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Encontrados 372 textos. Exibindo página 29 de 38.
04/05/2010 -
A mulher chopiniana
Em homenagem à Chopin, um certo deus pianista criou a mulher chopiniana. Sem dúvida, uma das mais imaginativas incursões pelo mundo do compositor, tanto no plano estilístico quanto emocional. Uma mui digna criação. Diante dela, nossos ouvidos são imediatamente capturados. Cada nota vinda de seu corpo vale um disco inteiro. É belíssimo acompanhar o balançado dessa mulher na Polonesa em lá bemol maior.
Virtuosística e irresistível, a mulher chopiniana é puramente sonora. Ela consegue reescrever Chopin em atos e desacatos seus construindo em si novas obras de arte. Olhos e bocas, braços e pernas, seios e coxas, cabelos e pés, fronte e nádegas vão se desenhando em linhas melódicas e harmônicas. Ela não nega, tampouco afirma Chopin. Apenas faz dele sua identidade. E é válido lembrar que o compositor polaco viveu a era romântica das artes. ...
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03/05/2010 -
A cartola da mágica
A cabeça da mulher amada é como cartola de mágico, dela pode sair de um tudo. De brisas agradáveis a tsunamis devastadoras, de dias ensolarados a dilúvios divinos, de camafeus a pimentas dedo-de-moça, tudo é possível e permitido quando se trata dos pensares da mulher amada. Há quem se pele todo diante da figura da mulher amada pensadora, extremamente reclusa e desapegada de olhares.
O que pensa a mulher amada? É isso que todo homem apaixonado quer saber. Há quem empenhe a própria vida na descoberta deste que é um dos maiores segredos da humanidade. Para religiosos, a cabeça da mulher amada esconde outra bíblia tão temida quanto os evangélicos apócrifos. Para filósofos, o pensamento da mulher amada é algo que transcende a compreensão humana. Para matemáticos, uma conta irracional que pende para a numerologia. ...
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02/05/2010 -
A mulher do Alentejo
Ah! Eu quero a mulher do Alentejo. Quero correr por suas planícies a perder de vista num ritmo lento e compassado, para não deixar escapar as cores trazidas pelo sol à paisagem que nos cerca. Por Nossa Senhora de Fátima, eu quero a mulher do Alentejo. Quero me debruçar por sua planura imensa, por suas praias selvagens, por suas searas de outono ondulando ao vento. Quero toda a beleza agreste e inexplorada da mulher do Alentejo.
Que o amor, disposto em parreiras em meu corpo, se transforme em vinho a partir da mulher do Alentejo. Que ela pise em minhas costas, em meu peito, em minhas pernas tingindo-me com a mais adocicada das tintas. Quero me fazer suco em seus lábios e morador de suas casas térreas e brancas polvilhando os montes. Na mulher do Alentejo, a força da terra fala mais alto. Mais alto do que o tempo, do que o espaço e do que o aço que teima em transpassar o sentimento coração. ...
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01/05/2010 -
Ainda hoje, é assim
O coração acelera, vai a 300 km/h. Um nó insiste em amarrar a garganta. Um vento dolorido e choroso rema pelo horizonte. Um motor ronca triste ao fundo. Ainda hoje, anos e anos depois, é assim. Pode estar tudo bem, mas há um clima de desconforto. Em cada sorriso, um que de tragédia. Ainda é possível ouvir os gritos desesperados do silêncio. Ainda hoje, anos e anos depois, é assim. Exatamente assim.
Ainda é difícil acreditar, entender, explicar. Ainda é difícil esquecer. Ainda é difícil imaginar como seria o hoje se não houvesse o ontem. Ainda é difícil torcer por outra pessoa. Ainda é difícil acordar no dia de hoje. Ainda hoje, anos e anos depois, é assim. É assim uma tristeza descabida, uma emoção constantemente revivida. É assim uma expectativa de que o fim tenha enfim um final feliz. ...
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22/04/2010 -
Alice no Brasil das maravilhas
Assim como Alice, cada um de nós tem um mundo maravilhoso. Um mundo onde nos refugiamos. O da personagem da literatura é habitado por um coelho preocupado com o relógio, por um gato listrado de rosa, por um chapeleiro maluco e por outras criaturas fantásticas. Com seres mais ou menos mágicos, cada um tem um lugar encantado para subverter a ordem, para quebrar as regras, para burlar a realidade. Um lugar onde o sonho não só é permitido como vivido por inteiro.
Para Pedro Álvares Cabral e outros portugueses esse mundo se chamava Brasil. Um mundo de terras infinitas, de comidas exóticas, de nativas nuas. Quando os ventos e as correntes marítimas do destino desviaram as naus do grande navegador, Pedro viu nascer diante de seus olhos um continente perdido entre a fantasia e a realidade. Pensou estar sonhando. Chegou a perguntar a Pero Vaz de Caminha se aquilo tudo, de fato, existia ou se ele havia caído, assim como Alice, nos confins da toca de um coelho apressado. ...
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18/04/2010 -
A fada Eduarda na floresta dos sapos
Bom domingo! Hoje é o dia nacional do livro infantil. Quantos de nós já nos encantamos diante desses livros quando pequenos? Como um livro seria demais para este espaço, ofereço a você uma história infantil. Leia e a faça chegar às crianças. Não só àquelas que o rodeiam como as que vivem dentro de você.
xxx
A Fada Dourada na floresta dos sapos
Era uma vez, uma floresta triste e sombria. As árvores, além de não terem folhas, tinham os troncos cobertos por rugas e verrugas. Dizem que o lugar foi amaldiçoado por uma bruxa que fez dali seu reino e, desde então, nunca mais nasceu uma flor sequer por ali. Bicho? Só corvos, morcegos, cobras, ratos, moscas, baratas e, claro, sapos. Nem mesmo o sol se atrevia a brilhar naquele lugar. Nuvens escuras cobriam o céu o tempo todo com explosões de raios e gritos de trovões. Mas ao contrário de água, o que caia das nuvens eram sapos. ...
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15/04/2010 -
As pedaladas de Hélio
Por aquela estrada estreita, divisa tênue entre a arquitetura da cidade e as histórias do campo, Hélio pedala sua bicicleta. Pelas curvas e ladeiras, leva sua marmita, suas ferramentas, seus sonhos. O chinelo de dedo rodando no pedal mantém em órbita um mundo encantando ou o que sobrou dele. Hélio é o último dos três guardiões das terras que um dia formaram a lendária fazenda de José Barbosa. Luiz, seu cunhado, sempre preferiu as estradas às plantações. Morreu num acidente de caminhão. Líbio, outro irmão de sua esposa Floripes, também pegou sua estrada. O homem que muitas vezes levou a bicicleta de Hélio de carona em sua perua tomou outros rumos. ...
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29/03/2010 -
Amor querubim
Amo e de tanto amar me faço assim: um apaixonado sem fim. Quantos momentos brincando em mim, palpitando no confim de um coração querubim. Eu, anjo do amor voando pelo seu céu lilás. Tanto tempo faz do nosso primeiro beijo e o desejo continua demais como a canção fugaz: amar é bom. Amar é o som do querer mais cantando na chuva, debaixo do chuveiro, na noite turva, pela estrada, por entre as flores do canteiro e ao pé do ouvido da criatura amada.
Amo-te mais e mais, mas nunca o bastante. Amo-te como infante e com toda a enfática necessária. Amo-te de forma lunática, por entre cometas e luares. Amo-te aqui, lá, ali, acolá, em todos os lugares. Amo-te até mesmo no vácuo. E nesse amor não me empaco, pois mesmo revivendo nossas poesias, amo-te sempre à frente. Amo-te com o mesmo sentimento, mas de um modo sempre diferente. Amo-te num amor navegante: descobridor e avante. ...
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25/03/2010 -
A nova vida de Isabella
Se Deus existe e realmente existe, Isabella deve estar correndo por campos floridos junto a outras crianças desencarnadas. Hoje ela já consegue volitar por alguns instantes e até pular de nuvem em nuvem. Mas demorou até a menina de franjinha e olhos acastanhados conseguir vencer o medo de altura. Também, ter seu corpo jogado de seis andares não é um trauma fácil de esquecer. Os ferimentos, os hematomas e as dores foram, pouco a pouco, desaparecendo com o tratamento espiritual. Hoje, a pequena Isabella, embora de forma bastante tímida, já consegue sorrir. ...
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Comentários (1)
23/03/2010 -
Ayrton Senna, o mais novo cinqüentão
No último domingo, se não fosse pelo choque de sua Willians FW16 com a curva Tamburello, Ayrton Senna da Silva teria completado 50 anos de vida. O piloto chegaria a essa idade emblemática justamente na temporada em que a F-1 comemora seus 60 anos de existência.
Por coincidência, seu qüinquagésimo aniversário cairia num domingo, dia em que o brasileiro se acostumou a viver vitórias impossíveis, empunhar a bandeira verde-amarela e cantar o hino nacional. Dia de um país explorado e desacreditado mostrar ao mundo que vencia no braço. ...
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