Daniel Campos

Prosas

Ou exibir apenas títulos iniciados por:

A  B  C  D  E  F  G  H  I  J  K  L  M  N  O  P  Q  R  S  T  U  V  W  X  Y  Z  todos

Ordernar por: mais novos  

Encontrados 3193 textos. Exibindo página 243 de 320.

04/05/2010 - A mulher chopiniana

Em homenagem à Chopin, um certo deus pianista criou a mulher chopiniana. Sem dúvida, uma das mais imaginativas incursões pelo mundo do compositor, tanto no plano estilístico quanto emocional. Uma mui digna criação. Diante dela, nossos ouvidos são imediatamente capturados. Cada nota vinda de seu corpo vale um disco inteiro. É belíssimo acompanhar o balançado dessa mulher na Polonesa em lá bemol maior.

Virtuosística e irresistível, a mulher chopiniana é puramente sonora. Ela consegue reescrever Chopin em atos e desacatos seus construindo em si novas obras de arte. Olhos e bocas, braços e pernas, seios e coxas, cabelos e pés, fronte e nádegas vão se desenhando em linhas melódicas e harmônicas. Ela não nega, tampouco afirma Chopin. Apenas faz dele sua identidade. E é válido lembrar que o compositor polaco viveu a era romântica das artes. ...
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

04/05/2010 - Capítulo 17

Alguns espíritos de luz ligados a dona Valentina estão na sala de cirurgia do hospital onde está sendo operada Susana, a garotinha vítima do acidente envolvendo Sebastian.

Uma operação de alto risco já que ela perdeu muito sangue e bateu a cabeça contra a janela do carro.

Os espíritos que foram médicos em vidas passadas e hoje desempenham essa função no plano espiritual auxiliam os profissionais ali presentes por meio da manipulação das energias colhidas na natureza. ...
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

03/05/2010 - A cartola da mágica

A cabeça da mulher amada é como cartola de mágico, dela pode sair de um tudo. De brisas agradáveis a tsunamis devastadoras, de dias ensolarados a dilúvios divinos, de camafeus a pimentas dedo-de-moça, tudo é possível e permitido quando se trata dos pensares da mulher amada. Há quem se pele todo diante da figura da mulher amada pensadora, extremamente reclusa e desapegada de olhares.

O que pensa a mulher amada? É isso que todo homem apaixonado quer saber. Há quem empenhe a própria vida na descoberta deste que é um dos maiores segredos da humanidade. Para religiosos, a cabeça da mulher amada esconde outra bíblia tão temida quanto os evangélicos apócrifos. Para filósofos, o pensamento da mulher amada é algo que transcende a compreensão humana. Para matemáticos, uma conta irracional que pende para a numerologia. ...
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

02/05/2010 - A mulher do Alentejo

Ah! Eu quero a mulher do Alentejo. Quero correr por suas planícies a perder de vista num ritmo lento e compassado, para não deixar escapar as cores trazidas pelo sol à paisagem que nos cerca. Por Nossa Senhora de Fátima, eu quero a mulher do Alentejo. Quero me debruçar por sua planura imensa, por suas praias selvagens, por suas searas de outono ondulando ao vento. Quero toda a beleza agreste e inexplorada da mulher do Alentejo.

Que o amor, disposto em parreiras em meu corpo, se transforme em vinho a partir da mulher do Alentejo. Que ela pise em minhas costas, em meu peito, em minhas pernas tingindo-me com a mais adocicada das tintas. Quero me fazer suco em seus lábios e morador de suas casas térreas e brancas polvilhando os montes. Na mulher do Alentejo, a força da terra fala mais alto. Mais alto do que o tempo, do que o espaço e do que o aço que teima em transpassar o sentimento coração. ...
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

01/05/2010 - Ainda hoje, é assim

O coração acelera, vai a 300 km/h. Um nó insiste em amarrar a garganta. Um vento dolorido e choroso rema pelo horizonte. Um motor ronca triste ao fundo. Ainda hoje, anos e anos depois, é assim. Pode estar tudo bem, mas há um clima de desconforto. Em cada sorriso, um que de tragédia. Ainda é possível ouvir os gritos desesperados do silêncio. Ainda hoje, anos e anos depois, é assim. Exatamente assim.

Ainda é difícil acreditar, entender, explicar. Ainda é difícil esquecer. Ainda é difícil imaginar como seria o hoje se não houvesse o ontem. Ainda é difícil torcer por outra pessoa. Ainda é difícil acordar no dia de hoje. Ainda hoje, anos e anos depois, é assim. É assim uma tristeza descabida, uma emoção constantemente revivida. É assim uma expectativa de que o fim tenha enfim um final feliz. ...
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

30/04/2010 - Os chás e a mulher amada

Assim como um bom chá, a mulher amada tem um dado amargor em seus pensamentos e atitudes. Mas tem também doçura e adstringência de sobra. Dependendo de tempo e espaço, ou seja, do momento, esses sabores estarão ou não equilibrados na composição química, física e transcendental da mulher amada. Porém, o resultado depende da preparação, ou seja, da fase de conquista ou das preliminares, como quiser. Por isso há pelo menos dez tipos de mulher habitando a mulher amada.

Há dias em que ela surge com sabor suave e a fragrância de folhas frescas e jovens. Em outros, é seca. Em outros ainda, sintética e rápida como um sache. E pode surgir também ausente de sabor, apenas envolta de um buquê fantástico de aromas. Sem dúvida alguma a mulher da primeira colheita, colhida na primavera, é a mais cobiçada. No entanto, para além das flores, a mulher de inverno tem sabor mais intenso e encorpado. Isso sem contar que ela pode vir fria ou quente, ainda em ebulição, aos seus olhos e boca. ...
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

29/04/2010 - Capítulo 16

Sebastian não consegue encontrar o perfume amadeirado e a roupa verde claro que sua sogra havia lhe pedido, tampouco revogar sua punição no Ministério Público. Foi uma saída em vão. Um tanto abatido, acomoda-se em uma lanchonete, pede um sanduíche e um suco. Neste momento, seu telefone toca. É Malena.

- Oi meu amor

- Tem certeza de que sou seu amor?

- Claro que é...

- Eu não estaria tão certo disso se fosse você.

- Jhaver?...
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

29/04/2010 - Mulher querubim

Porque o amor é o caminho, vivo assim: mergulhado no vinho de sua boca em busca do anjo querubim que lhe habita e, quiçá, palpita meu humano coração. Por ser assim uma criatura sobrenatural, mulher amada, busco suas asas por entre as casas dos seus botões entreabertos. Como são secretos seus caminhos, caminha em meus desalinhos. Leva-me à Árvore da Vida, ao lado oriental do Jardim do Éden. Leva-me já amanhã pela manhã para além do pecado da maçã.

Menina alada arqueia seu corpo e flecha meu peito com suas sete setas. Que desse ferimento sangre uma paixão desenfreada, um amor sem limites. Porque o sentimento é a sina dos viventes, vivo assim: tomado por essa guerra ardente que me domina com doses de sofrimento e ungüento. Invento um tempo e não agüento e suplico por um beijo bento e pecador de sua boca querubim. Eu amo lhe caçando pelos céus com balas de festim sabor cereja. Beija-me!


Comentários (1)

28/04/2010 - Dia da Sogra

Hoje é o dia da sogra. Por si só, a nomenclatura “sogra” é pesada. Pudera, há uma infinidade de sogras por aí vivendo para atrapalhar o romance de seus filhos e filhas. A maioria entra de sola no que considera uma disputa, fazendo chantagem e outros joguinhos no melhor estilo “mãe dedicada”. Existe até a penterofobia, que é o medo de sogra. Por esse histórico, o dia de hoje é pouco festejado. Azar do comércio que lucra bem pouco com a data. No entanto, há exceções. Este escritor, graças aos bons deuses, vive uma delas....
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

27/04/2010 - Capítulo 15

São rios de lama podre correndo como esgoto. São árvores mirradas, retorcidas e, em sua maioria, secas. Não há plantações ou pomares. Só uma terra ruim, infértil, e incontáveis pragas. São cobras, ratos, baratas e outras criaturas asquerosas se esgueirando pelo caminho. Não se vê luz natural alguma por ali. É como se o sol tivesse apagado por completo.

Uma nevoa densa toma conta de tudo, impedindo a luz de astros e estrelas ultrapassar. Manhãs e tardes são vividas em clima de penumbra. E quando vem a noite, a escuridão emoldura uma lua vermelha como sangue no céu. ...
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

Primeira   Anterior   241  242  243  244  245   Seguinte   Ultima