Daniel Campos

Texto do dia

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Encontrados 62 textos de julho de 2015. Exibindo página 2 de 7.

26/07/2015 - Além de mim

Faça o que me faltou coragem. Vá mais adiante do que eu tentei ir. Jogue-se onde eu fiquei por medo. Não olhe para trás porque o passado, eu sei bem, é só passado como eu também. Fuja dos seus receios. Supere você mesmo, pois somos nosso principal obstáculo. Avance pensando apenas no avanço. Transforme seus temores e suas dores em combustível para seguir em frente, para mudar, para não ficar onde está. Construa pontes que levem cada vez mais para você. Pois o que importa disso tudo é o que você sente. E o presente nada mais é do que você se projetando ao futuro. Seja seguro e vai como eu não fui e, finalmente, seja o que eu não sou. Se eu sou seu espelho, quebra-o.


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26/07/2015 - Pulso sentimento

Eu pulso
O impulso
Do anti-repulso
E expulso
Em soluço
O coração
Que tusso


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25/07/2015 - Matas de Pai João

Matas verdes. Matas fechadas. Matas iluminadas. Matas encantadas. Matas frondosas. Matas virgens. Matas nativas. Matas abundantes. Matas belas. Matas formosas. Matas cheias de vida. Matas dos espíritos. Matas divinas. Matas floridas. Matas dos frutos. Matas perfumadas. Matas profundas. Matas saudáveis. Matas afáveis. Matas fortalezas. Matas refúgios. Matas firmes. Matas intensas. Matas ricas. Matas resplandecentes. Matas envolventes. Matas de passaredo. Matas presentes. Matas de alívio. Matas atemporais. Matas aclaradas. Matas nascentes. Matas guardiãs. Matas enluaradas. Matas selvagens. Matas intuitivas. Matas crescentes. Matas de energia. Matas em movimento. Matas de Pai João.


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25/07/2015 - E agora hoje?

O hoje chegou
E eu ainda sou ontem
Desejando o amanhã

O passado não passou
E o futuro não veio

E agora hoje
Como ficamos?


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24/07/2015 - Muitos

Eu era um, era dois, era oito, era mil, era cem, era vinte, era eu. E eu era você e eu nem sabia nem você. Eu era também aquele, aquela, aquilo. Eu era a nuvem, o poeta, a serpente e o esquilo. Eu era o marmelo, o rastelo, o caramelo, o martelo. Eu era o menino, o destino, a menina, a sina. Eu era o antes e o depois e o agora num só. Eu era tanto e tantos. Eu era o santo e o encanto e o quebranto. Eu era o sabiá, o angorá, o tamanduá. Eu era o nó, o só, o pó. Eu era isso, isto, planta, gente, pedra e bicho. Eu era deus e era eu e era seu e o que me deu. Eu era inteiro, fora e dentro, visão e cheiro, último e primeiro. Eu era o conhecido e o proibido, o lembrado e o esquecido, o mocinho e o bandido. Eu era gênesis e apocalipse em linhas casadas, em poesias misturadas, homem na mulher amada.


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24/07/2015 - A cereja

Olhos encabulados
Nuvens nos pés
Sorrisos guardados
Beijos de mulher
Língua de pitanga
Braços de mangas
Coração de amora
E mãos de algodão
Indo vindo embora
Saudade jabuticaba
Dá nódoa na alma
Costas de encostas
E de maré calma
Ramas de paixão
Encontros tontos
Que se desdão
E sem esteios
Dão-se em seios
Num clarão
Que troveja
Quem beija
O quê
O porquê ...
continuar a ler


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23/07/2015 - Iluminidade

Ilumina, ilumina, ilumina eu. Eu que não sou daqui, sou de deus. Nasci do tempo, venho do espaço. Ilumina meus passos e passa comigo. Ilumina meus braços e dá-me asas e abrigo. Ilumina meus traços e me intua por onde sigo. Se eu ando na tua eu não tenho medo do perigo. Ilumina cada esquina minha, pois a vida é encruzilhada e é preciso luz pra clarear a estrada. Ilumina, ilumina, ilumina a passarada e faça da vida a minha mulher amada. Ilumina, ilumina, ilumina pra cá que sabiá não voa na escuridão e se voar se perde na solidão. Ilumina, ilumina, ilumina, já que minha sina é a claridade. Ilumina, ilumina, ilumina me dando a iluminidade.


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23/07/2015 - Eira

Fogueira
Nos olhos de quem me quer
E poeira
Nos olhos de quem não dá pé
Canseira
Amar esperando mais amor
Bobeira
Querer ser condor o beija-flor
Figueira
Não dá o que há na mangueira
E eira
É só um naco da terra de fato


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22/07/2015 - Café jacarandá

Café sobre a mesa
Olhos de jacarandá
Cheirando à certeza
De que a mulher
É a corsária do mar
Saqueando corações
Alimentando ilusões
Nas ondas do amar

Entre um e outro café
Lágrimas arroxeadas
Vão deslizando
Chegando até aos pés
Da mulher amada
Que é o princípio e o fim
De toda e qualquer estrada
Vislumbrada
Pela criatura apaixonada


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22/07/2015 - Meus cantores

Milton nascente nascido nascença Nascimento. Gilberto braseiro brasileiro brasil Gil. Chico Buarque de angola, de luanda, de Hollanda. Paulinho do violão, da cuíca, da Viola. Martinho do bairro, do morro, da praia, da Vila. João bossa nova Gilberto. Edu lua uivo Lobo. Tom mata atlântica Jobim. Nara leoa leonina Leão. Zé rama trama chama Ramalho. Vinícius vícios amoritíssimos de Moraes. Ney bosque selva mato Matogrosso. Raul trem das sete Seixas. Caetano arcano Veloso. Elis feliz Regina. Beth mangueira ipê angico Carvalho. Clara claridade Nunes. Clementina dos santos dos orixás de Jesus.


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