Daniel Campos

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12/04/2010 - Olha o amor aí

Olha o amor aí cavalgando pelos nossos corpos e pradarias, fazendo às vezes da fantasia das fantasias, trocando a noite pelo dia, olha o amor aí transpassando nossos corações com suas flechas de cupido amador, que debaixo de um cobertor oscila entre anjo e demônio, olha o amor aí fazendo nascer a flor nos braços do vento de outono, olha o amor aí possessivo e sem dono, viajando entre a realidade do sono e o sonho da saudade.

Olha o amor aí correndo firmamento, buscando o êxtase de cada momento, virando nossa cabeça como cata-vento, fazendo-nos sangrar e se pondo a estancar nossas feridas como um bom ungüento, olha o amor aí fazendo e quebrando juramento, olha o amor aí querendo recomeçar o que não foi terminado, querendo colher o que ainda não foi semeado, querendo ressuscitar o que nunca foi enterrado.

Olha o amor aí extrapolando os limites, não ouvindo conselhos e dando palpite, olha o amor aí caindo de tontura do último andar do arranha-céu depois de ter invertido o papel de criador e criatura, olha o amor aí decidido a tirar da pedra o mel, a fazer um fogaréu a partir de duas bocas, a suspirar em vozes roucas, a trazer normalidade às mentes loucas, a fazer um romance a partir de quatro palavras: olha o amor aí.


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