Daniel Campos

Prosas

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25/09/2010 - A lua, o sol e as expressões populares

Pra inglês ou não ver, os burros deram n’água. O sol entrou com o pé direito e a lua foi dormir com uma baita dor-de-cotovelo. Os poetas fizeram vaquinha para comprar lunetas e outros apetrechos, mas se frustraram: o romance acabou em pizza. E o amor, guardado a sete chaves, chorou lágrimas de crocodilo. Agora, sóis e luas podem parar de rasgar seda e tirar os cavalos da chuva. Chuva e sol, casamento de espanhol. Sol e chuva, casamento de viúva. Viúva, a lua, escureceu entre estrelas lá pras bandas de onde Judas perdeu as botas. Na casa da mãe Joana, o sol ficou pensando na morte da bezerra jurando de pés juntos que tudo se resolveria no próximo eclipse. ...
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24/09/2010 - Auxiliar, o verbo de hoje

Pelos caminhos certos e tortuosos, tenha certeza de que Auxiliadora é o escudo que lhe protege de todos os males temporais ou atemporais, é a força que lhe anima a seguir, é a casa de portas sempre abertas. Auxiliadora é a chama que não se apaga, o cântico que não cessa e a semente que sempre vinga. Ela é santa e mãe daqueles que foram lavados pelo sangue de seu filho. Ela é santa e rainha daqueles que conquistam o reino dos céus. Ela é santíssima, puríssima, altíssima... flor que nunca se despetala, rio que nunca seca, profecia que não silencia. ...
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24/09/2010 - Capítulo 54

Sebastian acorda olhos nos olhos com Jhaver:

- Meu Deus, você aqui, tão perto. Finalmente eu consigo lhe ver. Estranho, é como se eu já lhe conhecesse. Seu rosto me parece tão familiar.

- Vim para lhe agradecer pela oportunidade que me deu. Quero retribuir o fato de ter rezado por mim, de ter conseguido me perdoar mesmo depois de ter iniciado essa onda de castigação. Foi você quem me fez refletir sobre o meu estado. Foi você quem provocou a minha mudança.

- Se quer retribuir, então se prepare, pois vai ter muito trabalho. A minha vida está uma confusão. É tanta coisa que eu nem sei por onde começar......
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23/09/2010 - A frustração da primavera

Assim como as roupas dependuradas no varal, a lua cheia já não é tão branca assim. E o pior é que ela não foi pichada por algum apaixonado num ato de total desespero. Ela está fosca, como que coberta por uma camada de fuligem. Perdeu o brilho característico e agora adoece caída no céu. As estrelas foram todas queimadas. Não sobrou uma sequer para contar histórias sobre as constelações de aquário, de touro, de leão... O céu é de uma escuridão suja, como que coberto por cinzas. É isso, a noite virou uma eterna quarta-feira de cinzas, tão nostálgica quão triste das fantasias passadas. ...
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22/09/2010 - O amor cria micromundos

Já imaginou quantos micromundos existem dentro desse mundão? O mundo dos sentimentos é um deles. Cada casal apaixonado cria uma espécie de mundo particular. É como se a união de duas pessoas suprisse todas as necessidades físicas, mentais e espirituais a ponto de reinventar a existência humana. Nunca notou que os amantes falam uma linguagem própria, seja por meio de palavras ou sinais? Pois bem, duas pessoas apaixonadas formam um micromundo povoado por habitantes singulares, como a saudade, a insegurança, os sonhos. ...
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21/09/2010 - O segredo dos relógios

É o relógio pulsando no pulso de quem volteia pra lá e pra cá como ponteiros que se encontram e desencontram a cada volta. É o relógio de parede nos observando dos cabelos aos sapatos. É o relógio de bolso nos acorrentando ao que vai ficando. É o relógio digital mudando as horas como se fosse mágico. É o relógio no visor do celular, no canto da tela do computador, piscando no painel do carro. É o relógio no forno microondas, nos jornais da televisão, nas fachadas dos prédios, na torre das igrejas. É o relógio sendo cultuado como objeto de apreensão nos saguões do aeroporto, da rodoviária, das estações do trem. É o relógio de areia, de sol, de corda, de lítio. É o relógio marcando o tempo da vida, anunciando o início das refeições sobre a mesa, o horário de acordar, sonhar e dormir, o banho, o momento da chegada e da partida. É o relógio tiquetaqueando pela nossa cabeça dizendo que está na hora de ir, de vir, de fazer, de comer, de saber, de querer......
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20/09/2010 - Espinheira

Estresse. Agonia. O corpo entontece, pula, treme sob efeito da disritmia. É tudo tão desesperador. É muito espinho pra pouca flor. Que o deus do relicário tenha pena dessa gente que vive entre a vida e a morte, entre a pele e o osso, entre a ferida e o corte, entre o velho e o moço. Que o deus que anda na boca de tantos se una aos santos e ponha fim a esse alvoroço. Ninguém agüenta mais esse ritmo avassalador. É tanta informação e desinformação nos levando para os caminhos mais tortuosos, para os pensamentos mais pecaminosos, para o avesso dos amorosos... ...
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19/09/2010 - Dito e feito

Meu avô, fazendo uso da sabedoria dos antigos, sempre dizia que em ano de eleição deus não manda chuva enquanto persiste essa pouca vergonha. Ano de eleição é ano de muita seca, de vacas magras, de destruição. Na televisão, no rádio, nas ruas é uma gente falsa com abraços falsos fazendo promessas falsas. É uma gente que se esquece de Deus. Pior, usa seu santo nome para pedir voto. O criador, desapontado, castiga a humanidade com estiagens e queimadas.

Para o lavrador não poderia existir ano pior do que ano de eleição, dizia meu avô. E pior que ele tinha razão. A semente não vinga, os brotos amarelam, os pés disso e daquilo vão minguando até secar. Enfim, a plantação vai morrendo no campo. Já na cidade, o preço do tomate dispara, as verduras deixam o nosso prato e as frutas perdem o gosto. Por culpa dessa politicagem, as árvores não agüentam segurar a carga, o pasto seca e as bocas se enchem de fome. ...
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18/09/2010 - Suspiro e goiabada

Atire a primeira pedra quem nunca ficou com água na boca diante de um bolo de aniversário? Bolos recheados com chocolates negros e brancos, amargos e ao leite, com nozes e ameixas, com frutas da estação como morangos, kiwis e pêssegos. Bolos de muitos formatos, tamanhos e coberturas. Camadas e mais camadas de pão-de-ló se exibindo nas vitrines das padarias, das confeitarias, das confrarias das doceiras. Isso sem falar nas caldas molhando o bolo, escorrendo no prato, atiçando os sentidos.
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17/09/2010 - Calado

Hoje não tem texto. De repente, roubaram-me de uma só vez todas as palavras, das mais genéricas as mais íntimas. É como se não existisse linha ou verso algum dentro de mim. Estou vazio de frases, de rimas, de concordâncias. Estou ausente de expressões, aliás, estou inexpressivo. E por mais que eu chame, implore, humilhe-me, a inspiração não dá o ar da graça. Não. Realmente não tem graça. Tento juntar pontos, vírgulas, aspas, mas há sempre uma interrogação em meu caminho.

Será que estou oco? Oco de vida. Oco de idéias e ideais. Oco de fantasia, de prosas e poesias. Oco de imaginação. Oco de realidade e ficção. Oco de sentidos. Oco de sons e vozes. Oco de estrelas e sementes. Oco de histórias e lendas. Oco de dramas, tragédias e romances. Oco de dores e saudades. Oco de caminhos. Oco de expectativas e lembranças. Oco de sonhos e pesadelos. Oco de contos e crônicas. Oco de chamas, conversas e corações....
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