Daniel Campos

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Encontrados 372 textos. Exibindo página 6 de 38.

26/08/2015 - Amor sem-vergonha

Por tudo o que é mais sagrado não faça do nosso amor o seu pecado. Nem sempre uma maçã mordida pode ser considerada comida. Larga de inocência, pois não existe segredo quando tudo é praticado aos olhos da nossa própria consciência. Até onde vai a sua querência? Um terço de reza ou um quarto de carne? Morro ou mato por esse amor sem-vergonha que ronrona pelo que quer não se deixando saber até onde dá pé? Que o nosso destino seja o que Deus quiser ou o que o primeiro demônio lhe der em troca de mim que ando bobo com cara de querubim.


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25/08/2015 - Arca turquesa

Os soldados vasculharam tudo não deixando corpo sobre corpo em busca do coração azul. Do sul ao norte foram tombando homens e tomando mulheres de assalto como no mar-alto da paixão. A carne foi secando de prazer e de qualquer outro querer quando o peito se revelava sem a arca turquesa. E foram declaradas guerras e devastadas terras em nome de um procura que não se encerra com a loucura dos homens que matam por uma lenda. E pela história sangrenta o coração magenta não escapa pela fenda.


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19/08/2015 - Atreva-se e viva!

Nenhum de nós sobrará para contar o que fomos e ainda somos. O mundo se abrirá e nos engolirá de uma só vez. Não existirá mais talvez, apenas a certeza de que tudo acabou. Seremos extintos pela nossa incompreensão. A partir do momento em que deixamos de ser humanos quebramos as regras do jogo. Até mesmo aqueles que já foram pássaro, pedra e árvore serão tragados pelo fim. Nada restará por inteiro. E mais dia menos dia até mesmo nossos pedaços de nós mesmos desaparecerão. Nossos rastros se apagarão. A natureza poderá voltar a reinar sem maiores interferências. E toda ciência de nada adiantará. Uns ainda se guiarão pela fé rumo a outros mundos, mas a maioria sucumbirá à escuridão. E quem acenderá as velas? Olha, olha do tudo a janela, pois daqui a pouco poderá não existir mais mundo a ser visto, cheirado, ouvido, quisto. Atreva-se e viva!


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29/07/2015 - Abraçaredo

Eu sei que vou lhe abraçar com todos os meus braços eu vou lhe enrolar em minha pele fazendo de nós um só casulo. E lhe envolvendo e querendo eu vou nos imortalizar num fóssil coração num tempo pra lá de bom. Vou, eu vou, vou lhe apertar em segredo e sufocar seus medos num abraçaredo. Eu sei que vou gostar, amar e me apaixonar a cada novo abraço. Vou abraçar suas pernas, sua cintura, seu pescoço, seus seios, seu dorso, seus fins, começos e meios. Eu vou abraçar seus tornozelos, seus joelhos, seus cabelos. Vou mergulhar com todos os meus braços em busca de seus abraços feitos de traços imaginários e concretos, mais que perfeitos, ao melhor do seu jeito, sentindo-me abraçado, amado e eleito.


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26/07/2015 - Além de mim

Faça o que me faltou coragem. Vá mais adiante do que eu tentei ir. Jogue-se onde eu fiquei por medo. Não olhe para trás porque o passado, eu sei bem, é só passado como eu também. Fuja dos seus receios. Supere você mesmo, pois somos nosso principal obstáculo. Avance pensando apenas no avanço. Transforme seus temores e suas dores em combustível para seguir em frente, para mudar, para não ficar onde está. Construa pontes que levem cada vez mais para você. Pois o que importa disso tudo é o que você sente. E o presente nada mais é do que você se projetando ao futuro. Seja seguro e vai como eu não fui e, finalmente, seja o que eu não sou. Se eu sou seu espelho, quebra-o.


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13/07/2015 - Ardente

Toma meu corpo de assalto, furta meus prazeres e rouba meus quereres pra sua vida. Enrosca-se nas minhas tantas despedidas que se acumulam por meus meandros. Entra com sua roupa de bailarina no meu escafandro. E diz que me ama sem dizer nada. Eu sou da mulher amada e isso é incontestável. Vou como poeta do imponderável coração. E a minha canção já é cantada por sua língua. Beija, beija, beija até dar íngua. Meus pulsos febris e nossos corações se doando como que passando em funis. São tantos amores pelos brasis, pelos braseiros, pelos brasões dos sentimentos que são balões ao vento. Agarra-me por inteiro. Atarraca-me como se eu fosse o seu prisioneiro. Amarra-me como rede por entre os coqueiros dos seus olhos que vergam para mim. Não nega que mesmo indo de encontro ao fim queremos tanto o começo quanto o recomeço. Amor de entrega não se nega e nem tem preço. Eu sou o endereço do seu desejo, da sua vontade. Vem e num beijo me invade por completo. Não tenho chão nem teto só o querer que me arde.


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02/07/2015 - Até quando o tempo quiser

Hoje, bateu saudade. Saudade de tudo o que deixamos de viver. Saudade das janelas que deixamos de abrir e das portas que nos esquecemos de fechar. Hoje, saudade bateu no fundo do meu corpo sem fundo. Faltou mar, sobrou embarcação. Ficaram tantas coisas desarrumadas. As cordas do violão ainda balbuciam seu nome quando o vento bate. As bandeiras dos nossos destinos queimaram em tantas fogueiras e o que restou? Mágica. Milagre. Amor. O que sobrou dessa tempestade senão a saudade. E como muitas cidades destruídas e perdidas como são belas e fortes as nossas ruínas. Nossas histórias ainda são meninas correndo para lá e pra cá em busca de sabe-se lá o que. Eu queria tanto, mas, no entanto, rendo-me ao porquê. E assim, até quando o tempo quiser vai ser.


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29/06/2015 - As maçãs-do-amor de Sinhazinha

Sinhazinha se arrumou toda pra se sentar na pracinha esperando alguém que lhe desse uma maçã-do-amor. Mas na pracinha não tinha macieira e nem era tempo de fogueira. Mesmo assim ela esperou, ela esperou, ela esperou e dançou com o tempo que seus olhos caramelizou. Sinhazinha não estava grávida, mas ardia numa vontade parideira que faz a desejosa subir e descer ladeira dia após dia até matar as lombrigas que brigam e fazem intriga e desdém em torno da fome do que não se tem. Passaram fulanos, ciclanos, beltranos sem que ninguém oferecesse maçã alguma à salivação crescente da sinhazinha que estava acostumada a viver sozinha. Passaram-se horas até que a menina chora e um tal moleque, longe de ser pivete, aproximou-se e enxugou aquelas lágrimas com um beijo certeiro daqueles que desmancham o coração por inteiro. Sinhazinha ficou pasma, faltou-lhe o ar como numa crise de asma, e suas maçãs do rosto ficaram coradas, avermelhadas como as maçãs-do-amor que ela tanto queria e pedia. Coisas da poesia.


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24/06/2015 - Amor de lua

Eu não vivo mais sem conversar com a lua. É toda noite falando de amor, de tempo e de destino. Seja na casa, na rua, no carro, seja lá onde for conversar com a lua é necessidade e prazer. Infinito e particular querer. A noite que move as marés, que faz brotar a semente, que cresce os cabelos e arrepia nossos pelos é minha dama de companhia, mais que isso, minha chama, minha poesia. Sou do povo da lua, que anda não só com a cabeça, mas com os pés e a boca na lua. Sou do signo lua, do elemento estrela. Tenho ciúme e fico uma fera com Jorge que cavalga noite e dia por aquelas crateras. Eu noivo com a lua, eu flerto com a lua, eu me enlouqueço com o eclipse lunar. Já na minguante eu fico a lamentar pela falta da outra parte. Como será a lua de Marte? Como se mostra a lua de Saturno? Eu sou noturno porque sou da lua e sem mais cerimônias eu a quero nua. E quando a lua menstrua, reafirmando sua natureza mulher, estrelas se espalham pela imensidão como lava na escuridão. Eu escrevo à lua. Eu poetizo da lua. Eu friso a cada palavra meu apaixonamento à mulher que flutua. ...
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19/06/2015 - Ao sol do mar

Coloca o chapéu, seu moço, e vai ver o sol brotar na areia. Tira o véu, dona mocinha, e vamos ver o céu que se incendeia. Não se esqueça dos óculos escuros, mas se esquecer, por favor, fecha os olhos e mergulha fundo no sentimento ao seu redor. Não freia em direção ao mundo que clareia. Serpenteia pelo amor que nos rodeia. Caia na teia do vento e busque nas nuvens o seu alento. Deixa a onda do mar se quebrar nas suas costas. E faça com que seu desejo seja servido em postas. E ao fim de tudo, cego, mudo ou surdo de paixão, diz que gosta de suar e se molhar no corpo da ilusão.


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