Daniel Campos

Texto do dia

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29/07/2009 - Entre o tédio e o terror

Soldados vivem entre o tédio e o terror. A vida é uma guerra. Isso é indiscutível. Guerra pela simples sobrevivência, ou pela realização de algum sonho ou projeto mirabolante. Há horas de absurdo silêncio. Há minutos de explosões absurdas. Podem ser mísseis teleguiados, bombas caseiras ou singelos, porém assustadores, balões de festa. Há momentos em que se pede a deus por mais um pouco de tédio ou por uma pequena dose de terror. Afinal, a paz é um dos maiores instrumentos de tortura já inventados.

Há algo mais torturador do que viver tediosamente? A sensação de não participar de nada, de não fazer nada, de ver o mundo passar em branco é angustiante. Daí a guerra. Isto mesmo, a guerra surge porque homens e mulheres estão cansados de uma situação ou de um cenário. O sangue, a pólvora, o choro são conseqüências do desejo de romper com o tédio. É que muitas vezes para desarticular o status quo é necessário colocar um pouco de força ou descontentar alguém.

Na lei da ação e reação, uma ofensiva pede um contra-ataque, movimentando o cosmos. As notícias mudam, as relações mudam, os ânimos mudam. Tudo se transforma a partir de um estado de guerra. O medo, a adrenalina, o suspense, o caos são combustíveis dessa transformação. Muitos se iludem com a máxima de que soldados são sanguinários, carniceiros, capitalistas. Puro engano. Saldados são apenas homens e mulheres que querem conquistar um mundo para além das fronteiras do tédio.


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