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Encontrados 3193 textos. Exibindo página 266 de 320.
28/07/2009 -
Magyarország
Havia uma mola de 12cm e 800 gramas no meio do caminho de Felipe Massa, que caminhava ligeiro, a 280 quilômetros por hora, pelas planícies húngaras. A mola, ao contrário da pedra de Drummond, não estava parada, estática, tampouco petrificada no meio do caminho. Ela voava como um pássaro metalizado. O problema é que voava na direção contrária do piloto. O encontro, no script da fatalidade, era inevitável. Das pistas para um hospital militar na Hungria. Do circuito de Hungaroring para Budapeste. Do nervoso motor italiano para os potentes aparelhos da UTI....
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05/03/2009 -
Pães de queijo de Rosa e Drummond
Eram pelo menos trinta pães de queijo se acotovelando em uma travessa. Na verdade, mini-pães num amarelo de sol de inverno, quentes de forno, aflorando água nas pedras que se incrustam pela boca. Pães de queijo cheirando a pães de queijo. Um aroma legítimo. O perfume não era de congelados, empacotados, embalados, guardados, conservados e outros "ados". Á primeira vista, não havia nada de artificialismo nesses pequenos.
Depois da crosta rachada, como os leitos de um São Francisco em época de estiagem braba, o anúncio, explícito, do queijo derretido. Queijo minas. E não era qualquer minas, mas Minas de Guimarães Rosa. Imagine o leite vindo das vaquinhas espalhadas pelos grandes sertões e veredas. Imagine aqueles personagens mágicos espremendo o queijo com as próprias mãos. Este é o pão de queijo que se oferece despudoradamente belo e timidamente mineiro bem diante dos meus olhos. ...
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12/01/2009 -
Apostando em pétalas
Tudo outra vez neste jogo de azar. As cartas estão na mesa, estão na manga, estão nos castelos de paus e ouros. E a dama de copas saiu e ainda não voltou. É ela quem lê e vê e coloca em prática a minha sorte. E eu a defendo com as espadas do meu carteado e dou xeque-mate em qualquer rei ou peão que usar cruzar o nosso caminho. Pelas paralelas ou diagonais, eu invoco os deuses do jogo, eu trapaceio, eu blefo, eu ganho e perco por amor.
Eu bato figurinhas e viro o nosso destino. Eu pulo amarelinha e chego ao seu paraíso. Eu faço apostas no banco imobiliário do nosso futuro. Eu escrevo seu nome no muro e saio pelas ruas brincando de me esconder e de lhe achar. Eu me enforco em busca de uma palavra que lhe traduza. Eu caço seu nome em sopas de letrinhas, eu ligo pontos que formam seu rosto, eu procuro sete erros em você e desisto. ...
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31/12/2008 -
O que fica pelo caminho
Quantos versos, quantas linhas, quantas declarações de amor vão ficar para trás. Quantos beijos, molhados e doces, vão ficar para trás. Quantos sonhos, caídos pelo caminho, vão ficar para trás. Quantos rostos, a se perder pelos dias, vão ficar para trás. Quantos tijolos empilhados, quantas cartas encasteladas, quantas pedras do dominó enfileirado que é a vida vão ficar para trás. Quantos sorrisos, soluços, choros e prantos vão ficar para trás. Quantos vôos voados ou não vão ficar para trás.
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30/12/2008 -
Queima de fogos
Eu quero uma queima de fogos completa, com direito a beijos de artifício. Quero me acabar no céu da sua boca, em uma chuva de rubi. Quero me iluminar em seu corpo, em um efeito mais que especial. Os rojões subindo, explodindo, espatifando-se em luzes por entre a noite escura. Ah! Quero beber champanhe em seus olhos coloridos de prosperidade. E, por entre os ruídos e as cores dos fogos, quero amar-te num amor pirotécnico.
Seja na sacada, na areia, no asfalto, no píer, quero queimar junto a cada fagulha de seu ser. Eu quero derreter como vela que abre caminho, quero deslizar como oferenda que vai de mansinho, quero me embrenhar pelo rastinho de seu carinho. Eu quero que sejamos palco, um do outro. Um palco octogonal e vazado, visto de todas as direções, a ponto dos fogos nos cruzarem em lanças de fogo e luz. ...
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29/12/2008 -
Abelharuco
Lá vem o abelharuco-europeu tingindo o céu no seu colorido. Tem uma coroa marrom-avermelhada. Tem uma máscara preta. Tem um peito turquesa. Tem penas na garganta cor de sol entardecido. Lá vem ele tão lindo quão cruel. Para lhe valer o nome, come da abelha não o mel, mas o seu veneno. Lá vem o assaltante das colméias. Corram abelhas, corram do abelharuco, corram ovelhas, corram para ver o céu colorido de abelharucos. Abelharucos da Espanha ao Cazaquistão.
Lá vem o abelharuco da primavera enamorando o abelharuco do verão criando os filhotes e uma outra coloração. Lá vem o abelharuco à procura de colméias. Caçando abelhas e se esquivando do falcão e atravessando o estreito de Gibraltar. Lá vem o abelharuco espanhol acasalando com a fêmea africana, lá vem o abelharuco húngaro amando a italiana. Lá vem a jovem ave na contradança mais colorida dos céus buscando amores, parceiros e o amor para alimentar sua sede fel. ...
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28/12/2008 -
Antes de morrer
Antes de morrer, quero viver-te apenas mais uma vez. Antes de morrer, quero andar no teu barco de papel pela enxurrada. Antes de morrer, quero escrever em minha lápide o último verso deste amor que não finda. Antes de morrer, quero me entregar a essa doença incurável chamada sentimento. Antes de morrer, quero balançar em uma estrela. Antes de morrer, quero roubar-te mais um beijo. Antes de morrer, quero saltar de asa-delta sobre o teu céu. Antes de morrer, quero me enrolar em seus cabelos e fincar as unhas em suas costas para que ninguém me leve de você. ...
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27/12/2008 -
Farvel
Estou na Groenlândia. Aqui, os blocos de gelo rugem. É difícil diferenciar o que é gelo e o que é urso. O gelo é branco. O urso é branco. O tempo é branco. E tudo é tão frio quão vazio. Por aqui não passa trem, não há florada de ipê, não tem fogueira de São João. No Ártico, o dia parece não acabar nunca. E a noite é um sonho e um pesadelo. E os dinamarqueses ainda tiveram coragem de chamar essa branquidão de terra verde. Onde estão as árvores? Onde estão as plantações? Onde estão as ervas daninhas? ...
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26/12/2008 -
Tudo o que eu queria da vida
Tudo o que eu queria da vida era um amor, um barco e um mar alaranjado. O amor, a vida me deu num belo presente cheio de fitas e magias. O barco está fora de cogitação. E o mar corre vermelho, corre azul, verde, mas não se laranja em momento algum. Do amor, tenho os gomos de beijos e os pedaços do desejo. Do barco, só tenho o vento que me sopra e a vela que eu acendo em prece no ardor deste amor. Já do mar alaranjado eu não tenho nada, já que o sol não quer tingi-lo, apenas frigi-lo em chamas azuis....
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25/12/2008 -
Pozdrevlyayu s prazdnikom Rozhdestva is Novim Godom
Estranhou o título? Pois bem, é feliz natal em russo. Afinal, graças à crise mundial que abalou sobre o mundo, a coisa está russa. Quem acostumou a se fartar de leitão no natal em razão do preço do bacalhau e do peru, teve que engolir trinta por cento de aumento na carne suína. Mas o Lula está otimista. Então, digo para ele: Kala Christouyenna! Não entendeu nada? É feliz natal desejado em grego. Afinal, a esperança criada em torno do operário foi um belo presente de grego que nos demos há alguns natais. ...
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