Daniel Campos

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Encontrados 142 textos. Exibindo página 11 de 15.

Enfermaria

Tira
Tira de si todo o peso que colocaste
Tira o que lhe sufoca
O que não dá mais para suportar
Tira
Sem medo
Sem medo
Sem medo
Tira
Cante, beije, dance
Como há tempos não faz
Tira e não pense
Em nada
Em nada
Em nada
Tira
E se deixe a sós com você
Nada mais que você
Que você
Tira
Toda angústia
Toda promessa
Todo orgulho
Tira e deixe sobre mim
Sem cerimônia ou vergonha...
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Enseada

O corpo molhado
Os pés descobertos
A areia fina e branca
Ensolarados
Os braços suspensos
A brisa mansa
A lua se perde no mar
O sol se afoga no mar
O vento se deita no mar
E no sabor das ondas
O corpo deixar do mar
E pela pele escorre
Sol e lua
Que o vento separa
Em uma imensidão azul
E as sereias
E as sombrinhas
E os cavalos-marinhos
E as ariranhas
Acomodam-se
Em ondas castanhas...
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Entardeceu

Nas lentes
De uma câmera
No fundo
De um copo
No revés
De um quadro
Ficaram
Tantas tardes
Que eu tentei
Esquecer.

Tardes
Que caminhavam
Tarde.
Tardes
Que sorriam
Tarde.
Tardes
Que se gostavam
Tarde.

E entardeceu
À tarde
Que tardou
O alarde
Do que ficou
Você e eu.


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Entre o céu e o mar

Por todo o céu
Não cabê-la,
A estrela
Definha
E equilibra
Suas pontas
Ainda tontas
Em uma linha
De néon
Que algum querubim
Esqueceu de guardar,
E assim
Meio amarrada,
Meio dependurada,
Ela desce
Se esquece
Enrosca
Suas pernas
Quase se enforca
E ama
E grita
E cai
Do infinito
Num ar tão bonito
E ao acordar
Vê-se nas bordas de uma praia
Sob os olhares de inveja...
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Entre o sol e o mar

Sou do tempo
Em que os românticos
Falavam a língua dos jobins
Amar era bossa
E uma bossa nova
O amor, o sorriso e a flor
Era um lema
E tudo mais
Era uma saudade que chegava
Num barquinho
Feito de papel poema
Deslizando
Entre o sol e o mar
Aliás,
Amar era um ato ensolarado
As meninas tinham corpo dourado
Andavam de bicicleta
E o lobo mau flertava
Uma chapeuzinho de maio.
...
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Enxame

Quantas semanas
Vão levar os dias
Onde fui e vivi
De fotografias
Que não existiam
Tantos os momentos
Passados ou não
Que eu prendi
Em porta-retratos
Da imaginação
Dias que me trancavam
Em meu próprio corpo
Num total desprazer
Dias de tantas semanas
Onde os meus olhos
Não iam além
Das suas imagens
Perdidas em meu pensamento.


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Equações

E se forem quatro os sóis
Quantas serão as nuvens
Submersas no ar.

Mares, mares, mares, mares
Piratas sem fantasias
Navegantes de sal.

As nossas vidas
São quatro esquinas partidas
Que se cruzam e nunca se dão.

E são tantas as taças quebradas
De drinques flambados
No sabor de quatro chamas.

São quatro os profetas
Que andam sem amuletos
Numa profecia que fica para depois.

Se forem quatro os sóis...
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Era de aquarius

O sol cruza o equador
E em seus olhos
Pupila um rosáceo
Em seus lábios
As bolhas
De um beijador
Vão manchando
Em seu batom
No seu colo
Uma legião
De acarás
Vão levantando
Suas bandeiras
E nas suas costas
Um tuburão-de-cauda-vermelha
Vai ganhando o seu mar
Enquanto um peixe-japonês
Entrega-se ao xadrez
De sua saia
E os néons
Vão se perdendo e se achando
Nos seus cabelos...
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Eroscentrismo

Quero que todos sumam
Desapareçam no olho de vidro de um furacão
Pirata da perna de pau
Não importa nome, sobrenome
Parentesco
Primeiro, segundo, terceiro grau
O que vale é o inferno dantesco
Que some
De nossas vidas

Não é necessário haver despedidas
Basta que sumam mundos
E fundos em segundos
Basta que os cordões umbilicais
E artificiais
Sejam cortados
E no mais
Que o passado
Dessa gente que desde já deve se fazer ausente...
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Esclerose

Quando eu falar o que sinto
O que desejo
E o que um dia quis
Irá compreender
Que meus olhares
Não foram em vão
Porque só é vã
A vida que não se sabe
E nós vivemos de forma intensa
O que fingíamos não saber.




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