Daniel Campos

Prosas

Ou exibir apenas títulos iniciados por:

A  B  C  D  E  F  G  H  I  J  K  L  M  N  O  P  Q  R  S  T  U  V  W  X  Y  Z  todos

Ordernar por: mais novos  

Encontrados 3193 textos. Exibindo página 233 de 320.

22/07/2010 - Pedidas

Para os fracos, coragem. Para os medrosos, confiança. Para os cansados, ânimo. Para os necessitados, tudo. Para os descrentes, nada. Para os inseguros, determinação. Para os aflitos, alívio. Para os desesperados, fé. Para os loucos, a glória. Para os criminosos, a escuridão perpétua. Para os arrependidos, um caminho. Para os mentirosos, a dor da verdade. Para os falsos, a solidão. Para os apaixonados, o desejo. Para os frívolos, a chama.

Para os doentes, alma. Para os alunos, a sede. Para os profetas, o silêncio. Para os egoístas, a partilha. Para os soberbos, a dúvida. Para os jardineiros, rosas e margaridas. Para os santos, a prova. Para as mães, o elo. Para as crianças, contos de fada. Para os trabalhadores, sal. Para os ausentes, o peso de suas atitudes. Para os agourentos, o azar. Para os hipócritas, a consciência. Para as bocas, beijos e palavras. ...
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

21/07/2010 - Bafafá

Podem criticar, falar mal e até maldizer meus escritos. Podem repudiar, ignorar e até desfazer das minhas linhas. Podem fazer cara feia, sapatear e até vomitar diante dos meus versos. Faço questão de informar aos descontentes com a minha poética que nada disso vai me impedir de continuar. Continuar a escrever independentemente se vão ou não gostar da minha prosa. Tenho em mim a certeza de que é muito melhor ser lido pelos olhos fundos das gavetas do que pela ignorância que reina por aí.
...
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

20/07/2010 - Capítulo 39

Jhaver sofre naquele mundo de sombras e Sebastian, no quarto daquele hospital que há mais de vinte dias se transformou praticamente em sua casa. Entregou-se àquela vigília de um jeito que só a fé ou o amor são capazes de explicar ou compreender. No entanto, o fato de Malena ter acordado não indica que o pesadelo chegou ao fim.

Depois que voltou do coma, das paradas cardíacas e respiratórias que sofreu e dos sedativos, Malena olha para aquele homem que solitariamente a vela, com olhos de esperança, sentado em uma cadeira não menos branca do que tudo o que existia ali e pergunta de forma direta:...
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

20/07/2010 - Cheio

Estou cheio. Cheio de tanta interferência, de tanta indecência, de tanta falta de clemência. Estou cheio como um copo vazio está cheio de ar. Estou cheio de lamentações, de falsos perdões, de traduções baratas do sentimento. Estou cheio de problemas e de outros ecossistemas. Estou cheio de tremas, não-poemas e quedas de sistema. Estou cheio de buracos e sorrisos opacos. Estou cheio de conversa fiada, de estrada que leva ao nada.

Estou cheio. Cheio de realidade, de tarde e de saudade. Estou cheio de mentiras, de viver sob miras. Estou cheio de assombrações, porões e outros grotões. Estou cheio de luar como céu escuro caído nas ondas do mar. Estou cheio de gastrites, artrites, sinusites. Estou cheio de pranto e espanto. Estou cheio de pó e de nó. Estou cheio de insensatez, de lucidez e de água como um rio correndo em sua aridez....
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

19/07/2010 - Morredura

Morre a tarde. Morre o dia. Morre o sol. Morre o padre. Morre a dicotomia. Morre a sonata. Morre a dança. Morre o alarde. Morre a peça. Morre o caminho. Morre o prazer que não cessa. Morre a cascata. Morre o beijo... Porque a saudade precisa nascer.

Morre o horizonte. Morre o desejo. Morre a esperança. Morre o apelo. Morre a linha. Morre o trem. Morre a estrela. Morre a chama. Morre o afeto. Morre a vinha. Morre o neto. Morre o pelo. Morre o mar. Morre a semente... Para uma nova vida brotar....
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

18/07/2010 - Ovos

A gema era tão vermelha quão o sangue da terra em que lavorava o dono daquelas galinhas. Os galos eram furta-cores, coloridos, índios de canelas alongadas e esporas afiadas. Cristas em riste, eles cocoricavam por aquelas terras descortinando o véu da noite e livrando suas noivas do açoite. Noivas de tantos vestidos e matrimônios. Com suas penugens pretas, marrons, brancas, ruivas e carijós desfilavam pelo terreiro arrancando suspiros dos frangos num amor praticamente impossível. Afinal, o destino dos frangos não era tão romântico assim: ou fariam companhia a uma boa polenta ali no sítio mesmo, ou viajariam até a cidade para conhecer outras bocas, ou ainda, se dessem sorte, substituiriam algum dos galos naquele galinheiro. ...
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

17/07/2010 - Lacunas de mulher

Quem é a mulher com olhos acortinados? Cortinas estas que escondem pátios espaçosos decorados por fontes de águas cristalinas e imponentes colunas. Será fruto da mitologia ou de outra ciência não exata. Nas praças interiores dessa mulher, estátuas de heróis sem pátria e mulheres nativas de saias coloridas e longas tranças. Que espírito de Rapunzel arrependida é esse que povoa os ares tristonhos dessa mulher que tem medo de jogar seus cabelos para algum forasteiro? Que mulher é essa que deita sua boca em dunas e se faz de lacunas por entre o doce e o austero? Será o fogo de Nero ou o demônio de Lutero? Será mulher de lacunas ou lacunas de mulher essa que quer como eu quero? ...
continuar a ler


Comentários (1)

16/07/2010 - A madurez da mulher amada

Entre uma estação e outra, a mulher amada pode surpreender pela madurez de sua fruta, notada pela exuberância de elementos maduros, com o rosado e o perfume característicos, ao longo de seu corpo e espírito. Nesta fase, que pode durar um dia ou anos a fio, o ritmo da mulher amada tem outra compreensão do tempo e uma fineza e elegância dignas de sua missão: fazer apaixonar.

Na boca alheia, os lábios da mulher amada pedem uma espera longa. Entre o equilíbrio e a austeridade, os olhos de ameixas pretas têm uma maciez e um brilho sempre úmido. Tem um toque floral no aroma, bastante envolvente. De seus poros emanam notas de um marmelo cuidadosamente tostado na madeira. Caudalosa em seus atos e pensamentos, ela está sempre pronta a inebriar. ...
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

15/07/2010 - Capítulo 38

Tudo ocorreu de forma tão rápida e inesperada naquele quarto de hospital de modo que a cena ficou um tanto quanto confusa para encarnados e desencarnados. Malena morria aos olhos de todos quando Jhaver chegou e reverteu seu quadro de saúde e seu destino.

Algo de muito estranho aconteceu. Na verdade, ele livrou Malena da influência dos castigos que lhe encaminhavam à morte ao abrir suas asas sobre ela. Em seguida, tirou a marca do castigo do espírito de Sebastian. Se Valentina pudesse ver suas costas agora não encontraria mais vergão algum. ...
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

15/07/2010 - O mundo de Hanna

Você soube do centenário de nascimento de William Hanna completado esta semana? O nome desse norte-americano pode soar desconhecido aos seus ouvidos, mas tenho certeza de que lembra de pelo menos de um de seus mais de dois mil personagens produzidos em parceria com Joseph Barbera. Personagens de novela, de romances, de teatro, de cinema? Quase. Personagens de desenho animado assistidos por pais e filhos. Afinal, quem não conhece Scooby-Doo?

Além do famoso companheiro do Salsicha, minha infância se mistura aos cachorros Dom Pixote, Bib Pai e Bob Filho, Mumbly, Dino, Hong-Kong Fu, Ruivão, Goober, Dinamite e Oscar, todos criados pelo estúdio Hanna Barbera. Depois da escola, passava as tardes em companhia da extinta Rede Manchete e da Bandeirantes deixando-me envolver com as aventuras de Zé Colméia, Família Adms, Tartaruga Tuchê, Formiga Atômica, Homem Pássaro, João Grandão, Leão das Montanhas, Manda-Chuva, Os Herculóides e tantos outros. ...
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

Primeira   Anterior   231  232  233  234  235   Seguinte   Ultima