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Encontrados 3193 textos. Exibindo página 216 de 320.
18/12/2010 -
Bateau Mouche
Minha vida afunda nos seus olhos fundos da dor que lhe inunda. Meus passos naufragam em seus braços seguindo o compasso das ondas. Ronda você os meus dias como maresias de um mar que me quer a pique. Replique as minhas vontades que já vão dentro de garrafas, litros de saudade e solidão, à procura de olhares, cidades e salvação. Seu vento a revés rasga meu convés. Entre um país basco e um adeus monegasco aperta-me rompendo o meu casco. Com seu jeito de menina você me leva a mil léguas submarinas. A tragédia anunciada e as bailarinas d’água. ...
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17/12/2010 -
Tomara o tempo fosse diferente
O velho Vinícius me ensinou que “a coisa mais divina que há no mundo é viver cada segundo como nunca mais”. Uma versão viniciana para o famoso carpe diem. O tempo é impiedoso. Enquanto estamos entretidos com trabalho, sono, televisão, jogo, conversa fiada, ele está passando como vento que não cessa. Passando e carregando um pouco de tudo, inclusive, de nós. O tempo é mar bravio, que vira nossos cascos de pernas para o ar. O tempo é o Deus sempre presente e atuante. O tempo é para todos e de ninguém. O tempo é a locomotiva, cada um dos vagões que seguem em fila indiana e o trilho vazio também. ...
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16/12/2010 -
Flerte nº 89
Você é perfeita, dos meus dias a eleita. Mona Lisa pós-moderna, batata da minha perna. É sublime sensação, lua de batom. Mania predileta, ilha deserta. Sabor dos sabores, deixa dos atores. Pelos de arrepios, corredeira dos rios. Bobagem dos apaixonados, desejo dos tarados. Juras de carne e osso, santa do pau oco. Jogo e brinquedo, sorte e medo. Luz que rompe, beleza que corrompe.
Você é poesia pequenina, estrela peregrina. Néctar do fruto, posse e usufruto. Promessa madura, doença sem cura. Paixão que estonteia, brisa que mareia. Reza do interior, lenda de amor. Vela que veleja, céu que troveja. Canção de ninar, clarão de âmbar. Doce de candura, fonte de loucura. Sentimento arredio, arrependimento tardio. Beleza oculta, magia absoluta. ...
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15/12/2010 -
Quantidades e qualidades
De quantas cenas é feito o seu cinema? De quantas trovas é feito o seu poema? De quantas mulheres é feita a sua fêmea? De quantas colombinas é feito o seu carnaval? De quantos partos é feito o seu pré-natal? De quantas velas é feita a sua nau? De quantos cavalheirismos é feita a sua dama? De quantos gemidos é feita a sua cama? De quantas histórias é feito o seu drama?
De quantas crendices é feita a sua fé? De quantos passos é feito o seu pé? De quantas bocas é feito o seu canapé? De quantos ladrões é feito o seu crime? De quantos reflexos é feita a sua vitrine? De quantos laços é feito o seu biquíni? De quanta hipocrisia é feita a sua mentira? De quanta raiva é feita a sua ira? De quantas notas é feita a sua lira? ...
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14/12/2010 -
Fábrica de sonhos
Eu escrevo como uma sina, como uma missão, como um milagre contínuo. São muitas personagens me habitando, querendo sair a todo instante das minhas entranhas por meio das minhas mãos. Mãos que escrevem, mãos que digitam, mãos que esboçam o ar. São tantas histórias misturadas, aglomeradas, guardadas pelo meu eu. Personagens de tramas diferentes vão se flertando, se perdendo, se achando, se dando e se matando pelas minhas linhas internas.
No meu íntimo há um mundo mágico, habitado por mocinhas e vilões, por heróis e bandidas, por seres desta e de outras dimensões. Alimento todos eles diariamente, independentemente se reais ou imaginários. Afeiçôo-me a todos eles em intensidades e formatos distintos de afeto. Eles dependem de mim e eu deles. Não os controlo, apenas os cultivo. Eles são parte de uma grande fábrica de sonhos. ...
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Comentários (1)
13/12/2010 -
Receituário de amor e paixão
É mister diminuir a distância que separa nossos olhos, deixando de lado todos obstáculos e imbróglios da vida cotidiana. Que tal perder o medo de altura e se atirar desse penhasco que é a vida de forma insana. Usa as asas geradas pelos seus sonhos e plana. Plana sobre prédios e espinhais, sobre tédios e carnavais. Vamos amar pelos espirais do DNA da paixão mais louca já nascida. Vamos amar fazendo de casa encontro, a despedida; e da despedida, o reencontro.
Contudo, para se conseguir tudo isso, é fundamental que nossos olhos se casem de tal maneira que haja um só olhar sobre todos os aspectos, seres e teorias. Que nossos corpos habitem para além das fantasias e palpitem mil e uma poesias. A estrada já é curta, não há necessidade de atalhos, tampouco de retardos. Façamos de nossos corações alvos comuns de dardos cupidianos. Façamos de nossas profissões de fé a provação de nossos planos e a prova de nosso amor sobre-humano.
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12/12/2010 -
Renda-se ao Natal
Franceses enfeitam a catedral de Strasbourg com luzes coloridas. Japoneses caminham entre a iluminação natalina do Shinjuku. Ingleses quebram o frio com as luzes da rua Oxford, no centro da capital inglesa. Os alemães compram decoração para suas árvores no mercado de Nuremberg, na Baviera. Chilenos suspiram diante da árvore instalada no centro de Santiago. Russos compram mel, grãos e frutas para a ceia. Italianos montam presépios gigantes em Gênova.
Argentinos já planejam o Natal com muito vinho, fogos de artifício e espumante. Os reis magos caminham trazendo os presentes das crianças. Norte-americanos passam cobiçando as vitrines das lojas da Quinta Avenida. Irlandeses desejam “Feliz Natal” em Dublin. O Papai Noel dinamarquês aparece nos jardins de Tivoli, o parque de diversões mais antigo da Europa, em Copenhague. Cariocas se amam tendo a árvore da Lagoa Rodrigo de Freitas como cenário. ...
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11/12/2010 -
Manguitas
Do lado debaixo de uma curva de nível bastante funda, onde antigamente reinavam goiabeiras, cavalos e abóboras, três mangueiras despontavam como senhoras do lugar. Duas mais frondosas e outra, um tanto quanto esbelta ficavam entre o açude e a estrada de pinheirinhos. Mangueiras de copa graciosa, lembrando, na baixada do sítio, saias verdes rodadas. Não eram mangueiras de manga rosa, de manga adem, de manga palmer, de manga espada, de manga manteiga, de manga abacaxi, de manga tommy... eram mangueiras de manguitas. ...
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10/12/2010 -
Daqui a alguns dias
Daqui a alguns dias eu, poeta do acaso, vou encontrá-la jovem, febril de novas ideias, numa arte que não é exposta em museus. Vou encontrá-la de modo a fazer surpreender os mais viajados. Vou encontrá-la à beira-rio, numa poética noturna e efervescente em todo canto de seu corpo, em constante e permanente urbanização. Vou encontrá-la de um jeito que nem mesmo o maior dos artistas é capaz de criar. Vou encontrá-la quente, metropolitana, underground, independente, vanguardista e corajosa como nunca dantes. ...
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09/12/2010 -
Capítulo 60
Durante o sono, o perispírito de Sebastian é conduzido por Jhaver até um lugar do plano superior que não tem nome na Terra. Um bosque bonito, todo orvalhado, repleto de relva e pássaros. Depois de uma pequena conversa, deixa-o sentado nas raízes de uma árvore frondosa. O promotor não entende a razão daquela viagem espiritual, mas, a pedido de seu protetor espiritual, aguarda algo ou alguém naquele lugar desabitado.
Ao contrário de tempos passados, Sebastian já não questiona ações alheias, tampouco se nega a fazer o que lhe é pedido. Confia plenamente nos seres de luz que o rodeiam. Não há outros espíritos ali, naquele bosque, mas uma natureza intacta e exuberante capaz de renovar as forças de encarnados e desencarnados. E é esse frescor que ele tenta aproveitar ao máximo. Está descalço, pisando em folhas caídas. ...
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