaram para trás. Olha quantos já ficaram sem a chance que você ainda tem – de realizar seus sonhos. Olha quantos queria estar no seu lugar. Por maior a dificuldades, observemos a realidade – estamos vivos. Estamos vivos. Estamos vivos. E isso não é pouco. Vivos nós podemos escolher se vamos nos encontrar ou achar motivos para ser feliz ou vamos nos perder. Vivos nós podemos fazer nossos caminhos, ter prazer com as flores e aprender com os espinhos. Vivos nós podemos ser diferentes do que fomos ontem e estarmos cada vez mais perto do que sonhamos para nós um dia. Por isso eu repito, vamos vibrar pelo bem. Nada de desistir. Vivos nós vamos em frente e a realização um dia vem, mas a paixão vem todo dia. Pois é apaixonante viver quando se descobre nas microscópicas ações a alegria.


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30/09/2015 - A correnteza da vida

Quando vier a correnteza, segura firme nas margens daquilo que você acredita ou então feche os olhos e se deixe levar pela vontade do tempo em toda sua grandeza. Alguns chamam de destino esse menino levado que vem e quebra nossa expectativa, muda nossos planos da noite pro dia e nos livra ora da alegria ora da tristeza. Não planeje demais. Não veleje pra trás. Não engesse a sua vida, pois ela pode se quebrar. A beleza está no movimento das coisas. O segredo está em não ter medo do sentimento que sacode, que implode, que explode a todo tempo. A vida é o balanço, é a mudança, é a oscilação. Nada é como antes nem será agora como depois. Não se prenda. Há sempre uma fenda a lhe transpor para outro lugar. Tudo muda sutil ou bruscamente dentro e fora da gente a cada fração de segundo. Você é só um barco, um barco só, no oceano do mundo. E o mundo não teto nem fundo. Entrega-se. Não nega todo o amor que há no profundo do seu ser que pode vir à tona se o seu chão firme ceder. Não existe amor proibido existe apenas amor não vivido. Pode haver um tremor a qualquer momento misturando o que você guarda no sótão e no porão do seu coração. E se essa mistura acontecer você vai se dispor a viver ou vai se entregar a dor do não? ...
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14/09/2015 - As filhas de dona Sinhá

Seu Sinhô coloca o chapéu no peito quando as meninas de dona Sinhá passam pela rua em respeito a sua mãe que foi ter com as estrelas. Paixão antiga daquelas de tirar faísca de pedra, de apostar coração numa roleta, de montar burro xucro em noite de trovoada. Daquelas três meninas nenhuma era filha dele, mas ele tinha respeito como se fosse. Dona Sinhá deu de um tudo para seu Sinhô menos uma vida nova que ele pudesse ver crescer. Como castigo pelo que nem sabe, viu a mulher que amava ir para não voltar e as filhas dela com outros tomando corpo e o mesmo gênio ruim da mãe. Como pecador que não toma jeito, mas respeita tudo quanto é santo, seu Sinhô tira o chapéu pras meninas passarem perfumadas pelas lembranças de dona Sinhá.


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31/08/2015 - Anjos e banjos

Pelo amor de todos os anjos
Eu estou aqui aos seus pés
Doando-lhe as minhas asas
Para você poder voar alto,
Fazendo uma nova estrada,
Em busca do que já é seu...

Pelo ardor de todos os banjos
Eu, no auge da paixão e da fé,
Deixo o meu coração em brasa
Pra você pisar com seu salto
E não se preocupe, amada,
Não doerá mais do que já doeu...


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