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Encontrados 372 textos. Exibindo página 30 de 38.
11/03/2010 -
As mulheres de Atenas, agora são de Esparta
“Mirem-se no exemplo
Daquelas mulheres de Atenas
(...)
Quando fustigadas não choram
Se ajoelham, pedem imploram
Mais duras penas, cadenas (...)”
Chico Buarque que me perdoe, mas as mulheres de Atenas agora são de Esparta.
Anos e anos de luta pela autonomia feminina corroeram a era das mulheres educadas para serem dóceis e reclusas ao mundo doméstico.
Hoje, as mulheres precisam, sobretudo, viver entre a espada e o escudo. ...
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Comentários (1)
09/03/2010 -
As mulheres de hoje e sempre
Ontem as mulheres receberam carícias dobradas, bombons recheados, flores e outros mimos. Ontem as mulheres receberam discursos, sessões legislativas, inaugurações e outras menções não menos honrosas. Ontem as mulheres receberam espaço redimensionado na televisão, na rádio, na internet, nas páginas dos jornais. Ontem as mulheres receberam promessas e outras peças publicitárias das mais variadas bocas e mãos. Ontem as mulheres receberam elogios e rios de gentilezas...
Hoje, passado o dia oficial delas, tudo volta ao normal e, sendo assim, ao contrário de ganhar, perdem; ao contrário de receber, dão; ao contrário dos aplausos, o silêncio cúmplice do descaso. Hoje são pouquíssimos os que escutam o grito de uma infinidade de mulheres sendo violentadas, física e moralmente, em seu direito de ser mulher. Hoje são raríssimos os que compram alguma briga em defesa de mães, filhas, esposas, amantes com o mesmo empenho de ontem......
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04/03/2010 -
A extinção do pitbull
Tramita no Senado um projeto de lei que visa extinguir a espécie conhecida como pitbull. Se aprovado, todos os machos deverão ser obrigatoriamente esterilizados. Será o fim da reprodução pitbullniana. E o projeto ainda versa sobre outras 16 raças tidas como perigosas, impondo uma série de medidas e restrições. Infelizmente, políticos corruptos não estão na lista desses cachorros anti-sociais. Mais uma vez, por mais absurdo que possa parecer, o conjunto de parlamentares só discute o que lhe é conveniente. ...
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02/03/2010 -
A morte de dois guardiões
Dois importantes guardiões foram chamados a deixar seus postos e, por conseqüência, esta terra sem memória. Walter Alfaiate e José Mindlin, guardiões do samba e dos livros, respectivamente, partiram deixando suas obras em vida. Para muitos, o primeiro era só um sambista. Para muitos outros, o segundo só um bibliófilo. Mas ambos iam além de rótulos ou aparências. Ambos eram patrimônios culturais de um país ainda não descoberto.
Um imenso abismo social separou Walter de José, dois homens travando, por anos e anos, a mesma luta: a sobrevivência da arte. Literatura e música ficam mais pobres com a falta desses dois estandartes de uma época. Mindlin doou sua imensa biblioteca, com mais de 40 mil volumes, a uma das mais importantes universidades do país. Já Alfaiate, que precisou exerceu a profissão que lhe deu nome desde os 13 anos para sobreviver, deixou suas canções às gargantas de Paulinho da Viola e outros bambas. ...
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01/03/2010 -
A lua e o amor, mais uma vez
A noite segue alta para os namorados que andam de mãos dadas pelos bancos da praça trocando beijos e abraços sob os olhos de uma lua alcoviteira que há milhares de anos gosta de testemunhar romances alheios se enchendo de desejo ou minguando de saudade. Quantas histórias de amor, com seus devidos encontros, reencontros e separações não estão guardadas nas crateras lunares? Difícil calcular...
Quantos “eu te amos” ecoam em seus mais diferentes sotaques por aquele solo tão pálido e fresco como o corpo nu da mulher amada. Se alguém pudesse espremer a lua, um mito cairia ao chão: ao contrário de mel do bagaço da lua escorreriam litros e mais litros de sangue. Porque todo amor é mais dor do que riso, todo amor é mais pranto do que felicidade. Lunáticos os que associam o amor ao prazer eterno e irrefutável. ...
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20/02/2010 -
Abacateiros
Depois de uma estrada alongada, entre o horizonte e o nada, desfralda-se um pomar de abacates. São milhares de árvores tão gigantes quão os titãs temidos pelos gregos. Além da altura que causa vertigem, suas copas são rodadas como os vestidos de antigamente. Tudo é verde. Mas não existe um só tom, há diversas tonalidades verdejando por aquela terra que por pecado de Deus é vermelha como os lábios dos anjos caídos. Ah! Quanto prazer posto no beijo dos pés com aquela terra.
Ali tudo é infinito. Não há som senão o dos abacateiros. E como eles contam histórias. O vento roça suas galhas e lendas vão caindo ao chão como pássaros sem ninho. As árvores dão idéia de proteção. Uma verdadeira fortaleza viva. Um labirinto onde habitam faunos e outras criaturas mágicas. Há uma leveza ali difícil de explicar. Às vezes se tem a impressão de que há uma crônica falta de gravidade. Há uma tendência ao vôo. Vôo livro. ...
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14/02/2010 -
A última corsária
Depois do último gole de rum, ela saiu por aí pirateando por entre ilhas desérticas e tubarões esfomeados. Estava decidida que não mais navegaria. Foram anos e anos à deriva, cortando mares, saqueando embarcações, pulando para lá e para cá com sua perna de pau. Quantos sóis nasceram e quantas luas morreram no fundo de seus olhos de vidro. Mas já estava cansada, depois então que o papagaio que andava em seu ombro foi embora perdeu totalmente o ânimo.
Começou a beber mais e mais. A tripulação começou a lhe olhar desconfiada, afinal fazia dias que ela não jogava ninguém ao mar. A última corsária estava em crise existencial, emocional, zodiacal. E isso afetava todo o curso marítimo. Capitães e marinheiros perderam o medo de navegar. E com isso, perdeu-se a graça. Até mesmo o chapéu negro que lhe identificava de longe ela deixou para lá. Passava a maior parte do tempo trancada no porão do navio com garrafas de rum. ...
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09/02/2010 -
A mais bela chegou
Quando ela chega não há mais espaço para desculpas. Sem volteios ou pudores é preciso admitir de uma só vez: a mais bela chegou. Ela, Nefertiti, chegou. Sim, a descendente física ou espiritual da rainha da XVIII dinastia do Antigo Egito tomou forma humana novamente. Assim como na história original, ela chega colocando o mundo aos pés de sua beleza depois de sumir sem deixar pistas. Quando ela chega as perguntas devem ser substituídas por visitas aos floristas.
Ninguém sabe quanto tempo sua nova estada durará. Só são conhecidos seus planos: reinar, reinar, reinar. E ela não precisa de esforço algum para reconquistar seu trono. Joelhos e olhos se curvam diante de seu corpo faraônico. E aqueles que, sem medo da morte, aventurarem-se a chegar mais perto de seu rosto observarão que o lóbulo de sua orelha é furado em dois pontos. Mais do que coroas, tal fato atesta a marca fundamental da realeza egípcia....
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05/02/2010 -
A gripe como cupido
Pode não parecer, mas uma simples gripe alheia é uma forma de provar seu amor, de reaquecer seu casamento, de conquistar alguém. Devido à enxurrada de mal-estar causada pela gripe, a pessoa enferma fica frágil, carente. Uma ótima oportunidade para o amor entrar em cena e não sair mais.
O que acha de sopinhas e outras comidinhas dadas na boca da pessoa amada por meio de colheradas? Quem sabe enviar flores com um bilhete demonstrando seus votos de “melhoras”? Que tal dormir abraçadinho para dar segurança à criatura que ama? Garantir o seu mais completo repouso é uma demonstração de cuidado e afeto. Muna-se de frutas coloridas e exóticas, repletas de vitaminas, para seduzi-la e maximizar os sentidos. ...
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31/01/2010 -
Até o demônio tem fé
Não precisa jogar água benta neste escritor ou se benzer diante deste título que, inclusive, foi dito por alguém da igreja católica. O demônio, aquele cara vermelho com chifres que cuida do inferno, tem fé sim. Por que só Deus ou quem o teme tem o direito de ter fé. Lúcifer acreditou tanto em Deus a ponto de querer ocupar o seu lugar. E foi esse seu pecado – admirar Deus de forma demasiada. Por essas e outras, o demônio tem fé.
Mas você deve se perguntar: fé em que ou em quem? No céu? No inferno? Na bondade? Na maldade? Nos anjos? Nas serpentes? Fé no apocalipse? Fé na queda dos santos? Fé na Bíblica, no Alcorão, nas contas do candomblé? Tem fé na vida? Tem fé na morte? Fé no pecado? Fé em quem está ao seu lado? Fé em si próprio? Fé na realidade e no ópio? Será fé no signo? Será fé no indigno? ...
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