20/09/2010 - Espinheira
Estresse. Agonia. O corpo entontece, pula, treme sob efeito da disritmia. É tudo tão desesperador. É muito espinho pra pouca flor. Que o deus do relicário tenha pena dessa gente que vive entre a vida e a morte, entre a pele e o osso, entre a ferida e o corte, entre o velho e o moço. Que o deus que anda na boca de tantos se una aos santos e ponha fim a esse alvoroço. Ninguém agüenta mais esse ritmo avassalador. É tanta informação e desinformação nos levando para os caminhos mais tortuosos, para os pensamentos mais pecaminosos, para o avesso dos amorosos...
O relógio não para, não para, não para não... Lá fora está a maior confusão. E aqui dentro tudo está virado de pernas para o ar. Pavor, incompreensão, desamor, ingratidão, torpor, sofreguidão. O caos tomou de conta a essência das relações. Tudo é devorado sem o menor respeito, tudo é feito e desfeito sem a devida consideração, perdeu-se até mesmo a eterna busca pelo estado perfeito. Hoje vai como vem, dá como der, como se não fosse existir um tempo além do presente. Vivemos um apocalipse a cada segundo, fazendo do mundo um ser cada dia mais ausente de amor.
É muito espinho pra pouca flor.
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