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Encontrados 60 textos de junho de 2015. Exibindo página 3 de 6.
20/06/2015 -
Situada
Tudo bem? Como está? Indo além? Vindo pra cá? Tem andado pra lá? O que tem feito acolá? A que vem? Oi? Olá? É dia de boi? É noite de obá? O que se deseja? Ao que luta? Champanhe ou cicuta? A quem beija? Relampeja ou troveja? Bem-vinda! Ao que principia? Ao que finda? Fia-se linda a madrugada. Qual é a sua estrada. Com tem passado? Está mais pra samba ou pra fado? Olhares pelo chão ou olhos alados? Vagueia por lares ou bares? Só ou aos pares? Por caminhos certos ou errados? Tem cantado ou anda calado? Qual é o seu lado?
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20/06/2015 -
Viver-se rindo
Vai daqui, sai dali, cai aqui
Só não deixe jamais de rir
De sorrir e até de gargalhar
Do que há, do que há, ahhh
Se a humanidade sorrisse
E sucumbisse a um sorriso
Intenso, propenso ao desjuízo
Talvez não mais sentisse
O amarelo do riso da saudade.
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19/06/2015 -
Ao sol do mar
Coloca o chapéu, seu moço, e vai ver o sol brotar na areia. Tira o véu, dona mocinha, e vamos ver o céu que se incendeia. Não se esqueça dos óculos escuros, mas se esquecer, por favor, fecha os olhos e mergulha fundo no sentimento ao seu redor. Não freia em direção ao mundo que clareia. Serpenteia pelo amor que nos rodeia. Caia na teia do vento e busque nas nuvens o seu alento. Deixa a onda do mar se quebrar nas suas costas. E faça com que seu desejo seja servido em postas. E ao fim de tudo, cego, mudo ou surdo de paixão, diz que gosta de suar e se molhar no corpo da ilusão.
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19/06/2015 -
A beira-rio
Amanheceu
E faleceu
O luar
Peguei o estradão
Que dava no mar
Do dia
Faltou chão
Sobrou poesia
E o coração em leilão
Foi-se como ribeirão
Avante, distante, amante
Pois amor que é amor
Não fica a beira-rio
A ver navios
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18/06/2015 -
Comida do dia
Bota mais feijão no seu caldeirão. Que tal galinha-de-angola na sua caçarola? Derrama dendê e deixa ferver. Dedo de moça para arder. Com um pingo de cumari não dá para se arrepender. Tem fritada de lambari. Especiaria daqui. Ensopado de chambari. Morde caqui para se apaixonar. Chupa ingá para adoçar. Tem chá para matar a sede. Sinhá perfumada de cheiro-verde. E um pudim descansado na rede. Tem tempero pelas paredes. Coloca aipim na pressão. Desmancha o namorado no forno. Acorda o arroz que tá com sono. E avisa o manjericão que ele não tem dono. Cebola em cruz pra dar fé. Sal o quanto der. Pega araticum no pé. Urucum para dar cor no seu amor. Leva o alho no andor. Regue com azeite. Carregue no enfeite. Aceite o calor. Afague como doce de leite. E largue a boca pro que der e vier.
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18/06/2015 -
Pra dar sorte
Pé de galinha
Pinta de joaninha
Espora de rinha
Pata de coelho
Sapo vermelho
Crina de cavalo
Casco sem calo
Pelo de bode
Peixe de bigode
Garra de arraia
Siri da praia
Olho de gato
Rabo de rato
Pena de pato
Preá do norte
Para dar sorte
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17/06/2015 -
O ontem com o agora no amanhã
De onde nasce
O querubim?
Para onde vai
O jardim
Do ventre?
O coração
Fia e desafia
O apaixonado
A cada instante
Avante, avante
Avante...
Para onde vai
A bolha de sabão?
Pra quem se maquia
A dama da ilusão?
Quem é que quer
Tomar a decisão
Entre amor e razão?
A vida nos encruzilha
A morte nos encilha
Quem é que disso tudo
Vai nos desvencilhar?
Não sei, só sei que o ontem...
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17/06/2015 -
O drama do cacto
Sem amor, sem carinho, sem ninguém, sozinho. Assim é o dia do cacto, cujos espinhos fazem seu pacto com a solidão. Quem tem um coração de cacto vive no sertão do sentimento. Espera-se por chuva, mas a chuva não vem. Reza-se por milagre, mas milagre não tem. Deseja-se até a morte, e da morte não se fica sem. Mas a morte do cacto é todo dia, nos partos dos espinhos, na certeza do viver sozinho. A boca do cacto machuca o vinho. As mãos do cacto não tocam o pinho. O corpo do cacto desfia o linho. O cacto não vai além do cacto. Seja semente, fruto ou flor é cacto. É o pacto permanente com a solidão. Sem amor, sem carinho, sem redenção. No cacto aranha não se atreve a fazer teia. O coração do cacto nem sol do deserto clareia. O cacto queria ser pássaro, ser gado, ser areia, mas é cacto e do cacto o espinho não apeia.
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16/06/2015 -
Canários piratas
Eu bem-te-vi acordei
E assustei, pois me vi
No reino dos canários
Que como corsários
Cruzam os sete céus
Saqueando os ninhos,
Os cantos, os meles
Dos painços e alpistes
Voando sempre em riste
Levam até o amarelo
Do girassol no peito
Colorindo caminhos
Estralando sozinhos
Tais cordas de pinho
Ajeitando-se no ajeito
Voam, voam canários
Rompendo nossos dias
Pelos céus primários...
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16/06/2015 -
É mentira
Eu nunca fui de fazer poema. Prefiro a realidade ao cinema. Não gosto da lua, tomo banho de sol. Nunca quis subir num farol. Fecho os olhos para as estrelas e nunca perguntei aos alados como faço para tê-las. Fujo do mato. Desacato os bichos. E ao coração apaixonado eu digo sempre: deixa disso.
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