26/07/2009 - Dies sollemnis natalis
Seja romanicamente (Dies sollemnis natalis) ou romanticamente (mais e mais amor e vida), felicitar-lhe-ei a cada minuto deste dia sem começo nem final. Hoje, mais do que qualquer outra data, eu me entrego aos seus desejos. Sou o seu presente, seu passado e seu futuro. Faça comigo o que bem pretender. Pode me matar ou me convidar a viver mais alguns anos ao seu lado, como marido, amante, namorado. Hoje, mais do que em qualquer outra ocasião, você é quem manda e comanda o mundo que dança ao seu redor. Parabéns e bonança, então, conceder-me-á a próxima e a próxima e a próxima... contradança desta vida tão criança?
Hoje, sou clássico, sou medieval, sou moderno. Pode pedir uma redondilha, um soneto parnasiano, um verso rococó, um poema simbolista e até uma poesia ainda não vista nem lá nem cá. Com todo cavalheirismo e sangue latino necessários, feliz aniversário, feliz anniversarius. E que eu, assim como esta data, volte todos os anos a sua boca, a sua pele, a sua carne. Afinal, hoje eu acendo velas para lhe proteger do fel, velas para lhe elevar aos céus. Aliás, se você me permitir, quero lhe levar ao terceiro dos céus. E lá, no altiplano, hei de lhe dizer feliz aniversário no quanto eu te amo. Além do mais, não existe paraíso sem você.
O que você deseja? Uma rosa, um pássaro ou uma guerra? Se for preciso eu lhe entrego uma revolução interior ou exterior embrulhada em papel crepom. E vamos nos lambuzar de bolo em nome da prosperidade do ano vindouro. Que o dia de hoje seja mais do que a simples repetição de um acontecimento. Que o dia de hoje seja, de fato, um nascimento. Que nasçam mais e mais veios neste leito de paixão que me arrasta, envolvendo-me no redemoinho dos seus olhos. Que hoje os padres aspergem sobre si os santos óleos. E que o dia lhe seja sagrado e delicado, fadado às coisas do amor; romano, romântico, quântico...
Observação do autor: Feliz aniversário, ò amada minha, doce, rebelde e eterna Marilene. Dies sollemnis natalis.
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