Daniel Campos

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19/04/2010 - Magia bailarina

Como é mágica a bailarina que ao se equilibrar na ponta dos pés se afasta do núcleo da Terra, fragilizando a força gravitacional que prende homens e mulheres. Com as mãos arqueadas ao céu e o corpo em ponta, a bailarina volteia deixando tonta a platéia ao seu redor. Mais do que dançar, a bailarina apronta com aquela roupa única. De longe os meninos a apontam dizendo: olha lá, olha lá a bailarina. Sim, ela é inconfundível e incorruptível. Afinal, ela pode até dançar outros ritmos, mas todos eles nascem de seu balé. ...
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18/04/2010 - A fada Eduarda na floresta dos sapos

Bom domingo! Hoje é o dia nacional do livro infantil. Quantos de nós já nos encantamos diante desses livros quando pequenos? Como um livro seria demais para este espaço, ofereço a você uma história infantil. Leia e a faça chegar às crianças. Não só àquelas que o rodeiam como as que vivem dentro de você.

xxx

A Fada Dourada na floresta dos sapos


Era uma vez, uma floresta triste e sombria. As árvores, além de não terem folhas, tinham os troncos cobertos por rugas e verrugas. Dizem que o lugar foi amaldiçoado por uma bruxa que fez dali seu reino e, desde então, nunca mais nasceu uma flor sequer por ali. Bicho? Só corvos, morcegos, cobras, ratos, moscas, baratas e, claro, sapos. Nem mesmo o sol se atrevia a brilhar naquele lugar. Nuvens escuras cobriam o céu o tempo todo com explosões de raios e gritos de trovões. Mas ao contrário de água, o que caia das nuvens eram sapos. ...
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17/04/2010 - Pelos cabelos da mulher amada

Eu quero a mulher que traz um mundo novo por entre os fios de seus cabelos. Um mundo com direito a grandes navegações e incursões poéticas e metafísicas. Eu quero descobrir o sexto sentido, o quinto elemento natural, o décimo terceiro signo e a quinta fase lunar ao longo do cabelo da mulher amada. Como eu queria que Deus me fizesse vento só para percorrer num sopro tais cabelos. Quanta delicadeza há implícita nos fios que desenham a moldura que me leva ao rosto da mulher amada.

Quero dourar o juízo quando o sol se derramar como um pote de mel, quente e doce, sobre os cabelos da mulher amada. Eu, ai como eu quero acampar pelos folículos pilosos de onde brotam os cabelos da mulher amada. Quero me banhar em xampus de espumas coloridas e em cremes macios e cheirosos. Quero sentir os pentes fazendo cócegas em minha barriga. Quero, ai como eu quero ver as estrelas brincando de esconder no decorrer dos cabelos da mulher amada. ...
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16/04/2010 - Universus

Amo pelo espaço, pulando de planeta em planeta com botas de astronauta. Amo ruborizado nas mais altas temperaturas de mercúrio. Amo deitando em estrelas. Amo na cauda dos cometas, sob chuva de meteoros e na língua dos extraterrestres. Amo me casando nos anéis de saturno. Amo interceptando as mensagens dos satélites. Amo sem gravidade e com toda a seriedade que o assunto necessita. Amo dentro e fora de órbita. Amo em anos-luz. Amo abrindo os braços ao vento-estelar. Amo cosmologicamente. Amo num fenômeno luminoso. Amo universus, “todo inteiro”. ...
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15/04/2010 - As pedaladas de Hélio

Por aquela estrada estreita, divisa tênue entre a arquitetura da cidade e as histórias do campo, Hélio pedala sua bicicleta. Pelas curvas e ladeiras, leva sua marmita, suas ferramentas, seus sonhos. O chinelo de dedo rodando no pedal mantém em órbita um mundo encantando ou o que sobrou dele. Hélio é o último dos três guardiões das terras que um dia formaram a lendária fazenda de José Barbosa. Luiz, seu cunhado, sempre preferiu as estradas às plantações. Morreu num acidente de caminhão. Líbio, outro irmão de sua esposa Floripes, também pegou sua estrada. O homem que muitas vezes levou a bicicleta de Hélio de carona em sua perua tomou outros rumos. ...
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14/04/2010 - Luto oficial de três dias

A morte de alguém famoso ou uma tragédia coletiva são fatos que levam à administração pública decretar luto oficial por alguns dias. Na maior parte das vezes, três. As bandeiras hasteadas a meio mastro indicam esse estado de pesar. Mas no que isso diminui a dor da perda? Para além do sinal de respeito e tristeza pelo acontecido, o luto oficial deveria levar a atitudes diferentes. Algo que possa ultrapassar o caráter de homenagem, já banalizada hoje em dia, e interferir na prática.

De que adianta alguém desconsolado com a perda de familiares, casa e bens em razão de uma enchente saber que o presidente, o governador e o prefeito decretaram luto oficial de três dias. Tal decreto não enche sua barriga, tampouco traz seus mortos de volta. Mais do que uma reverência, o luto oficial se transformou em uma mera burocracia. O presidente da Polônia morreu e o Brasil decretou luto oficial de três dias. O que isso representa? Diplomacia, meu caros, política de diplomacia....
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13/04/2010 - Capítulo 11

Em uma sala ampla e despojada, dois homens, sob um véu de luz e silêncio, discutem um futuro que, à primeira vista, não deveria lhes pertencer.

Sentado na cabeceira de uma imensa e antiga mesa de madeira, aquele homem alto e negro que apareceu de forma discreta nos capítulos anteriores recebe a visita de um senhor de corpo e gestos tímidos, vestido de forma bastante simples.

- Por que faz isso com o meu Sebastian?

Depois de inúmeros rodeios, o senhor que pediu àquela reunião consegue fazer tal questionamento. No entanto, é extremamente temeroso no tom de sua fala, gaguejando as palavras e mantendo os olhares baixos, com medo de encarar os olhos fulminantes daquele homem que tinha uma postura altiva, típica de sua superioridade. ...
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13/04/2010 - Morro do Bumba

Perigosamente, há um Morro do Bumba dentro de cada um de nós. Um morro que pulsa. Ao longo dos anos, amontoamos várias camadas de lixo em nosso coração. Quantas coisas passadas, descartáveis, sem utilidade que vamos fazendo questão de guardar. Mesmo sem precisão, guardamo-nos. De mágoas tóxicas a sonhos não-renováveis, de passagens orgânicas a desejos recicláveis, tudo se mistura enquanto vai sendo abarrotado em condições precárias de segurança, como num imenso aterro sanitário.

Porém, chega um dia em que tudo desaba. Sem avisos, emoções são soterradas, lembranças morrem, sentimentos sofrem e algumas saudades sobrevivem bravamente. Quando esse desabamento acontece, num primeiro momento, tudo se resume a dor, medo e choro. O cérebro se encarrega de nos infestar de pensamentos e imagens nada agradáveis. A impressão que se tem é que não sobrou nada. Mas sempre sobra algo debaixo dos escombros. E por dias a fio o coração é revirado, escavado, virado de pernas para o ar. ...
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12/04/2010 - Olha o amor aí

Olha o amor aí cavalgando pelos nossos corpos e pradarias, fazendo às vezes da fantasia das fantasias, trocando a noite pelo dia, olha o amor aí transpassando nossos corações com suas flechas de cupido amador, que debaixo de um cobertor oscila entre anjo e demônio, olha o amor aí fazendo nascer a flor nos braços do vento de outono, olha o amor aí possessivo e sem dono, viajando entre a realidade do sono e o sonho da saudade.

Olha o amor aí correndo firmamento, buscando o êxtase de cada momento, virando nossa cabeça como cata-vento, fazendo-nos sangrar e se pondo a estancar nossas feridas como um bom ungüento, olha o amor aí fazendo e quebrando juramento, olha o amor aí querendo recomeçar o que não foi terminado, querendo colher o que ainda não foi semeado, querendo ressuscitar o que nunca foi enterrado. ...
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11/04/2010 - Se essa lua...

Se essa lua, se essa lua fosse minha, eu mandava, eu mandava ladrilhar, com ilusões, com ilusões que não se apagam, só pra ver, só para ver meu bem passar sem se machucar. Ah! A cantiga popular me inspira a suspirar por um mundo menos doloroso, capaz de não causar sofrimento algum à pessoa amada. Seria perfeito ao humano coração apaixonado poder preservar quem se ama de todas as mazelas do cotidiano.

A lua, pálida como a pureza da mulher amada, certamente é habitada somente por canções de amor. Quantos os casais de namorados que cantam seu romance à luz dos quartos da lua. Quantas trovas, fados e chorinhos nascem inspirados nesta noiva que arrasta seu branco véu pela noite escura. Sem dúvida alguma, a lua não sabe o medo e o terror, tampouco conhece o perigo que há nessa terra de ninguém. ...
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