Daniel Campos

Texto do dia

Se você gosta de textos inéditos, veio ao lugar certo.

Arquivo

2017 2016 2015 2014 2013 2012 2011 2010 2009 2008
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

Encontrados 62 textos de julho de 2015. Exibindo página 4 de 7.

16/07/2015 - Pelas voltas do relógio

De manhã me beija colocando em minha boca a sorte do dia em sete sementes de romã. Às onze horas se enrosca em meu pescoço como medalha de bronze por eu já ter vencido parte do dia me dizendo vá em frente sem demora. Quando der meio dia e meia serpenteia pelo meu corpo fazendo-o nu num ócio criativo, apaziguando o rebu ativo, buscando pausas e dando-me asas. Ao chegar as quinze e dezoito chegue como uma bandeja repleta de pães, cafés, biscoitos e frutas adocicadas e antes que eu diga seu nome permita ser devorada com toda fome. Durante a tarde verá como arde o homem apaixonado, sem futuro e sem passado, que leva o presente por entre os dentes. Às dezessete badaladas tentarei fugir e me chamará de pivete e me trará de volta à porta como se fosse o seu moleque. As dezenove, mais mansa, como quem não de amar não cansa, dirá “I love”. As vinte, acidente-se porque a noite já é nascida. E a noite até a paixão do açoite é bem-vinda. As vinte e uma já faça pernoite em mim. Meia-noite espanta meus fantasmas, deixa minha vergonha pasma, ama-me sem fim e peça para nunca eu a fazer sozinha. Quando der duas da madrugada, sentindo-se plenamente amada, com autoridade de rainha, dirá que pelas voltas do relógio, do tempo cronológico ou psicológico, é toda minha.


Comentar Seja o primeiro a comentar

16/07/2015 - Sem agora nem depois

E agora?
Estamos os dois
Sem antes nem depois
Vem ou vai
Ri ou chora
Será que cai
Em si algum dia
Por enquanto o passado
É só o passado, nostalgia
Quando a gente chegar
No tempo de agora
O amanhã já será ontem,
Anteontem, trasanteontem,
E o que estará dentro
Protegido, sonhado, iludido,
Estará então fora
Sem qualquer unguento


Comentar Seja o primeiro a comentar

15/07/2015 - Nosso tempo

Quanto do seu tempo
Você vai me oferecer
Quanto do meu tempo
Você quer receber
Quanto da sua vida
Ou do meu mundo
Você vai me dar
Em alguns minutos,
Horas, anos ou segundos
Que não vão e vem
Com o mar, só vão além,
Para sempre além,
Como rio que não volta
Quando do meu tempo
Ainda lhe importa
Quando do seu tempo
Você me importa


Comentar Seja o primeiro a comentar

15/07/2015 - Cavaleiro da paixão

Minha viola não toca por esmola. Minha poesia não rima com mais-valia. O meu canto não é por dinheiro. Eu amo e me doo por inteiro. Escrevo não para estar entre os dez mais, mas para mexer com o amor dos já e futuros casais. Minhas palavras não imploram por ouvidos, aplausos, olhares. Meus poemas são cupidos que mesmo sem notar estão pelos ares. Eu não quero nada em troca, mas é tão bom saber que meu verso provoca um beijo, um encontro, um reencontro, um desejo. Eu combato a solidão sendo cavaleiro da paixão. E não há paga para um amor verdadeiro, espontâneo e que ata como nó de marinheiro.


Comentar Seja o primeiro a comentar

14/07/2015 - Estrelas de algodão

Olhos de açucareiro
Lábios de fogareiro
Pernas de bailarina
A pinçar pelas esquinas
A sina que nos ensina
Que é feliz por inteiro
Quem não lima o tempo
Quem não tem sentimento
Por seu prisioneiro
Quem com amor rima
A vida e segue pra cima
Rumo às estrelas de algodão
Que nos levam a sair do chão


Comentar Seja o primeiro a comentar

14/07/2015 - Tire a vida pra dançar

Bota mais samba no seu requebrado. Capricha no molejo e faz o seu balançado. Sacuda a vida. Chacoalhe o tempo. Coloque pra girar a roda do sentimento. Dança mesmo que sem música. Baile com a alegria que for encontrando pelo caminho. Deixa o ritmo do coração levar seus passos. Não tema cair nem desafinar. Feche os olhos, busque a sua canção, e deixa a vida girar. São encontros, desencontros e reencontros numa constante troca de par. Gira, roda, dança, requebra e não medra. Tire a vida pra dançar.


Comentar Seja o primeiro a comentar

13/07/2015 - Ardente

Toma meu corpo de assalto, furta meus prazeres e rouba meus quereres pra sua vida. Enrosca-se nas minhas tantas despedidas que se acumulam por meus meandros. Entra com sua roupa de bailarina no meu escafandro. E diz que me ama sem dizer nada. Eu sou da mulher amada e isso é incontestável. Vou como poeta do imponderável coração. E a minha canção já é cantada por sua língua. Beija, beija, beija até dar íngua. Meus pulsos febris e nossos corações se doando como que passando em funis. São tantos amores pelos brasis, pelos braseiros, pelos brasões dos sentimentos que são balões ao vento. Agarra-me por inteiro. Atarraca-me como se eu fosse o seu prisioneiro. Amarra-me como rede por entre os coqueiros dos seus olhos que vergam para mim. Não nega que mesmo indo de encontro ao fim queremos tanto o começo quanto o recomeço. Amor de entrega não se nega e nem tem preço. Eu sou o endereço do seu desejo, da sua vontade. Vem e num beijo me invade por completo. Não tenho chão nem teto só o querer que me arde.


Comentar Seja o primeiro a comentar

13/07/2015 - No meu bolso

E o meu bolso
É um calabouço
De prosas e versos
De um universo
De linhas e poesias
Anotadas, rabiscadas
Em qualquer hora do dia
Em pedaços de papel
Papel de pão, guardanapo,
Jornal, revista, gibi
Eu não escapo
De registrar o que eu vi
O que eu senti ou vivi
E essa sentimentagem
Eu levo comigo nos bolsos
Calabouços de afeição,
De ilusão, da paisagem
Que cresce pelo coração


Comentar Seja o primeiro a comentar

12/07/2015 - Perto e dentro

No meu dialeto
Todas as palavras
Dizem e bendizem
Que querem você
Sem mais porquês
Por perto

Adoça minha boca
E me coça feito loca
Se gosta de surpresa
Posta seu corpo
Nas minhas presas


Comentar Seja o primeiro a comentar

12/07/2015 - Ipê rosa

Olha quanta prosa pelas ruas. Árvores nuas. Buquês rosas. Vê os ipês. Crê no poder das cores que explodem e eclodem amores. Pelos canteiros de ipês há tanto querer. São beijos rosados, corados, vingados de amor. São flores altas voando feito condor. São amores doces beijados de bico em bico que o diga o senhor beija-flor. São árvores de claves de sol e de lua. Entre pés de ipê, dentre homem e mulher, minha boca encontra a sua.


Comentar Seja o primeiro a comentar

Primeira   Anterior   2  3  4  5  6   Seguinte   Ultima