Daniel Campos

Prosas

Ou exibir apenas títulos iniciados por:

A  B  C  D  E  F  G  H  I  J  K  L  M  N  O  P  Q  R  S  T  U  V  W  X  Y  Z  todos

Ordernar por: mais novos  

Encontrados 3193 textos. Exibindo página 271 de 320.

12/11/2008 - Especulação nuclear

A notícia de que os Estados Unidos perderam uma bomba nuclear na Groenlândia apavorou a comunidade dos ursos polares. Já ameaçados pela caça predatória e pelas mudanças climáticas, o pânico só fez aumentar. Associações e sindicatos representantes dos ursos prometem organizar um ato público expondo as mazelas da extinção da espécie, bem como entrar com uma ação por dano ambiental contra o governo americano. O noticiário da TV Ártica não fala em outra coisa.

Há quem diga que o conteúdo dessa bomba já vazou, matando milhares de animais. Os ursos que perderam parentes de 1968 (data que a bomba foi perdida) até hoje, por morte misteriosa, demonstram grande indignação. Há quem pretenda organizar ataques contra o Pentágono e, até mesmo, a Casa Branca. Como será que Barack Obama vai lidar com essa questão? Vale dizer que o presidente eleito defende a exploração de petróleo em reservas e a internacionalização da Amazônia....
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

11/11/2008 - Borboleta amarela

Quando uma borboleta amarela pousar no teu ombro é sinal de que o dia já vem. Mas não o dia dos relógios, dos calendários, dos cotidianos. Falo de um dia especial, que não sabe se é sol ou lua. Quem sabe os dois dividindo o mesmo céu ou a mesma terra ou o mesmo mar. Ah! Enquanto voa, essa borboleta de asas amareladas vai mexendo com as marés, com as sementes, com os cabelos que são de pólen, que são de néctar. Asas de ouro, asas de trigo, asas de mel.

Magicamente, o pó de suas asas cega nossos olhos para tudo o que não for poesia. E aquele balé no céu vai deixando cada vez mais clara a poética da vida. E eu aprendi na escola que amarelo com azul dá verde. E verde é a esperança que se espalha pelas chuvas de novembro. Pena que muitas não vivem mais do que um dia. Pena que muitas são seduzidas pelas redes dos caçadores. Pena que muitas sintam o alfinete afixando seu corpo a um quadro morto. ...
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

10/11/2008 - Há sempre alguém

Há sempre alguém feliz a andar por aí. Alguém que canta feito passarinho. Alguém que espanta os males. Alguém que acredita na santa e vai, com fé, mesmo a pé, aonde Deus quiser. E é uma gente que se contenta com pouco, afinal o sonho maior é estar vivo. E o melhor desse carnaval é que essa gente agradece pelo que tem e pelo que não tem. É uma gente farta de sorriso e cor, pronta para distribuir amor, seja para que lado for.

É uma gente que vive de dentro para fora, oferecendo-se para o mundo. Uma gente que ajuda, que auxilia, que se põe de guia. Uma gente que não pede nada em troca. Uma gente que é feliz de nascença e marca presença. Uma gente que vibra pela vitória alheia, que comemora cada amanhecer e que faz da alegria um bem-viver. E o sofrer? Bem, o sofrimento é só mais um sentimento a ser destilado pelo teu pensamento. ...
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

09/11/2008 - Clemência, Clementina

As estrelas suavam de calor. O escuro da noite pesava. A falta de vento asfixiava, cometendo tentativa de homicídio. Depois de Roberto Carlos, Milton Nascimento e Gonzaguinha, chegou Clementina na roda dos meus ouvidos. Há tempos ninguém ouvia falar dela. Mas ela chegou. Foram chamá-la e agora, estava aqui, em renda e voz. Era por volta de onze horas e trinta minutos da noite quando aquela África dos morros cariocas desceu, subiu e entrou em casa com sua voz forte e negra:

?Eu não sou daqui ...
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

08/11/2008 - Liras do Campônio

Ele acorda e faz da lua o seu sol. Caminha pelo escuro da estrada escuridão e testemunha o dia nascendo no fundão. A estrada é de pó e de poeira, e a esperança vai por companheira. E como cigarra do sertão, canta para espantar a solidão. Canta como o último trovador as trovas românticas de um tempo cantor e, outrora, sedutor. Fala de amor, fala de saudade, fala da cor daquele beijo e da cidade do desejo. Será ficção ou realidade?

Só que ao contrário daqueles que não passam por ele, porque dormem ou esperam o sol, ele canta em italiano. Não há engano naquele descendente de sicilianos que vieram para cá tentar outros planos. E como um tenor, canta a dor de um tempo cantor. E quem está na cama, detrás das cancelas, no fechar das janelas, sonha e ama em outra língua. Ah! Que seja bem vinda a lira do cantor sonhador. ...
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

07/11/2008 - Hora de dormir

Apague a luz, é hora de dormir. O dia morreu e não adianta chorar mortos e feridos. Cubra a cabeça e esqueça dos vaga-lumes que ficam lhe trazendo lembranças de luz e sombras de medo num mesmo vôo. Reza para teus santos, para teu anjo-protetor e se entregue à escuridão do dia que acabou. Ah! Valha-se de tudo que viveu para enfrentar o que passou e o que passa por você.

Apague a luz e não dê bola para o que o travesseiro venha a lhe dizer. Ah! Lembra-se daquele cachorrinho com que você brincava quando criança, ah imagina que ela está ao seu lado. Chora, mas chora quieta para não chamar atenção da legião de choradores que anda por ai. Se optar por calmantes, tranqüilizantes, soníferos e afins, não se esqueça que um dia terá de acordar. Se quiser me contar seus fantasmas, basta acender uma vela....
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

06/11/2008 - Cantoria

Mais do que um grito, o meu canto é uma súplica contra a morte do dia-a-dia. Feito cigarra, quero explodir de amor, de fantasia e de outras intensidades musicais, ou seriam sentimentais? Feito soldado que vai para os campos de batalha, quero duelar o meu sonho e cantar a minha guerra. Feito trovador, quero espalhar minhas trovas olhos e luar afora. Feito quem chora, quero lançar meus sentimentos ao vento. Feito amora, quero manchar a boca de quem devora meus versos, e me doar pelo avesso num desejo sem paga ou preço. Ah! Quero ser a serenata que passa debaixo da tua janela arrancando de tua boca um sorriso envergonhado. ...
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

05/11/2008 - Vida quântica

Quantos projetos você já engavetou sem querer? Quantos sonhos você já teve de deixar pra trás? Quantos amigos já lhe traíram? Quantas vidas você já gastou? Quantos prazeres se transformaram em dor? De quantas chegadas só restam partidas? Quantas estrelas cadentes já passaram pela sua frente? Quantos pedidos já se realizaram? Quantas fantasias você precisou sufocar para poder continuar? Quantas às vezes em que já mudou o destino e perdeu?

De quantos remédios você precisa para sobreviver? Quantos mistérios você já desistiu de descobrir? Quantas histórias você deixou de contar, de ouvir, de viver? Quantos caminhos ficaram longos demais para você percorrer? Quanto de saudade você guarda no peito? Quanto de bom se transformou em ruim? Quantas certezas já não são tão certas assim? De quantos sóis o seu céu tem precisado? Quantas as noites em claro que você tem vivido?...
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

04/11/2008 - Chega de ilusão

É hora de arrumar as malas. O mundo vai acabar amanhã. E o que você vai levar? Sua falta de fé? Porque só embarcará quem conseguir enxergar além da superfície das coisas. Na outra dimensão, não existe o supérfluo. E tudo o que está a sua volta é ilusão. A matéria que forma os carros, as casas, os eletrodomésticos, as roupas, os corpos é moldada de acordo com interesses mundanos. Os coleguismos, amizades, transações comerciais não passam de ilusão. E ilusão negativa, obsessiva, destrutiva.
...
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

03/11/2008 - O gosto amargo de 1989

Há títulos que custam muito suor, muito talento, muita determinação, muita ousadia e muito dinheiro. No caso da decisão do campeonato de F-1, que vestiu de verde, amarelo e vermelho o circuito de Interlagos, as cifras roncaram tão alto quão os antigos motores V12 da Ferrari. Eu acompanho esta modalidade esportiva desde as primeiras corridas de Ayrton Senna e posso afirmar, com certeza, que algo não cheirou bem na última do GP Brasil. E esse fedor não foi de borracha queimada ou de motor estourado. ...
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

Primeira   Anterior   269  270  271  272  273   Seguinte   Ultima