Daniel Campos

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16/12/2010 - Flerte nº 89

Você é perfeita, dos meus dias a eleita. Mona Lisa pós-moderna, batata da minha perna. É sublime sensação, lua de batom. Mania predileta, ilha deserta. Sabor dos sabores, deixa dos atores. Pelos de arrepios, corredeira dos rios. Bobagem dos apaixonados, desejo dos tarados. Juras de carne e osso, santa do pau oco. Jogo e brinquedo, sorte e medo. Luz que rompe, beleza que corrompe.


Você é poesia pequenina, estrela peregrina. Néctar do fruto, posse e usufruto. Promessa madura, doença sem cura. Paixão que estonteia, brisa que mareia. Reza do interior, lenda de amor. Vela que veleja, céu que troveja. Canção de ninar, clarão de âmbar. Doce de candura, fonte de loucura. Sentimento arredio, arrependimento tardio. Beleza oculta, magia absoluta.


Você é coisa única, pecado de túnica. Maldizer bendito, crime bonito. Sangue nas mãos, nanquim no coração. Trem desembestado, corpo chagado. Quarto de menina, rua de colombina. Pés de remanso, olhos que não alcanço. Alma estradeira, pimenta que cheira. Jardim de canções, tempo de monções. Espinho e roseiral, beijo e punhal. Bela adormecida, cinderela proibida.


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