Daniel Campos

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Encontrados 217 textos. Exibindo página 19 de 22.

Cores da escravidão

Negros, negros, negros
Somos todos negros
Negros, todos somos
Brancos de tão negros
Negros de tão brancos
Brancos negros brancos
Negros brancos negros.

Nega negro o cotidiano
E com medo corre negro
E com medo morre negro
Nas ruas da senzala ao léu
Num lamento mudo
Aos arranhas céus.

Brancos negros dos guetos
Humilhados por sonetos
Escondem o samba
Negro da macumba da favela
Não pode tocar seu berimbau...
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13/03/2015 - Corp'oco

Dorme
Deslumbrante e bela
Deixa seu semblante
Estampado no travesseiro
E some
Pelas frestas da janela
Atrás do seu corpo inteiro
Que brinca com os astros
Que se perde em apostas
Embaralhando os fatos
Blefando que ainda gosta
De quem já não ama
Ou ama?

Dorme
Itinerante e donzela
Deixando seu amante
Com fome
E deveras sentinela
Das suas divagações
Dos seus caprichos...
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Comentários (1)

Corpo de chuva

Ausente
E tão ausente
De gritos
Gemidos
Sussurros
Meu corpo
Se entrega
À chuva
Que cai
Feito faca
E escorre
Feito sangue
Por todo meu corpo
Que ora é de pedra
Ora é de papel.

Meu corpo
Resiste
E se devasta
Numa entrega bruta
Onde a chuva
O possui
Com olhos de tempestade
E o exorciza
Com olhos de saudade.


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06/07/2014 - Corpo de ferro

O corpo de ferro
Feito na forja das dores
Da vida que não nos poupa
De nada nem de ninguém

O corpo de ferro
Riscado, amassado, cansado
Do peso que suporta
Range de prazer, de sofrer

O corpo de ferro
Sente os efeitos do tempo
Deixa-se comer pela maresia
E a alma exposta, escapa


Comentários (1)

Corpo fechado

Rapidamente
Vá se vestir
E pedir
Proteção
Aos orixás
E mesmo
Que não vá
Venha
Para eu desejar
Que não volte.

Que não volte
Sem me trazer
A qualquer custo
O meu pedido
De lhe ter
Tão logo
Lhe esquecer.


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Corpo Negro

Passos tortos e solitários
Tentam se enganar
No medo e na vontade do encontro
Desespero, surpresa, sábado...

O corpo negro debruçado ao chão
O corpo negro e mais nada
Não guarda a calma dos que dormem
Apenas o silêncio dos que não dizem adeus...

O dia se faz negro mesmo azul
A mão não desliza em seu rosto como antes
O corpo estático e frio
A vida em movimento se perde na lembrança
Estampada num borrão negro na paisagem......
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Corpus christi

Uma imagem
Que não se imagina mais
Uma tatuagem
Que o tempo não desfaz
Uma miragem
Que já não se delira demais
Uma bobagem
Que me roubara a paz
Uma paisagem
Que ficara pra trás
Uma linguagem
Carente de ais.


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Corre

Corre
Corre sem direção
Corre na contramão
Corre sem parar
Corre sem olhar
Olhar para trás.

Corre
Corre sem alardes
Corre antes que seja tarde
Corre que o dia já chegou
Corre que o mundo já cansou
Já cansou demais.

Corre
Corre sem rumo
Corre sem prumo
Corre em tempestade
Corre em saudade
Saudade que me desfaz

Corre.


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05/10/2013 - Corrente, correnteza

Desperto
Com céu vazio
Mar deserto
E tempo imenso
Denso, tenso
E corrente
Como um rio
Que arrasta com gana
O que sobrou de mim
Da minha metade humana
Da minha metade serafim
Pela correnteza
Entre as garras persas
Da saudade
E a delicadeza
Da realidade
Ou vice-versa.


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17/11/2014 - Corro em elipse

Todos os caminhos me levam ao eclipse
Do que eu sonhei para mim agora
E do que, de fato, sou
Caminhos que me obrigam a ir embora
Mesmo quando quero ficar
E então ando, caminho, corro em elipse
Indo para frente e para trás
Ao mesmo instante
Avante no tempo atroz
Rumo ao que há de passado em nós


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