14/12/2010 - Fábrica de sonhos
Eu escrevo como uma sina, como uma missão, como um milagre contínuo. São muitas personagens me habitando, querendo sair a todo instante das minhas entranhas por meio das minhas mãos. Mãos que escrevem, mãos que digitam, mãos que esboçam o ar. São tantas histórias misturadas, aglomeradas, guardadas pelo meu eu. Personagens de tramas diferentes vão se flertando, se perdendo, se achando, se dando e se matando pelas minhas linhas internas.
No meu íntimo há um mundo mágico, habitado por mocinhas e vilões, por heróis e bandidas, por seres desta e de outras dimensões. Alimento todos eles diariamente, independentemente se reais ou imaginários. Afeiçôo-me a todos eles em intensidades e formatos distintos de afeto. Eles dependem de mim e eu deles. Não os controlo, apenas os cultivo. Eles são parte de uma grande fábrica de sonhos.
Corre em minhas artérias um fluido, uma seiva poética que aflora frutos de uma paixão desmedida. Tenho necessidade visceral de escrever, de me deitar com uma folha de papel em branco e conceber capítulos, estrofes e parágrafos de novas vidas. São idas e vindas uterinas pelos reversos dos meus versos. Confesso que eu queria escrever mais e mais e mais, no entanto, Deus me fez com duas mãos e um só coração.
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