Daniel Campos

Poesias

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19/04/2015 - Soneto da amada fazendo as unhas

Bem cuida dessas unhas de menina
Entre alicates e demãos de tinta
Tira toda cutícula, lixa e pinta
Fazendo esculturas de queratina

Espalha esmaltes muitos pela cama
E feito manicure doutoranda
No melhor do capricho da ciranda
Fazendo as unhas dizendo que ama

Ama entre palitinhos e algodão
Ama com espátulas e acetonas
Ama... auto-retrato da perfeição

Esmalta o que deseja para si
Amores, paixões de mandar à lona...
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Soneto da amora

Ai, chora que o beijo dela é de amora
Mancha a alma e bem demora seu esquecer
Chora antes que alguém te mande sofrer
Chora a menina pequena foi embora

Do quase namoro e toda a cidade
Canta e canta em coro que foi traição
O que a menina fez da tua ilusão
E agora chora, ai chora sua maldade

O beijo roxo e doce ficou amargo
O vão entre teus braços ficou largo
E a tua comédia virou um bangue-bangue

Sai pelo velho oeste como o bandido...
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Soneto da boiada de poeira

Lembro do gosto da terra vermelha
A estreita estrada face um arvoredo
Meus pés trilhando sob cacos de telha
E o orvalho dizendo que ainda era cedo

Seguia como o maestro de uma boiada
Na cabeça, os nós da palha chapéu
Presa à mão, uma varinha improvisada
E ao lado, a réstia de cães seguia ao léu

Serpenteávamos em procissão
De passos, de olhos, de medos, de gritos
Aboios de ventania sem direção

Hoje o chapéu é fogo de palha triste...
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30/09/2013 - Soneto da confissão

Confesse que me acha chato, bobo, idiota
Que me quer longe, como Vênus de Netuno
Confesse que está louca pra bater a porta
Nesta cara pouca num instante oportuno

Confesse que optou por bem melhor companhia
Que nem se lembra do sonhador que cá existe
Confesse que voltou as costas à fantasia
De repente e sem culpa de me fazer triste

Confesse o não sentir falta desta presença
Que tudo não passou de uma vaga ilusão
E em silêncio, deu-me a solidão por sentença...
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Soneto da continuidade

Das mãos unidas fez-se sem alcance
O que sem controle escorreu em teu dorso
Na promessa de ter sido só o esboço
Das tantas laudas do nosso romance.

Ah! Se houver amor, mata teus medos...
Deixa quiçá o desespero da ausência
Dos nossos beijos... Confia na sentença
Que irá nos acorrentar sem segredos.

Fazer valer o que sempre foi válido,
Eis o Superior Tribunal do Amor
Que faz o sol em nós não se pôr pálido.
...
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Soneto da conversa fiada

Quando a noite chegar para dormir
Cansada das minhas fiadas conversas
Hei de ser como trovador que versa
O adeus, dois, três dias antes de partir.

No instante em que pousar os cabelos
De estrelas no travesseiro de plumas
Hei de trilhar no lombo de um camelo
Os caminhos desertos de quem ruma

Na imensidão vazia de um amor árido
E caem na tentação da flor de pedra
Que bela, de adeus o destino empedra.

Hei de abortar o desejo mais cálido...
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Soneto da correria

À procura da dona da tua vida
Corre torto e aporta no cais do porto
E desamarra os nós de uma partida
Rumo ao mar-adentro coração. Morto,

Ártico ou, índico ou mediterrâneo
Iça âncoras, velas, queime carvão
E atravessa os corais do subterrâneo
Rumo à ilha dos náufragos da ilusão

Tenha a lua no mar e o sol no iceberg
O destino é avante, sonha e navegue
Consulta estrelas, bússolas, desvia

De tudo o que estiver posto nos mapas...
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Soneto da desesperança

Ó tempestuoso céu a esbravejar
Em loucos urros ensurdecedores,
Eu fiel sonho sonhador a sonhar
Sobre o corpo íntimo meus temores.

Raia os raios e se põe o ventre a cortar
Num último parto de ódio e desejo
Onde os anjos caídos terão lugar
E o pecado à morte cederá um beijo.

Imploro em teus pés céu da escuridão
Cuspa-me sonoras lanças em chamas,
E traga o amor na ponta de um trovão.

Varra a solidão com seu vento norte,...
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Soneto da espera

Aquiete-se. Há de ventar o tempo
Do vento que ventará nuas sementes
Na ventania azul das águas ardentes
Correntes nascentes de sentimento

E quando esse dia enfim raiar e chegar
Eu hei de viver em pleno setembro
De primavera e lembrar que não lembro
Que as flores do tempo hão de vingar

Mesmo com todos os nossos abortos
Mesmo com todos os golpes dos botos
Mesmo com toda fome carcará

O meu amor há de brotar mesmo em pedras...
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Soneto da floração

Ò amada flor florente que floreia
Amores e flores como corante
De fogo em flor nesse céu que mareia
Negro pelo néon de teu olhar mirante

Mira-me tal farol em mar perdido
Qual marujo que grita terra à vista
Feito assassino diante do bandido
Como o sol da saudade que me risca

Mira e atira a lira do olhar de pólen
Ardente buquê de uma noiva em fuga
Desabrochando da cor toda a prole

Ò amada flor que me floresce à sorte...
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