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Encontrados 33 textos de julho de 2009. Exibindo página 1 de 4.
31/07/2009 -
Cinco anos depois
Completo hoje cinco anos de terra estranha. Embora não haja bolo, presentes ou uma banda tocando para mim, eu, usando de licença poética, congratulo-me na condição de sobrevivente. Tive de enfrentar criaturas horrendas, deste e de outros mundos. No entanto, venci. Ou melhor, tenho vencido. Uma vitória interior-exterior, a qual eu dedico a todos aqueles que não acreditaram em mim. Cinco anos em que minha vida virou pelo avesso. Cinco anos em que tudo se transformou. Cinco anos de um novo parto, de um renascimento, da renovação de um batizado. ...
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30/07/2009 -
Bilhete de Quintana
Se a morte não tivesse feito seu trabalho, Mario Quintana, o poeta da simplicidade, estaria completando 103 anos exatamente hoje, 30 de julho, neste 2009 que lamentamos 15 anos de sua morte. É indiscutível a minha preferência por Vinicius de Moraes, no entanto, aprecio uma das principais lições de Quintana - a poesia sem adereços, simples como a vida que gostava de levar e registrar no papel. E eu tenho uma grande semelhança com o poeta gaúcho: sentir necessidade de escrever.
Não escrevo por capricho ou porque acho bonito. Escrevo porque preciso. Há um mundo de pensamentos e sentimentos gritando dentro de mim. Faz-se necessário que eu coloque um pouco deste mundo no papel por pura sobrevivência. Assim como Quintana, se a crítica vai ou não gostar do que escrevo é algo secundário. O que importa é que eu escreva. Não me preocupo se vão me carregar nos ombros ou me jogar na cova rasa do esquecimento. Preocupo-me apenas em viver, escrever e amar intensamente. ...
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29/07/2009 -
Entre o tédio e o terror
Soldados vivem entre o tédio e o terror. A vida é uma guerra. Isso é indiscutível. Guerra pela simples sobrevivência, ou pela realização de algum sonho ou projeto mirabolante. Há horas de absurdo silêncio. Há minutos de explosões absurdas. Podem ser mísseis teleguiados, bombas caseiras ou singelos, porém assustadores, balões de festa. Há momentos em que se pede a deus por mais um pouco de tédio ou por uma pequena dose de terror. Afinal, a paz é um dos maiores instrumentos de tortura já inventados. ...
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28/07/2009 -
Magyarország
Havia uma mola de 12cm e 800 gramas no meio do caminho de Felipe Massa, que caminhava ligeiro, a 280 quilômetros por hora, pelas planícies húngaras. A mola, ao contrário da pedra de Drummond, não estava parada, estática, tampouco petrificada no meio do caminho. Ela voava como um pássaro metalizado. O problema é que voava na direção contrária do piloto. O encontro, no script da fatalidade, era inevitável. Das pistas para um hospital militar na Hungria. Do circuito de Hungaroring para Budapeste. Do nervoso motor italiano para os potentes aparelhos da UTI....
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27/07/2009 -
Atchá!
Que o amor não tenha hora nem lugar. Que todos se amem incessantemente, independentemente de quando ou onde. Que o amor corra solto nas veias, nas teias e cadeias produtivas. Que caça e caçadores se beijem, se mordam e se devorem numa relação intensa e antropofágica. Que não haja qualquer tipo de censura, senão o combate massivo ao medo de amar. Que todos se joguem de cabeça, do décimo sétimo andar, em busca da concretização deste sentimento, que deve, como já disse, estar além, muito além do tempo. Que os iguais se tornem desiguais e estes iguais por meio da intervenção dos amores. ...
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26/07/2009 -
Dies sollemnis natalis
Seja romanicamente (Dies sollemnis natalis) ou romanticamente (mais e mais amor e vida), felicitar-lhe-ei a cada minuto deste dia sem começo nem final. Hoje, mais do que qualquer outra data, eu me entrego aos seus desejos. Sou o seu presente, seu passado e seu futuro. Faça comigo o que bem pretender. Pode me matar ou me convidar a viver mais alguns anos ao seu lado, como marido, amante, namorado. Hoje, mais do que em qualquer outra ocasião, você é quem manda e comanda o mundo que dança ao seu redor. Parabéns e bonança, então, conceder-me-á a próxima e a próxima e a próxima... contradança desta vida tão criança?...
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25/07/2009 -
Kika deu mais um passo na escala evolutiva
Kika, ou melhor, o espírito que, em razão do processo evolutivo, por quase 16 anos ocupou o corpo de uma cachorra, dorme. A morte física aliviou suas dores, no entanto, o processo de recuperação ainda custará algum tempo. Depois de uma vida sem poder falar seus desejos, seus medos, seus sonhos; totalmente dependente e frágil, ela descansa. E desta vez ela não está enrolada em cobertores. Neste tempo de latidos terrenos ela aprendeu muito, venceu desafios, enfim, cumpriu mais uma etapa na linha evolutiva da existência....
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24/07/2009 -
Mais um round
Febre. Dor de cabeça. Cólica estomacal, intestinal, zodiacal. Corpo ruim. Zonzura. Tontura. Visão turva. Mal-estar. Falta de apetite. Ânsia de vômito e de sarar o mais rápido possível. Amarelidão. Olhos vermelhos. Calafrios. Formigamentos. E mais um monte de sintomas que me entregaram à cama em pleno dia comercial. E olha que não é fácil me derrubar. Costumo ser teimoso. Porém, a combinação entre clima seco, um universo de viroses vagando pelo ar e algumas comidinhas de rua me levaram ao chão.
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23/07/2009 -
Que braços os teus
Que braços, que braços os teus braços
Apertando-me
Calando-me
Contando-me
Sobre teus passos, teus embaraços
Teus percalços
Que braços, que braços os teus braços
Acalanta-me
Levanta-me
Encanta-me
Com teus abraços, teus laços
É meu bálsamo
Que braços, que braços os teus braços
Envolvendo-me
Absorvendo-me
Absolvendo-me
Em teus compassos, teus traços
De Picasso
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22/07/2009 -
Beija-me
Beija-me como nunca dantes beijou. Beija-me com frases nos lábios. Beija-me numa língua diferente. Beija-me de modo que me envolva em seus tentáculos labiais. Beija-me salivando de desejo. Beija-me no futuro do passado. Beija-me numa nova conjunção adverbial. Beija-me num capítulo à parte. Beija-me num golpe de arte. Beija-me numa conjugação desconhecida do verbo beijar. Beija-me intensa e solitária. Beija-me num socialismo neoliberal. Beija-me num quadro de Monet, por entre paisagens efêmeras e delicadas....
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