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Encontrados 30 textos de agosto de 2009. Exibindo página 2 de 3.
21/08/2009 -
O amor como língua universal
Eu te amo. Ich Liebe dich. Je t`adore. Je t`aime. S´ayapo. Ik hou van je. I love you. Ti voglio bene. Kimi o ai. Ya tyebya lyublyu. Ek is lief vir jou. Miluji te. Wo ai ni. Te amo. O meu "eu te amo" ecoou pelo Brasil, Alemanha, Canadá, França, Grécia, Holanda, Estados Unidos, Itália, Japão, Rússia, África, República Checa, China, Espanha... As minhas declarações de amor, por meio deste site, romperam barreiras geográficas, culturais e lingüísticas. Pelos relatórios estatísticos, tenho acompanhado as visitas de pessoas de inúmeros países a este espaço que nos une agora. ...
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20/08/2009 -
Pia entupida pia
Nada pior para começar o dia ouvindo: "amor, a pia entupiu". Ela podia ter me pedido para comprar pão na padaria lotada, levar os cobertores para a lavanderia, tirar o lixo. No entanto, a notícia de que eu teria de dar um jeitinho naquele problema soou como um levante. Levantaram-se, cá dentro em mim, um amontoado de revoltas, enjôos, iras, desânimos, demônios. Aquela água toda parada sem ter outro lugar para correr senão o chão era o sinal fatídico de que a pia estava mesmo entupida.
Mesmo a contragosto, era hora de abrir a famigerada caixa de gordura. Ali, naquele quadrilátero de plástico, o fedor e o horror de gorduras trans, saturadas e insaturadas. Os encanamentos, em suas voltas e reviravoltas, embaralhavam o meu raciocínio lógico, já afetado por aqueles torrões de óleo velho. Era como se o temido monstro do pântano gorduroso fosse me capturar a qualquer momento. Socorro! Mas chamar quem? Bombeiro? Defesa Civil? Encanador? ...
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19/08/2009 -
Debaixo da cama
Silêncio. Qualquer ruído pode ser fatal. Afinal, estamos debaixo da cama. Lá fora, bestas e feras se ferem e se matam sem a menor cerimônia. Aqui é apertado, sem jeito e escuro, no entanto, foi o melhor esconderijo que conseguimos encontrar. No guarda-roupa há falta de espaço já que paletós e vestidos tomaram de conta. Na cozinha, as facas de carne, de pão, de peixe já armaram um exército. Na garagem, nem pensar, pois lá está estacionada uma nave espacial. O melhor seria correr para o sótão ou o porão, mas nesta casa não existe nem uma coisa nem outra. ...
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18/08/2009 -
Off, totalmente off
Eu quero ligar para a antiga União Soviética. Eu quero fazer uma parceria nuclear com o Irã, com a Coréia. Eu quero ser amigo de um milhão de homens bombas. Não dá mais. Que quero explodir tudo. Eu quero ficar mudo. Eu quero colocar o ponto final neste mundo vagabundo. Ah! Onde é que fica o botão "desliga", para eu parar com tudo isso. Chega! Chega! Chega dessa mesma coisa toda hora: ontem, amanhã e agora. Quero colocar no chão toda essa agonia, toda essa desalegria, toda essa ausência crônica de fantasia. ...
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17/08/2009 -
Nas tripas do mundo
Em um curto espaço de tempo o mundo se abriu, liberando as criaturas do interior. E eu posso garantir que essas criaturas, que moram nas tripas do mundo, não são nada agradáveis ou amigáveis ou amáveis. É um povo habituado a viver no sangue, no ácido, na prisão de ventre. É um povo sujo, fedorento e esquecido entre quatro paredes. São as chamadas criaturas do limbo. Um mundo à parte, situado entre o sol e marte.
São parasitas, vermes, desvalidos, degenerados, prisioneiros e fugitivos. Há de um tudo nas tripas do mundo. São verdadeiras civilizações perdidas, esquecidas, caídas. É tanta farsa. Tanta coisa proibida. É um povo acostumado a viver na escuridão, numa febre constante. É o inferno de Dante. É uma gente que vive a fugir e a caçar, a se perder e a se achar, a morrer e a matar uns aos outros, outros ao um. ...
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16/08/2009 -
Amarelice
As letras pretas se tornam mais sedutoras nas páginas amarelas de um livro. O chamado papel pólen deve ter sido inspirado na cor do miolo das flores.
Eu gosto da cor amarela, mas essa amarelidão que invadiu o cerrado só me traz desgosto. É como se o inverno seco sugasse a cor do reino vegetal produzindo um mundo pálido, subnutrido e nada convidativo aos sentidos. Essa amarelice faz mal aos olhos, à língua, aos ouvidos, às narinas e ao tato. As cenas amareladas são ásperas, gritantes, sem sal nem doce, quentes demais e empoeiradas. Além do mais, trazem uma sensação de coisa velha ao coração. E, como amante inveterado das chuvas, posso dizer que essa sensação só faz desagradar aos que acreditam na vida que brota. ...
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15/08/2009 -
Conto novo
Conta-me um conto novo para eu ver se o dia tem graça. Mas não me conta sobre o velho que carimba papéis, mas não me conta sobre a mulher que fez do avental seu vestido, mas não me conta sobre os trens que vão e que vem pelos trilhos de ninguém. Eu quero um conto novo. Não me conta sobre os vulcões adormecidos da rua de cima, não me conta sobre os peixes vermelhos do aquário de sal, não me conta sobre o choro dos homens e mulheres que se buscam e não se encontram.
Conta-me um conto novo para fazer satisfeito um insatisfeito. Conta-me sobre o que ainda não me contaram e, até mesmo, conta-me sobre o que eu ainda não contei. E entre tantas contas, não me conte matematicamente, mas sentimentalmente. Conta-me o que há por trás das contas que as mães de santo penduram no pescoço. Conta-me a conta que a criançada inventou para passar de ano. Mas não me venha contar sobre as contas que minha poesia não conseguiu pagar no fim do mês. ...
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14/08/2009 -
Corredeiras
Minha vida é um barco, correndo feito flecha lançada de um arco. Vou descendo rios, corredeiras, cachoeiras. Vou a favor do vento, nos braços da correnteza. Vôo pelas águas, entre peixes e albatrozes. Vou rasgando a crista das ondas, observando o lançamento da última sonda espacial. Será que vamos chegar até Marte? Será? Será ou não será, não me importa. Quero apenas fazer um oceano deste gole d`água que me desce à garanta.
Em cada igarapé, eu reforço a minha fé. Em cada igapó, meu peito dá um nó. Em cada lençol d`água eu afogo uma mágoa. E assim vou indo, sumindo pelo aguaceiro. Como as águas correntes eu não tenho paradeiro. Vou pelas barbas de Netuno. Conheci Iemanjá, Iracema e as Oceânidas. Corro na saliva das bocas, no sereno da noite, no orvalho da manhã. Vou de guelra em guelra, numa terra aquática. E nesta guerra de amores, só tenho medo da rede dos pescadores....
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13/08/2009 -
Brigo eu, brigamos nós
Hoje eu queria não brigar. O ideal seria que todas as armas se joguem espontaneamente ao chão. Ao chão, caídas e completamente inofensivas. Que hoje, não só as mãos e a cintura, mas os olhos e as bocas apresentem-se desarmados. Que nenhuma palavra usufrua de seu poder de ferir, de magoar, de humilhar. Que os olhares também não cheguem condenando, castigando, abaixando outros olhares. Que os chicotes não chicoteiem e que as facas não cortem e que os arcos não arquem suas flechas.
É impossível não se armar nos dias de hoje, colocando a vida entre os dentes. É impossível não passar um pouco de pólvora nas frases ditas, deixando-as levemente malditas. É impossível não voltar para casa com pelo menos um sonho extirpado. É impossível não ter medo de algo e não fazer alguém ter alguma espécie de temor por você. É impossível não cair em trincheira ou não engatilhar uma cartucheira. É impossível não atacar ou, ao menos, responder a um ataque à altura. ...
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12/08/2009 -
Breu total
Está tudo apagado em mim. Tudo escuro. Feito noite sem luar. Tudo é sombra, tudo é uma quizomba nessa escuridão de arromba. Meus olhos quilombolas dizendo que lhe dão bola. E você me respondendo: ai não me amola que é um apagão geral. Será que é culpa do Planalto Central? Ai meu Deus, que cruz! E nesse breu todo como eu faço para dar a luz? Eu preciso trazer à luz um novo mundo, mas é preciso que alguém acenda um lampião. Um lampião a gás ou uma lamparina a querosene, tanto faz, toque a sirene! ...
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