Daniel Campos

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Soneto da matança

Matem-na. Mas que a morte seja lenta
E dolorosa, arranquem-lhe seus ossos
Que a ferida carnal seja violenta
Aterrem-na no pior dos calabouços.

Que ao sofrer perpétuo, condenem-na
Que ela jogue suas longas negras tranças
Da pedra da masmorra. Prendam-na
Ao príncipe dos sonhos de criança

Torturem-na até que não agüente mais
Conversar mais nada além de alguns ais
Que ela espernei e gema e emudeça

Quando amor que ela não se esqueça
E sinta a saudade como uma doença
E dê a luz ao filho do perdão.


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