Daniel Campos

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25/11/2011 - Assaltos, roubos, furtos e expropriações

Lamentável! Além dos políticos não apoiarem a poesia e a literatura brasileira, tem senador de fino trato, juiz que enche a boca para falar de justiça e deputado fanfarrão metendo a mão no texto alheio. É isso mesmo! O que tem de autoridade se apropriando indevidamente de linhas e versos de terceiros em seus discursos não é brincadeira. Aliás, é coisa muito grave. Afinal, além de cair de boca no dinheiro público essas criaturas devoram, sutil ou descaradamente, palavras que não escreveram, tampouco compraram (no caso delas estarem à venda).

Pegam textos de poetas e escritores com a mesma facilidade que apanham doce da mão de criança. Um crime que no país da impunidade fica por isso mesmo. Como é triste ver um texto seu, roubado com todas as letras, ser assumido em público por alguém que não participou de momento algum de sua gestação ou de seu nascimento. O texto, na maioria dos casos, é violentamente estuprado por bocas e mentes alheias que descuidam do ritmo ao conteúdo. Depois que usam e abusam do escrito, jogam-no fora e partem em busca da próxima vítima.

São figuras de paletó, de gravata, de toga extraviando inspiração e transpiração alheia. Que o povo não se engane e apedreje ou lance tomates podres a esses falsários. Não dá para perdoar quem utiliza em benefício próprio a alma de outra pessoa. E o texto é a alma do poeta ou do escritor. É carne viva, é vida latente, é gente como a gente. Dá nojo só de pensar nesses senhores colocando suas mãos sujas em parágrafos ou versos que não lhe dizem respeito. Que Versus e Literatus, os deuses da poesia e da literatura, intervenham em favor de seus filhos antes que esses vampiros suguem toda a poética do mundo...


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