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Encontrados 3193 textos. Exibindo página 251 de 320.
01/03/2010 -
A lua e o amor, mais uma vez
A noite segue alta para os namorados que andam de mãos dadas pelos bancos da praça trocando beijos e abraços sob os olhos de uma lua alcoviteira que há milhares de anos gosta de testemunhar romances alheios se enchendo de desejo ou minguando de saudade. Quantas histórias de amor, com seus devidos encontros, reencontros e separações não estão guardadas nas crateras lunares? Difícil calcular...
Quantos “eu te amos” ecoam em seus mais diferentes sotaques por aquele solo tão pálido e fresco como o corpo nu da mulher amada. Se alguém pudesse espremer a lua, um mito cairia ao chão: ao contrário de mel do bagaço da lua escorreriam litros e mais litros de sangue. Porque todo amor é mais dor do que riso, todo amor é mais pranto do que felicidade. Lunáticos os que associam o amor ao prazer eterno e irrefutável. ...
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28/02/2010 -
Pensamentos de domingo
Estou longe, perdido em uma das sucessivas linhas do horizonte que vão caindo detrás da terra. Estou sozinho embora sinta que existe sempre alguém comigo. Uma espécie de anjo da guarda que, com escudos e espadas, acompanha-me de forma velada. Embora eu não o consiga ver, tampouco escute a sua voz de forma clara, sei que me sonda. Há incontáveis árvores já crescidas cortando o vento que, por sua vez, gostaria de varrer tudo ali para terras ainda mais distantes.
Estou montado em uma espécie de cavalo. Mas não é um desses cavalos comuns que aparecem nos filmes da sessão da tarde. Estou em cima de um cavalo de aço, que solta fumaça de óleo diesel pelas ventas. E como galopa de forma indomável aquele bicho. Pula, levanta poeira, berra alto por aquelas ruas de terra. Ainda bem que me ensinaram a não cair daquele lombo de ferro. Em poucos minutos já sou capaz de fazer rodopios com aquele cavalo arisco, na verdade, passos de um balé tão rústico quão frágil em sua existência. ...
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27/02/2010 -
Como você ama?
Você já parou para se perguntar como ama? Ama naturalmente, comumente ou simplesmente? Pode parecer à mesma coisa, mas há um abismo entre cada exercício do amor. Você ama gradativamente ou de forma voraz, com uma intensidade que chega a ser selvagem? Você ama por que quer ou por que precisa amar para se manter vivo? Você ama com os pés no chão ou sem eixo gravitacional? Você ama machucando ou mentindo? Você ama num contentamento descontente ou num descontentamento contente?
Você ama perto, distante ou em pensamento? Você ama priorizando carne ou espírito? Você ama constante ou inconstantemente? Você ama se esquivando das dores ou mergulhando nelas? Você ama em silêncio ou aos gritos? Você ama em segredo ou como réu confesso? Você ama fazendo de seu amor verão ou meia estação? Você ama num ângulo direto ou paralelo? Você ama atacando ou se defendendo? Você ama para você, para a criatura amada ou para os outros? ...
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26/02/2010 -
Mortes
Já morri de tédio. Já morri de tristeza. Já morri de ansiedade. Já morri de ódio. Já morri de paixão. Já morri de angústia. Já morri de solidão. Já morri de medo. Já morri de frio. Já morri de aflição. Já morri de rir. Já morri de fome. Já morri de enjôo. Já morri de cólica. Já morri de prazer. Já morri de correr. Já morri de chamar. Já morri de tentar. Já morri de cansaço. Já morri de escrever.
Já morri de rezar. Já morri de esperar. Já morri de cantar. Já morri de saudade. Já morri de raiva. Já morri de beijar. Já morri de desejo. Já morri de não agüentar. Já morri de falar. Já morri de estudar. Já morri de pensar. Já morri de ligar. Já morri de esquecer. Já morri de acreditar. Já morri de sono. Já morri de gritar. Já morri de jurar. Já morri de procurar. Já morri de sonhar. ...
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25/02/2010 -
Sem inspiração
Desta vez o papel em branco não me diz nada. Completamente nu de linhas e palavras, cala-se como um paredão de concreto branco. Os olhos chegam a doer olhando para ele. As mãos o percorrem de ponta a ponta, mas não conseguem colocar letra alguma ali. A folha pesa na cabeça do escritor, que pressionado se esvazia de qualquer inspiração. Coloca a imaginação para funcionar, remexe livros antigos, busca recortes, espia pela janela, mas não há nada que o motive a desfazer aquela branquidão.
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24/02/2010 -
O amor é mais
Podem me criticar e até zombar de mim, mas eu não vou parar de falar de amor. Longe de capricho ou fetiche, falando de amor, e só assim, é que eu existo. Não minto. Meus textos de amor não são tratados, estudos científicos ou resoluções programáticas, tratam apenas, se quiserem pensar dessa forma, de palavras codificadas pelos corações. Portanto, talvez minhas escritas não façam uma revolução na vida política do país, mas são capazes de dar outro matiz a quem não diz o amor.
Meus textos pretendem dar à vida uma face mais leve e sentimental. Ao boicotar sentimentos endurecemos a existência. Meus artigos amorosos são uma forma de pedir clemência à ditadura do anti-romantismo que foi instalada. Eu faço rimas, sim. Eu verso e versejo o mundo, sim. Que mal há em um poeta falar de amor? Será que vão me censurar? Será que vão me enlouquecer e me ofender e me torturar? Podem continuar a me boicotar, mas não deixo de falar de amor....
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Comentários (1)
23/02/2010 -
Oceano do tempo
Pra onde vou? Pra onde vai? Pra onde vamos? Somos ilhas humanas cercadas pelos oceanos do tempo. Dia após dia as ondas bravias roubam um pouco mais de nossa terra. Ai de quem tem os pés presos ao chão. Dia após dia nos entregamos de corpo e maresia depois de muito resistir às coisas do tempo. Ai, o tempo das tempestades chegou. E eu só tenho pena de quem nunca amou.
Quem nunca teve um amor daqueles de chorar e arrebentar o coração vai afundar como embarcação vazia. Pobres daqueles que não terão nem tesouros nem âncoras para jogar ao mar das temporalidades. Já quem amou pra valer vai poder se valer desse sentimento para amenizar o sofrer no momento que o tempo vir a dizer: acabou, acabou, acabou! ...
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22/02/2010 -
Confessionário do amor
Perdoe-me por todas as faltas. Perdoe-me por tudo de errado. Perdoe-me pelas vezes que eu tomei outros caminhos. Perdoe-me pela fraqueza. Perdoe-me por tanta reclamação. Perdoe-me pelas fugas. Perdoe-me pelas vezes que eu não suportei. Perdoe-me pelos enganos. Perdoe-me pelas perdas. Perdoe-me pelas coisas perdidas. Perdoe-me pelas agressões. Perdoe-me por duvidar. Perdoe-me por falar demais.
Perdoe-me pelas vezes que deixei de agir. Perdoe-me pelas horas que me escondi. Perdoe-me por todo mal que causei. Perdoe-me pelos adiamentos. Perdoe-me pelos lamentos. Perdoe-me pelas vezes que lhe fiz chorar. Perdoe-me pelos pecados que cultivei. Perdoe-me pelos momentos de dor. Perdoe-me pela pressa. Perdoe-me pela cobrança. Perdoe-me por eu não entender. Perdoe-me se fiz sofrer....
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21/02/2010 -
Domingueira
Que me perdoem os intelectos, mas domingo rima com amenidade. Domingos úteis não são propriamente domingos. Domingos devem fazer antologia à preguiça. Domingos pesados destroem toda esperança que circunda este dia tão esperado. Definitivamente, o domingo nasceu para não ser levado a sério. Portando, a agenda dominical perfeita é aquela que está completamente nua de compromissos e afazeres.
Domingos devem ser inéditos, mesmo sabendo que estamos vivendo o mesmo do mesmo do mesmo. São dias livres, sujeitos a todo e qualquer tipo de experiência, isto é, desde que seja vivida de forma amena. Domingo não é dia de sofrer grandes impactos, mas para gozar do mundo da suavidade. Cenário ideal para uma comédia romântica. Portanto, nada de dramas ou tragédias no decorrer do domingo....
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20/02/2010 -
Abacateiros
Depois de uma estrada alongada, entre o horizonte e o nada, desfralda-se um pomar de abacates. São milhares de árvores tão gigantes quão os titãs temidos pelos gregos. Além da altura que causa vertigem, suas copas são rodadas como os vestidos de antigamente. Tudo é verde. Mas não existe um só tom, há diversas tonalidades verdejando por aquela terra que por pecado de Deus é vermelha como os lábios dos anjos caídos. Ah! Quanto prazer posto no beijo dos pés com aquela terra.
Ali tudo é infinito. Não há som senão o dos abacateiros. E como eles contam histórias. O vento roça suas galhas e lendas vão caindo ao chão como pássaros sem ninho. As árvores dão idéia de proteção. Uma verdadeira fortaleza viva. Um labirinto onde habitam faunos e outras criaturas mágicas. Há uma leveza ali difícil de explicar. Às vezes se tem a impressão de que há uma crônica falta de gravidade. Há uma tendência ao vôo. Vôo livro. ...
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