30/12/2008 - Queima de fogos
Eu quero uma queima de fogos completa, com direito a beijos de artifício. Quero me acabar no céu da sua boca, em uma chuva de rubi. Quero me iluminar em seu corpo, em um efeito mais que especial. Os rojões subindo, explodindo, espatifando-se em luzes por entre a noite escura. Ah! Quero beber champanhe em seus olhos coloridos de prosperidade. E, por entre os ruídos e as cores dos fogos, quero amar-te num amor pirotécnico.
Seja na sacada, na areia, no asfalto, no píer, quero queimar junto a cada fagulha de seu ser. Eu quero derreter como vela que abre caminho, quero deslizar como oferenda que vai de mansinho, quero me embrenhar pelo rastinho de seu carinho. Eu quero que sejamos palco, um do outro. Um palco octogonal e vazado, visto de todas as direções, a ponto dos fogos nos cruzarem em lanças de fogo e luz.
Em um espetáculo sincronizado, quero me alimentar de sua pólvora e me incendiar em suas centelhas. E depois, quero brindar meus lábios em seus lábios e cair no mar de seu corpo. Que suas ondas me levem, me arrastem, me naufraguem. E, desde já, deixo claro que eu não quero balsa alguma a me resgatar. Quero afundar de vez em seus sonhos, em suas entranhas. E, antes que o dia amanheça, ardendo em cinzas, quero pedir bis.
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