Daniel Campos

Texto do dia

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Encontrados 59 textos de novembro de 2015. Exibindo página 6 de 6.

05/11/2015 - Desconhecido íntimo

Há muito a ser descoberto
Dentro de cada um de nós
Hoje eu sou assim sem flor
Para na terra de amanhã
Descobrir-me pleno jardim
Em manhã de primavera
Eu sou de agora
E sou de muitas eras
Há muito dormindo em mim
Esperando o despertar
Há muito enterrado
Em meus veios e entremeios
Esperando ser achado
Há muitos resquícios
Indícios, pedaços, rastros
Do que fui e já não sou
Junto dos meus passos ...
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04/11/2015 - Zorra na masmorra

Agora eu sou rei
Desafio o tempo
Para um duelo
Hei de ao vento
Erguer a espada
De marmelo
E ganhar a mão
Da princesa
Sua alteza
Dona solidão

Agora eu sou rei
Rompo muralhas
Declaro batalhas
Escondo as falhas
Faço a minha lei
Visto meu manto
Promíscuo e santo
E meu coração
Zorra na masmorra
Condenado à solidão


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04/11/2015 - Reflexões noturnas

Escuro. Escuridão. Sombras. Assombração. Relampeja. E me veja. Troveja. E me beija. Dá-lhe arruda. E me gruda. E me acuda. Chova. E me mova. Ilumina. E me sina. E me alucina. Minha menina. Clareia. Claridade. Clarão. Tempestade. Noite. Borrão. Açoite. Bicho-papão. Cama. Drama. Clama. Por Deus. Pela luz. Pelo breu. Para, continua, valeu. Lampião. Lamparina. Vela. Aquarela. Minha bela. Eclipse. Disse-me-disse. Desassossego. Sol negro. Estrela. Centelha. Friagem. Estiagem. Miragem. Time. Je t’aime. Bobagem... ...
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03/11/2015 - Que se vai

É pra frente que se vai
Balança mas não cai
Entra logo ou sai
Deixa de indecisão
Sai do comodismo
Deixa de dizer não
E desse pessimismo
Sai da beira do abismo
A vida está aberta
E o jogo tem dois tempos
A vitória é certa
Quando há sentimento
Então mira o futuro
E sai de cima do muro
Abraça o seu destino
Mergulha no caminho
E vai, vai, vai
É pra frente que se vai
Não cai, não cai...
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03/11/2015 - Coração morcego

Meu coração anda achando que é morcego ficando de ponta cabeça no meu peito. Os guardados do coração caindo pelo corpo todo como se o mundo tivesse virado de pernas para o ar. E em crise o coração não quer voltar. Passa o dia dormindo de ponta cabeça e a noite a caçar o que alimenta um coração pelas sombras da noite que a todos cobre. Meu coração sem juízo, rebelde, medroso. Coração que treme. Coração que sangra. Coração que não se expõe. Coração machucado. Coração tomado. Coração revirado. Meu coração anda achando que é morcego fazendo do meu peito sua caverna particular e assombrando (assombrado) quando o assunto é amar.


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02/11/2015 - Sonhos alastrados

Olha
À plantação
De sonhos
Esparramada
Pelo chão
De nuvens

Olha
O sonhador
Imagina
Um par de asas
E salta
Do chapadão

Olha
Um punhado
De sonhos
Brotando
Outros sonhos
De verão

Olha
O amor
Semeado
Já alastrado
Pelo chapadão
Como nunca sonhado


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02/11/2015 - Confusão

Era eu, era tu, era nós. Era todos debaixo dos mesmos lençóis. Era beijo, desejo e queijo com geleia. Era rei, era princesa, era plebeia. Era aplauso sem plateia. Eram nós, ilhós, dós. Eram tantas abelhas se dando na mesma colmeia. Era Shakespeare? Era Nelson Rodrigues? Era Dante Alighieri? Era teatro, era real, era fato, era carnal, era retrato três por quatro, era zodiacal. Era eu, era tu, era todo mundo nu. Era azul, era blue. Era blues. Era Buda, era Afrodite, era Jesus. Era religião. Era canção. Era paixão. Era impressionismo, realismo, romantismo. Era cós. Era vós. Era a voz de dentro. Era sentimento. Era necessidade, saudade, vontade. Era a anti-realidade. Era Saturno de coturno em Plutão chamando por Netuno. Era a berra da Terra. Era parte de Marte. Era arte da guerra. Era o amor que erra a mira e atira a deus dará. Era eu, era tu, era nós num pé de araçá.


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01/11/2015 - Olhar acendedor

Acendeu uma estrela lá
Acendeu uma estrela lá
Quando seu olhar brilhou
Do amor que lhe ganhou
Por completa, fez-se repleta
De toda uma luz criadora
Ou ainda transformadora
A ponto de pintar todo céu
Com estrelas de papel cartão
Dobradas em forma de coração
Que brilhavam e iluminavam
A mais longínqua região
Do seu íntimo numa canção
Luminosa, simples e garbosa,
Como seus olhos postos ao luar
Ao sol, ao (re)encontro estelar ...
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01/11/2015 - Chovendo em mim

Quando chove eu fico verde, as águas do meu ser ganham volume, os pássaros interiores cantam como se tudo e todos fossem amores. Quando chove eu durmo em paz, tenho mais apetite e sou dado a ficar grudado com quem me quer bem. Quando chove eu floresço o que não me esqueço e como flores eu reapareço na felicidade dos casais numa saudade que nunca ficou pra trás. Quando chove eu fico fértil à inspiração que brota em mim como lua no sertão, imensa e desejada, densa e amada. Quando chove eu me liberto e tenho a felicidade por perto. A felicidade das matas, das nascentes, da bicharada em meio a chuva que cai fazendo ninhada no meu coração que se enche feito ribeirão.


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