Daniel Campos

Poesias

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Encontrados 2480 textos. Exibindo página 227 de 248.

Soneto da espera

Aquiete-se. Há de ventar o tempo
Do vento que ventará nuas sementes
Na ventania azul das águas ardentes
Correntes nascentes de sentimento

E quando esse dia enfim raiar e chegar
Eu hei de viver em pleno setembro
De primavera e lembrar que não lembro
Que as flores do tempo hão de vingar

Mesmo com todos os nossos abortos
Mesmo com todos os golpes dos botos
Mesmo com toda fome carcará

O meu amor há de brotar mesmo em pedras...
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Soneto da floração

Ò amada flor florente que floreia
Amores e flores como corante
De fogo em flor nesse céu que mareia
Negro pelo néon de teu olhar mirante

Mira-me tal farol em mar perdido
Qual marujo que grita terra à vista
Feito assassino diante do bandido
Como o sol da saudade que me risca

Mira e atira a lira do olhar de pólen
Ardente buquê de uma noiva em fuga
Desabrochando da cor toda a prole

Ò amada flor que me floresce à sorte...
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Comentários (1)

Soneto da fuga

Diante da poda, roda à moda e sonha
A ponto de criar longas asas longas
Respira o azul, se atira em vôo e transponha
Os limites da carne e da mironga.

Voa, voa ligeiro até onde os castradores
De amor não tenham o menor alcance
Voa, voa faceiro pra onde os sonhadores
Tecem ninhos e ninhos do romance

Voa, voa pelos jardins do éden do inferno
Mas voa distante e perto num vôo interno
E dribla a linha em corte do cerol...
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Soneto da inquietação

Quem sou eu caído nesse mundo estranho?
Quem sou eu, anjo que nem perde nem ganha?
Quem sou eu este que morde, beija e apanha?
Quem sou eu, pirata do amor tamanho?

Quem sou eu, pobre criatura doentia?
Quem sou eu que se deixa em cada abraço?
Quem sou eu que existo e não me disfarço?
Quem sou eu? Vilão? Herói? Fantasia?

Quem sou eu, feiticeiro solidão?
Onde toco vira medo e ilusão?
Deus ou o diabo, diga-me, quem sou eu?...
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Soneto da insônia

Dorme enquanto velo e revelo sonhos
Como uma cigana em mãos de fantasia
Quero ir além do farol de alexandria
Nas linhas do sono que lhe proponho.

Dorme no leito de uma noite amante
Na insônia maior do meu destino insano
Deita em mim seu sono sobre-humano
E durma em um sonho perto e distante.

Receoso que do sono se despeça
Iludo-me na sua ausência de vida
Tendo no seu sono minha promessa.

Dorme no fingimento atroz que a invade...
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Soneto da invocação

Meu coração aprendiz pulsa poesia
Em soneto invoco o mestre dos tais
Bebo o rastro de sua intensa boemia
Sua benção anseio Vinícius de Moraes.

Eu sei que anda pelas ruas do poema
Versando os infernos e os céus da amada
Fazendo do amor maior o seu dilema
Dos labirintos da mulher, sua estrada

Peço a inspiração das cores de abril
Dia da criação e rosa de hiroshima
Quero a receita da mulher de anil.

Quero-te perto por deus oxalá ...
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Soneto da jogatina

Por que a vida há de ser sempre assim
Um jogo de gostar e desgostar
Onde se dá o blefe a nos obrigar
A escolher entre o amor o medo e o fim

E se invertêssemos os jogadores
Se virássemos a mesa de apostas
E se olhássemos as cartas de costas
Será que venceríamos nossas dores?

A vida se joga de olhos vendados
Tantos amadores quanto viciados
Apostando nas mesmas intuições

Giro na roleta de cores tortas...
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Soneto da lua óptica

Ó alva lua a submergir nos olhos teus
Como quem se esquece em um oceano
E no negro dos sonhos mais ateus
Desce menina em olhares de pano

Ò lua menina dos olhos marotos
Lança ao poeta as tranças do seu cabelo
Poeta pirata que vela o mar morto
E que se lambuza no mar vermelho.

Ò lua poesia óptica poesia doente
Desce ou se joga de seu infindo posto
Na hipnose de uma estrela cadente

Ó lua dos mares se afoga nos bares...
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Soneto da maçã

Manhã tão tristonha sonha a manhã
Que a cegonha rosa traz em seu bico
E aqui, cá embaixo dos demônios, fico
Dividindo-me entre a maçã e a romã.

Eu que sou senhor da vossa beleza
Triste. Poeta eu que desejei e chamei
E agora aqui nesta rua sou eu quem hei
De ter-vos no fim da lua, na certeza

De que por vós, eu hei de entristecer
Flores, pares, bares, mares e cores
Para verdes ao meu mundo nascer

Quero amamentar-vos pólen e alpiste...
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Soneto da matança

Matem-na. Mas que a morte seja lenta
E dolorosa, arranquem-lhe seus ossos
Que a ferida carnal seja violenta
Aterrem-na no pior dos calabouços.

Que ao sofrer perpétuo, condenem-na
Que ela jogue suas longas negras tranças
Da pedra da masmorra. Prendam-na
Ao príncipe dos sonhos de criança

Torturem-na até que não agüente mais
Conversar mais nada além de alguns ais
Que ela espernei e gema e emudeça

Quando amor que ela não se esqueça...
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