Daniel Campos

Texto do dia

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Encontrados 62 textos de julho de 2015. Exibindo página 1 de 7.

31/07/2015 - Quarando o coração

De quando em quando é necessário colocar o coração para quarar, limpando-o do mundo que a todo instante está a nos contaminar com suas mundices. Não é maluquice estender o coração no chão nosso de cada dia sob um sol de ferver sabão. Só tome cuidado, fique atento, pois enquanto o coração está quarando ao vento alguém pode passar e roubar o seu torrão de sentimento. E também não vá se esquecer de deixar seu coração ao relento a sofrer de solidão que o dista das estrelas.


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31/07/2015 - A saída

Um dia atrás de outro dia
Eu via você orbitando
Girando ao redor da Terra
Semeando poesia estelar
Como quem erra ao andar
E sai a voar alto se dando
E amando além do chão
Libertando-se da solidão
Da Terra que dia após dia
Indica-nos a saída do não


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30/07/2015 - Seu jeito de amar

Num dia você me chama carinhosamente. Noutro, manda-me embora como se eu nem fosse gente. A mesma boca que grita é aquela que me enche de palavras bonitas. A mão que dá adeus é a que busca os seus prazeres e me dá conforto. Quando você me deseja morto eu sei que me quer bem, que é o seu jeito de dizer que ama e tem medo de amar também.


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30/07/2015 - Ela, flor de canteiro

Quando ela rega os canteiros
Sobe um perfume por inteiro
Do verde, do pólen e da flor
Que o vento leva por onde for
Vento perfumista alquimista
Que me traz o cheiro dela
A minha janela por favor
Sem demora vento vem agora
Pois ela já está lá fora
Com os pés pelas ramas
E as mãos pelas tramas
Das flores cheirando a amores
Que me cheiram tão bem


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29/07/2015 - Abraçaredo

Eu sei que vou lhe abraçar com todos os meus braços eu vou lhe enrolar em minha pele fazendo de nós um só casulo. E lhe envolvendo e querendo eu vou nos imortalizar num fóssil coração num tempo pra lá de bom. Vou, eu vou, vou lhe apertar em segredo e sufocar seus medos num abraçaredo. Eu sei que vou gostar, amar e me apaixonar a cada novo abraço. Vou abraçar suas pernas, sua cintura, seu pescoço, seus seios, seu dorso, seus fins, começos e meios. Eu vou abraçar seus tornozelos, seus joelhos, seus cabelos. Vou mergulhar com todos os meus braços em busca de seus abraços feitos de traços imaginários e concretos, mais que perfeitos, ao melhor do seu jeito, sentindo-me abraçado, amado e eleito.


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29/07/2015 - Que são

Penas
Que são asas
Cenas
Que são duetos
Renas
Que são estrelas
Poemas
Que são de carne
Antenas
Que são pernas
Cantilenas
Que são aquelas
Obscenas
Que são vontades
Centenas
Que são milhões
Pequenas
Que são gigantes
Ipanemas
Que são copacabanas


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28/07/2015 - A noz e o esquilo

Eu ando por ai sem saber quem sou
Se me dizem que é pra lá eu vou
Se me falam que é isso nem digo ou
Se precisam de amor, amor eu dou
Eu sou coador de sentimento ao vento
Eu coo, eu doo, eu soo amar atento
Ao tempo em que me roo por dentro
Querendo saber quem sou por ai
Se me dizem pra ir já saio daqui
Ignoro o ou e quero isso e aquilo
Eu sou o meu alimento e de mim
Me alimento. Sou a noz e o esquilo


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28/07/2015 - Picardia

Um dia eu podia ser mais do que queria ao menos uma vez. Um dia eu queria fazer mais do que você podia e não fez. Um dia eu ia ao que merecia, noutro aquém da minha galhardia. Um dia eu valia a minha fantasia, noutro a minha covardia. Um dia eu me via alegria, noutro o que me judia. Um dia eu me lia em outro dia, noutro eu caia na monotonia. Um dia eu me sabia, noutro eu não sabia nem o rumo da minha moradia. Um dia eu engolia o mundo, noutro a minha ousadia. Num dia eu doía de sangria, noutro de taquicardia. Eis a minha picardia ou o meu eu poesia.


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27/07/2015 - Melodia-canção

Viola
Risca meu peito
Ponteia
Bem do seu jeito
Cola
As minhas cordas
As suas
E me acorda
E me clareia
No seu som
E no batom
Caipira da sua boca
Me ama nada pouca
E vai tirando a roupa
Da noite no dia
E pra chamar meu coração
Assovia
A sua, a minha, a nossa
Melodia-canção.


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27/07/2015 - Homens e mulheres caramujo

Não me diga que é hora de ir, de ir embora para casa. Nosso lar é aqui e em todo lugar que nos caiba. Somos homens e mulheres caramujo, levamos o que é nosso em nós. E, ao contrário do que possa parecer, estamos mais completos quando estamos nus. Nossa bagagem interior de memórias, amores e sonhos é o que nos faz sentir em casa seja onde for. Nossa paisagem não é espelho, mas o olhar pra dentro. Visto de qualquer jeito, o coração é só um músculo. E nós somos mais que corpos, tecidos e ossos. Nós somos o que não nos rodeia. Nós somos o que nos incendeia. Não se iluda, a aranha é a aranha e não a teia. Nossa casa é nosso compilado de erros e acertos, nossos nascimentos e renascimentos, nossos encontros e reencontros, o que fizemos e o que ainda queremos fazer. Não me diga que é hora de ir, de ir embora para casa, porque nosso lar somos nós. ...
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