Daniel Campos

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Encontrados 101 textos. Exibindo página 7 de 11.

Tardiamente cedo

O amor nunca é tardio
Há sempre alguém esperando por esse amor
Tardia é a espera
A espera que nunca se finda
Ver dias entardecidos
Passando de forma lenta
Como se nunca acabassem
Dias que entardecem
Na sombra de um corpo
Que vê outra sombra
E não outro corpo.
Tardio é o sorriso cheio de promessas
Promessas que são juradas
Pela própria boca
Tardia é a felicidade
O sonho e a saudade
Amantes tardios...
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Tarô

Jogue os búzios sobre a mesa
Como se deitasse ali
E fala para as linhas da sua mão
Dizerem-me baixinho
Um pouco da tua bruxaria.
Deixa eu lhe ver
Na bola de cristal ou na borra de café
Fala-me seu signo e suas ascendências
Conta-me seu último sonho
E sua primeira vontade
Só não vale me roubar nas cartas.


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Tear

Um vestido barrado
Num degrade azul
Mancha-a de abstrata
São alças cruas
São costas nuas
Num mesmo batom
Guardando o meu corpo
Suado no seu tom
Sobre-tom.

Sem amarras
Em minhas barras
Sua mão
Faminta
Com fome
Me borda
Me pinta
E roça o tecido
Nos teares
Dos meus olhares.


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Telhado

Os lápis que pintaram seus olhos no último inverno
Adormecem aos pés dos espelhos que você escondeu
Lá no fundo de um armário embutido
Lá onde um poema escrito a próprio punho
Se enrosca nas alças de um vestido
Que subiu no mais alto telhado
Só para se deitar
Na penteadeira de uma lua tão crescente
Quão penitente...
Lá a brisa não era de mar
Mas de um lago
Que naquela noite de cobertas
Não precisou de botos, sereias ou vitórias-régias...
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Tema de novela

Quem lhe deixou
Sair às ruas
Em outras bocas
Como se fosse
Tema de novela,
Como se fosse
Uma nova lenda
De cinderela.
Quem lhe deixou
Sair às ruas
Com ares
De donzela
E olhares
De janela
Defronte ao mar.

Quem lhe deixou
Sair às ruas?
Não fui eu
Nem foi você
Foi o mundo
Que se apaixonou
E lhe chamou
Para passar
E você
Não soube negar.


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Tempo

Tempo, diga-me quem é?
Diga-me quem ou o quê se esconde atrás desse nome: tempo!
Quem é você?
Vamos, diga-me!
Quem é você que muda a cada momento?
Quem é você que se alonga e some no horizonte?
Quem é você que dói e faz doer a coisa amada?
Você que queima as pontes
Você que abre e fecha estradas
Você que nos faz eternos penitentes
Não! Não me diga que é inocente.
Quantos sonhos já morreram em você?
Quantos?
Vamos, diga-me!...
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Tempo das valsas

Ninguém agüenta mais
O compasso dessa hora
Podia ir embora
Junto com o mau-tempo
E desfazer
O último momento
Que ainda nos resta:
Essa hora.

Hora feita e refeita
Em promessas partidas
Em fases descabidas
De uma mesma espera
Que já não suporta
Mais se alongar
Se esticar
E se multiplicar
A ponto de segurar o tempo
E o fazer andar para trás
Em rodopios de valsa.


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Tempo esquartejado

Ah! Essa solidão que me devora
Tem gente batendo lá fora
E eu tenho medo
De sair deste portão
Que divide futuro e passado
Num tempo esquartejado
Cansado de mim

Quero correr
Não tenho pernas
Quero voar
Mas não sei esquecer
Que amar
É o encontro de duas lanternas
Na noite escura
Obscura de mim

Vem, vem que estou a lhe chamar
Como canário chama o seu bem
Cantando a estralar...
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Temporais

Que olhos os teus
Que amanhecem
E entardecem
Sem procurar
Pelas criaturas
Anoitecidas de ateus.

Criaturas
Que andam e desandam
Por aí por lá por aqui
A falar dos teus olhos
Amanhecidos
Entardecidos
No mesmo tom
Tom de verão.

Que olhos os teus
Que fazem dos meus
Duas criaturas
Anoitecidas de adeus.


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Temporalidade

Faça o meu tempo
Da maneira que quiser
E sem maiores complicações
Seguirei pelos subúrbios da imaginação
Esconderei sem que consiga achar
Os teus achados
Os meus perdidos.

Faça o meu tempo
Que eu cuido dos teus lugares
Do teu espaço
Do teu cio
Das tuas feridas
Não se importe com minhas histórias
Elas continuam depois que passares.


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