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Encontrados 3193 textos. Exibindo página 250 de 320.
10/03/2010 -
Macacos me mordam
No planeta dos macacos tudo não passa de uma grande e infinita macaquice. E não é besteira de escritor, não. O que tem de gente pulando de galho em galho não é brincadeira. E quantos galhos são quebrados dia após dia movimentando a instituição do “jeitinho”. Pela cidade afora tem um pessoal pagando mico e outro penteando macaco a todo instante. Tem tarzan vivendo entre o amor de jane e chita.
Tem macaco-aranha invejando os bandidos que agora decidiram escalar prédios. Tem macaco-barrigudo fazendo alusão ao modo de vida capitalista. Tem macaco-prego que vive levando martelada por aí. Tem macaco-hidráulico que quer por que quer subir na vida. Tem macaco desaparecendo do mapa por conta da lei da selva. Tem macaco comendo e dando banana para tudo. ...
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09/03/2010 -
As mulheres de hoje e sempre
Ontem as mulheres receberam carícias dobradas, bombons recheados, flores e outros mimos. Ontem as mulheres receberam discursos, sessões legislativas, inaugurações e outras menções não menos honrosas. Ontem as mulheres receberam espaço redimensionado na televisão, na rádio, na internet, nas páginas dos jornais. Ontem as mulheres receberam promessas e outras peças publicitárias das mais variadas bocas e mãos. Ontem as mulheres receberam elogios e rios de gentilezas...
Hoje, passado o dia oficial delas, tudo volta ao normal e, sendo assim, ao contrário de ganhar, perdem; ao contrário de receber, dão; ao contrário dos aplausos, o silêncio cúmplice do descaso. Hoje são pouquíssimos os que escutam o grito de uma infinidade de mulheres sendo violentadas, física e moralmente, em seu direito de ser mulher. Hoje são raríssimos os que compram alguma briga em defesa de mães, filhas, esposas, amantes com o mesmo empenho de ontem......
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09/03/2010 -
Capítulo 1
Mesmo com o demônio sendo esmagado pelo pé e açoitado pela lâmina afiada da espada de São Miguel Arcanjo há uma mistura de aflição e medo no ar. E por falar nele, o ar passa áspero pelas narinas, pesa sob os ombros e traz apertos ao peito, nós à garanta e calafrios à espinha.
Bobagem. Deve ser apenas má impressão, afinal nós estamos em uma igreja, em horário de missa e na companhia de um sacerdote. Aparentemente, nada de ruim pode acontecer. Aparentemente...
Mesmo com uma voz em sua consciência dizendo “não” sucessivas vezes, a freira responsável pelo cerimonial do colégio Escravas do Sagrado Coração de Jesus levanta-se da cadeira de veludo arroxeado posicionada no corpo do altar e quatro passos à frente sussurra algo próximo ao ouvido direito do padre que realiza uma missa de Ação de Graças pelos formandos da oitava série de um dos mais tradicionais e rígidos colégios de Buenos Aires. ...
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Comentários (1)
08/03/2010 -
Mulher-canção
No confim dos teus olhos eu me deito a ponto de perder as horas em tua atemporalidade. Como é fácil negar e esquecer os problemas do mundo quando em teu colo. E o que dizer do campo de flores que há ao longo de tua boca? Ah! Mulher, como são belos os teus nomes, os teus mandamentos e os teus mundos. São todos mistérios profundos envolvendo suas chegadas e partidas. Mulher, a mais querida e emblemática das criaturas.
O teu corpo, mulher, é ancoradouro de sonhos e promessas, porto de sedução, golfo proibido. São rios e mais rios de magma correndo pelas tuas entranhas. Ah! Mulher de estribilhos, canção dos assírios, conta-me as tuas façanhas. Eu sei que sóis e lírios se curvam ao teu passar. E pássaros lhe seguem a cantarolar em assovios. E, à flor de teus pelos e apelos, passa causando arrepios. ...
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07/03/2010 -
Eu te amo, mulher
Eu te amo, mulher. E não há como voltar atrás. Meu amor é ponte queimada, estrada acabada, palavra empenhada. Não há como escapar desse romance que começou capítulos atrás em outro livro. E por te amar assim sem negativas é que acho tolice colocar este amor em xeque. Amo não por pileque ou fetiche, amo como piche: de forma intensa, densa e propensa a agüentar seus pés tatuando meu corpo pela estrada afora.
Não existe separação ou qualquer coisa de fim em tudo isso. O sentimento em questão é água corrente correndo pros braços do oceano. E todo oceano é infinito. Estamos condenados à eternidade, a sentir saudade mesmo quando pertos um do outro. Essa é a realidade dos apaixonados. E nós temos o gene da paixão em nosso DNA. Atraímos-nos até quando nos repulsamos. ...
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06/03/2010 -
Ratoeira para quem?
Poucas coisas são tão dramáticas quanto uma ratoeira armada e vazia. Como é aflitivo o silêncio que repousa naquele enredo explícito de morte. Só mesmo um rato no alto de sua natureza ambiciosa para se trair a ponto de cair no enredo dessa armadilha. E pensar que aquela mola comprimida divide o ser-vivo do ser-não-vivo, que, morto, já não é. Um simples golpe e está acabado. Aquele rato ou ratazana não roerá mais nada.
Humanos não diferem de ratos. Quantos os que não correm riscos diários por muita ou pouca coisa? Há sempre uma busca, um limite a ser ultrapassado, um quê de pecado em muita coisa que fazemos. Nós nos alimentamos do perigo que há ao nosso redor. Quantas mortes idiotas caídas em nosso cotidiano? Quantas vezes nos esquecemos e quantas outras desafiamos essas ratoeiras por puro prazer? ...
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05/03/2010 -
Matar ou morrer por uma janela
Você seria capaz de matar alguém que recusasse fechar uma janela? Pense. Você está em um ônibus, estressado por um motivo que diz respeito somente a você, e o cara da janela se nega a interromper o vento frio que entra no ônibus. Ele pode estar com calor, é um direito dele. Mas e você? Quem se importa com sua sensação térmica? Você pode pegar um resfriado, uma gripe, uma pneumonia... Porém, isso não muda em nada a vida do cara que controla a janela.
Você se sente humilhado, ridicularizado, roubado em seu direito democrático de decidir se a janela continua aberta ou fechada. Dentre aqueles sorrisos de deboche, a coletividade é só uma utopia, um resto de fantasia. Dane-se então o que os outros pensam sobre isso, o que vale é a sua opinião. Ele não sabe que você teve um dia ruim, que já matou outras pessoas, que só estava em busca de um pouco de calor humano. Ele não desconfia que você seja capaz de ir tão longe por conta de uma simples janela......
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04/03/2010 -
A extinção do pitbull
Tramita no Senado um projeto de lei que visa extinguir a espécie conhecida como pitbull. Se aprovado, todos os machos deverão ser obrigatoriamente esterilizados. Será o fim da reprodução pitbullniana. E o projeto ainda versa sobre outras 16 raças tidas como perigosas, impondo uma série de medidas e restrições. Infelizmente, políticos corruptos não estão na lista desses cachorros anti-sociais. Mais uma vez, por mais absurdo que possa parecer, o conjunto de parlamentares só discute o que lhe é conveniente. ...
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03/03/2010 -
Em clima de mudança
Arrumar a casa, mudar as coisas de lugar, trazer novidades ao espaço... Eis algumas tarefas rotineiras que fazem bem à alma. O ser humano é dado a mudanças. Mulheres amam mudar de roupa. Homens amam mudar de carro. Adolescentes amam mudar de celular. E todos amam mudar de ambiente, de cotidiano, de rotina. É claro que nem tudo deve mudar por completo. O amor, quando encontrado, deve ser mantido. Mas os elementos tidos como acessórios que visam alimentar essa relação devem ser mudados dia após dia. ...
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02/03/2010 -
A morte de dois guardiões
Dois importantes guardiões foram chamados a deixar seus postos e, por conseqüência, esta terra sem memória. Walter Alfaiate e José Mindlin, guardiões do samba e dos livros, respectivamente, partiram deixando suas obras em vida. Para muitos, o primeiro era só um sambista. Para muitos outros, o segundo só um bibliófilo. Mas ambos iam além de rótulos ou aparências. Ambos eram patrimônios culturais de um país ainda não descoberto.
Um imenso abismo social separou Walter de José, dois homens travando, por anos e anos, a mesma luta: a sobrevivência da arte. Literatura e música ficam mais pobres com a falta desses dois estandartes de uma época. Mindlin doou sua imensa biblioteca, com mais de 40 mil volumes, a uma das mais importantes universidades do país. Já Alfaiate, que precisou exerceu a profissão que lhe deu nome desde os 13 anos para sobreviver, deixou suas canções às gargantas de Paulinho da Viola e outros bambas. ...
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