Soneto da espera
Aquiete-se. Há de ventar o tempo
Do vento que ventará nuas sementes
Na ventania azul das águas ardentes
Correntes nascentes de sentimento
E quando esse dia enfim raiar e chegar
Eu hei de viver em pleno setembro
De primavera e lembrar que não lembro
Que as flores do tempo hão de vingar
Mesmo com todos os nossos abortos
Mesmo com todos os golpes dos botos
Mesmo com toda fome carcará
O meu amor há de brotar mesmo em pedras
O céu há de chegar e ai de quem medra
O tempo insigne toma lá da cá.
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