Daniel Campos

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Encontrados 301 textos. Exibindo página 16 de 31.

Somos arte inacabada

Será
Ou deixará de ser...
Será
Que irá se findar
O ser
Que um dia será?

O amanhã
Descerra as cortinas
Escondendo
A nossa própria vida
Num palco escuro...

Andamos
Conhecemos tanto
E não sabemos
O nosso próximo passo
O nosso outro futuro...

Idealizamos
Sonho e fantasia
A imaginação nos percorre
E nos deixa sem lastros
Perdidos num mundo
À parte...
...
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Soneto

Nasci dos versos tortos da paixão
Da plena poesia: fantasiada e nua
Nasci ao cantar das estrofes da lua
Que trêmula suplicava ao perdão.

Um ébrio vagava cantarolando
Nas canções, a profecia do acalanto
Que o destino cigano ia lapidando
Nos sorrisos transbordantes de pranto.

Tolo, nasci acenando aos que morriam
Trôpego, nasci ostentando a alma errante
Escravo das rimas que me envolviam.

Ao primeiro alvorecer da alma inquieta...
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Soneto a ferro e fogo

No terreno de dentro tem a lua
No lado de fora arrebenta o mar
No pescoço do vento dobra a rua
E de que lado o sol vai se entregar

É o sol laranja que derruba o mato
Que atiça a flor desejo e faz arder
É no sol escuro que se ama o gato
Preto do azar que põe tudo a perder

É no sol noturno que mora a amante
Que beija são jorge traindo o dragão
É no sol que o quinto inferno de dante

Vocifera a queimar anjos e lobos...
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Soneto ao rio de janeiro


Nascestes nos acordes da boemia
Com poemas sob céu de lua prateada
Tendo na leve brisa a melodia
A cantar na virgindade calada.

É palco de exuberante realeza
Dos mares de um deus pierrô caído em lágrimas
Quebra as coroadas ondas da princesa
E a nostalgia de uma Ipanema em lástimas

Cidade que ainda veste as fantasias
Que coloriram o nosso rio antigo
Rio do mar e da praça onze em poesias

Rio do morro de açúcar e dos bondes...
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Soneto campestre

Olhos fechados no último sono
Um sonho de botas, capim e urina
Lançada por um cavalo sem dono
Que cavalga ao comando da menina

Ainda em transe, sente o vento lambendo
O suor gelado de seu corpo à pelo
E numa entrega plena vai correndo
E o medo se solta do seu cabelo

Medo de amar um peão que na verdade
É rei. Rei em xeque-mate. Vai, cavalga
Faça do mato verde a sua cidade

Colorida. Cavalga e seja bem-vinda...
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Soneto carioca

Observo seu olhar, triste devaneio
Na busca interrupta de algum passado
Olhar perdido em morros, corcovados
Remanso de um rio de tantos janeiros.

Quantas as ondas envoltas de espuma
Não jazem em seus vastos olhos poentes
Aqui onde até ipanema fica doente
Na miragem dos seus olhos de pluma.

Olhos de olhares mares de?uma poesia
Deixam-se tomar pela fantasia
Ocultam-se e deturpam quem os lêem.

Olhos sós que se entregam à aflição...
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Soneto cheio de mandinga

Por todos os santos quebra os quebrantos
Que amarram o amor aos nós da alheia intriga
É mau olhado dedo cruzado em figa
É tanto amor amarrado no encanto

Traidor dessas feiticeiras de quinta
É tanta reza, mandinga e macumba
Levando pro fundo das catacumbas
O riso pintadinho cheio de tinta

E é tanto agouro reza prosa e choro
Levando o mal a ser coroar de louro.
Espantando o sono dos orixás

Tem banho em pinga e guiné na janela...
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Soneto confuso

O vasto silêncio atirado ao vento
Diz tantas coisas sem querer dizer
O infinito esquece o nosso momento
Num longo gesto sem se perceber.

E pelas ruas abstratas e vazias
Onde se busca não querendo achar
Esconde-se a bandida nostalgia
Que traz o que não é para se lembrar.

Se só há valor no que não se tem
Nossa vida se resume a saudade
Mesmo a verdade não sendo vontade.

Dúvida de todos e de ninguém
A razão nos emudece a resposta...
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Soneto contorcionista

Dobra suas pernas e inclina a coluna
Um, dez ou vinte ângulos para trás
Distenda-se e respire fundo em paz
Correndo seu mundo em cada lacuna.

Solte o ar devagar zomba tomba e vira
Colocando o cabelo em queda livre
E de ponta cabeça, ama em declive
E suspira e gira e pira e transpira

Um arrepio frio que corre ao contrário
Pelas suas costas e abraça suas pernas
Tal qual uma escultura pós-moderna

Distorce e se contorce num aquário...
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Soneto costurado

Entre o pecado e o passado há um vão
Por onde passa a linha do desejo
Que costura o mel no papel dum beijo
Na boca macumba de um coração

Mas o beijo foi feio a luta não veio
O astronauta tropeçou caiu no espaço
São jorge bateu no dragão de reio
E o lábio de tricot se fechou em aço

E zanza acolá alinhava de cá
A agulha alinhava e cava sua boca
E zanza dali e vai como uma louca

Em um eu te amo na língua iorubá...
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