18/08/2009 - Off, totalmente off
Eu quero ligar para a antiga União Soviética. Eu quero fazer uma parceria nuclear com o Irã, com a Coréia. Eu quero ser amigo de um milhão de homens bombas. Não dá mais. Que quero explodir tudo. Eu quero ficar mudo. Eu quero colocar o ponto final neste mundo vagabundo. Ah! Onde é que fica o botão "desliga", para eu parar com tudo isso. Chega! Chega! Chega dessa mesma coisa toda hora: ontem, amanhã e agora. Quero colocar no chão toda essa agonia, toda essa desalegria, toda essa ausência crônica de fantasia.
Meu espaço não é esse. Meu tempo não é esse. Devo ter sido abandonado aqui por algum extraterrestre ainda pequeno. Eu vim de Saturno. Eu vim de Plutão. Eu vim do sol, da lua, de algum meteoro ou buraco negro. Mas eu não sou daqui. Não me identifico com as coisas daqui. Não tenho nada a ver com tudo isso que me cerca e me aperta as amídalas. Eu quero fugir. Eu quero sumir. Eu quero me banir. Será que tem um lugar para mim lá no Afeganistão? Ao menos lá a guerra é clara, objetiva e frontal. Quando sai o próximo foguete pro espaço sideral?
O coração anda apertado, tomado de trevas. Eu não sou primata para viver nessa selva. Selva de destinos, de ritmos, de sensações. Eu quero inventar uma outra batida. Eu quero criar uma nova bossa. Chega de dar descarga e rodar pelos redemoinhos dessa fossa chamada Terra. Eu quero um halloween, um woodstock, um scotch sem gelo. E por falar em caubói, eu quero um cavalo para me levar daqui. Quero cavalgar por outras vidas, por outras esferas, por outras feras. De fato e de direito, eu preciso começar uma nova era.
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