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Encontrados 372 textos. Exibindo página 22 de 38.
25/11/2011 -
Assaltos, roubos, furtos e expropriações
Lamentável! Além dos políticos não apoiarem a poesia e a literatura brasileira, tem senador de fino trato, juiz que enche a boca para falar de justiça e deputado fanfarrão metendo a mão no texto alheio. É isso mesmo! O que tem de autoridade se apropriando indevidamente de linhas e versos de terceiros em seus discursos não é brincadeira. Aliás, é coisa muito grave. Afinal, além de cair de boca no dinheiro público essas criaturas devoram, sutil ou descaradamente, palavras que não escreveram, tampouco compraram (no caso delas estarem à venda). ...
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19/11/2011 -
Apocalipse now
As máscaras caíram. Tristeza e dor. Decepção e fúria. Ódio e loucura. Flores de cólera. Chernobyl. Hiroshima. Auschwitz. As máscaras caíram e não há qualquer face de sonho em tudo isso. Gritos e arranhões. Pedras e desilusões. Stalin, Hitler e Mao Tse Tung. Lágrimas e canhões. Fugas e ladrões. Grilos e correntes. Machucados e machucaduras. Carne e carnificina. Bósnia, Iraque, Vietnã. Falsos profetas. Pecados e castigos. Crimes e inimigos. Lâmina e rancor. Holocausto judeu, lua de Camboja, rosa de Ruanda. ...
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15/11/2011 -
Amor republicano
Proclamo-a diariamente como uma espécie de república em minha vida. Meus sonhos, cidadãos de mim, elegeram-na democraticamente para governar meus sentimentos. Uma paixão vitoriosa a partir do voto livre e secreto de cada uma das minhas esperanças. E republicano que sou vivo esse amor maquiavélico delegando todos os poderes sobre mim as suas mãos. Você é a chefe do meu estado, a minha rainha, a minha divindade pós-contemporânea e clássica, enfim, o meu republicanismo pelo direito e pelo avesso.
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31/10/2011 -
As bruxas de antes...
Saudade do tempo em que as bruxas eram apenas criaturas dos contos de fada e da mitologia. Criaturas distantes e encantadas. Criaturas que faziam suas poções em caldeirões e que viviam ao lado de corvos e gatos pretos. Guardavam livros mágicos e proferiam palavras em uma língua estranha. Voavam em vassouras e transformavam seus desafetos em sapos e pedras. Eram o pior pesadelo das crianças e das princesas. Punham medo com seus narizes grandes e verrugas cabeludas. Usavam chapéus pontiagudos e capas escuras. Moravam em casinhas distantes no meio da floresta. ...
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25/10/2011 -
Adélia, simplesmente Adélia
Como uma ave caída do ninho, imobilizada sobre uma cama de UTI, desfeita pelos remédios e pelas quedas, Adélia tentava reconstruir sua vida, juntando pedaços, colando cacos, encaixando peças em um grande quebra-cabeça chamado destino. Com muitos quilos e cores a menos, extremamente frágil e pálida, tentava se reerguer por meio de lembranças e esperanças. E como era personagem da vida real e não de um conto de fadas, o número de lembranças, naquele desfecho de sua história, era muito maior do que o de esperanças. ...
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12/10/2011 -
A gente
E se a gente de repente, absolutamente, mudasse a direção, o sentido e o ritmo dessa jornada que anda tão ausente da gente. Sobra passado e falta presente em nossa frente dissidente de batalha. Antigamente nossa trajetória era adjacente, agora escapa pela tangente. O que era abrangente ficou restrito e o que era bonito se tornou delinqüente. A flor, a fruta, a folha, a raiz... Nada está perdido, tudo está contido numa semente. Uma semente de afeto permanente, uma semente afluente louca para germinar como uma sobrevivente do melhor e do pior da gente....
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06/10/2011 -
A casa do caboclo
O que cai do céu não se sabe se é chuva ou o choro do Caboclo das Sete Encruzilhadas diante da destruição de sua casa. Ao golpe de marretadas, telhados e paredes que abrigaram o berço da Umbanda vão ao chão. Acabam com o marco inicial da religião genuinamente brasileira. Destroem mais de cem anos de história, forjada com muita luta e sacrifício. Ôô sacerdote, ôo curandeiro! Os espíritos dos caboclos e dos pretos velhos estão na rua Floriano Peixoto, número 30, no bairro de Neves, no município de São Gonçalo, Rio de Janeiro, despedindo-se do terreiro que é a certidão de nascimento da Umbanda. ...
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26/09/2011 -
A mulher que caminha pela praia
A mulher que caminha pela praia deseja, por ao menos um instante, que as ondas quebrem em seu corpo. A mulher que caminha pela praia, mesmo sem saber, rege o mar – suas pernas são, na verdade, as batutas de uma maestrina casual. A mulher que caminha pela praia vai misturando seu perfume, seu paladar, sua temperatura às gotículas frias e salgadas que sobem do oceano. A mulher que caminha pela praia, caminha em ondas. A mulher que caminha pela praia, lança olhares, em feitio de rede de pescadores, em busca dos mistérios mais profundos do mar profundo. ...
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08/09/2011 -
A mulher, o cacto e o mar
Entre o mar e o deserto, um sorriso róseo que, por si só, se destaca naquele marrom-acinzentado tornando-se, assim que surge, uma caça em potencial. Mas como surge? O sol grita e a mulher nasce daqueles cactos corpulentos. Nasce ferida pelos espinhos, manchada pelo sofrimento de um amor mexicano. Seus olhos, ora áridos ora marejados, têm bordas infinitas que desobedecem as regras da perspectiva.
Sai pelo deserto afora e dança, entre rochas e areia, os passos de uma seresta de mariachis. Mulher de um calor abrasador, cujo hálito é refrescante como os ventos do Pacífico. Pelos seus pensamentos rodopiam tormentas tropicais e casamentos zodiacais. Não há como acertar a previsão climática, sentimental, astral dessa mulher que muda corpo e espírito com a mesma freqüência e facilidade de grãos de areia ao vento. ...
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31/08/2011 -
Além do tempo
Além do tempo deve existir um beijo bom. Além do tempo há de se cumprir um tratado de paz permanente entre o amor e o ódio. Além do tempo há de se querer mais do que em qualquer outro tempo. Além do tempo o sol finalmente se entrega à brancura da lua. Além do tempo há de estar morto e sepultado, e quiçá esquecido, o tempo do adeus.
Além do tempo reina um novo sentido geométrico, gramatical e, até mesmo, existencial. Além do tempo vive um povo que brinca de roda e não se importa com a moda. Além do tempo palpita uma canção de amor atemporal. Além do tempo os passarinhos voam pelos céus da nossa boca em acrobacias que nos fazem duvidar da força da gravidade. ...
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