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Encontrados 59 textos de novembro de 2015. Exibindo página 5 de 6.
10/11/2015 -
Terra nova
Toda vez que piso o chão caminho por uma terra nova. Meus pés nunca sabem onde estão. Caminho por lugares que ontem pareciam iguais ao de hoje, mas só pareciam, tudo ilusão. A vida é só uma projeção dos nossos sonhos, das nossas lutas, das nossas expectativas. A experiência é cativa de todos nós e o aprendizado uma constante. Delirante quem não vier com a minha opinião de que cada passo é novo nesse solo gigante e minúsculo ao mesmo instante. Cante, pois os pássaros já cantam há tempos. Jogue-se ao vento pois não há barqueiro melhor nesse oceano flutuante chamado ar. Toda vez que amasso essa terra peço licença e perdão, pois são pés de quem erra, pés que buscam novas estradas. Terra nova é o que diz a trova do violão que compõe a minha jornada. É bom olhar para trás e ver que os rastros desta existência estão mais leves diretamente ligados ao peso da penitência. É a ciência de seguir com o que construir, nada mais, nada menos do que sua construção. Tijolos de razão, tijolos de emoção. Como joão-de-barro vou catando o que há em minhas trilhas por milhas e milhas. Assim faço minha casa, meu curso, meu coração.
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10/11/2015 -
Determinado
Que então tudo saia por onde entrou
Que não tenha fim o que não iniciou
E que voltemos ao passado com futuro
Que nada nesta jornada seja seguro
E que tenha a certeza absoluta
De que a vida é uma mesa de sinuca
E nós somos as bolas, ora bolas,
Não há tempo. Desçamos dos muros
E vivamos o que há para viver
Sem demora, medo ou dilemas
Quem chora fica ou vai embora?
Quem mata ou morre é lembrado?
Prefere minhas carnes ou poemas?...
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09/11/2015 -
Bom dia todo dia
Bom dia
Boa semana
Que tudo corra bem
Sem correria
E que o bem
Vença o mal
Hoje e todo dia
Tenha sorte
Em tudo o que fizer
Seja abençoado
Naquilo que sonhar
Alegria, poesia, amor
E paz aos atuais
E futuros casais
Bom dia
Que a sua ladeira
Seja leve
E que a vida
Aconteça
Por inteira
Dia-a-dia
Bom dia
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08/11/2015 -
Ao lado do seu namorado
Olha pro meu lado, chama-me de seu namorado e se for capaz esqueça-se do meu passado. Beija meu ser, toma-me de assalto, completa em mim o seu ato, deseja o meu querer, morda meu corpo e me dê seu sopro criador. Acasala-me nas suas casas, deixando-me ser o seu botão. Pelo amor que tem, imagina-se na minha imaginação. Pensa no que você pode fazer dentro da minha cabeça, sem medo de qualquer sentença. Voa livre pelos meus pensamentos fazendo seus arranjos, ora me fazendo seu demônio ora seu arcanjo. Toca a minha vida como quem toca boiada, abrindo suas picadas em meu íntimo e achando a saída do meu labirinto. Eu não minto, me borda e eu pinto você sem pincéis, mas com buquês. Coloca em mim os seus bebês e trama pela minha cama seu romance além de todo e qualquer alcance. Olha pro meu lado, chama-me de seu namorado, consorte de sua rainha, e conspira com a minha morte para o meu final ser feliz. ...
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08/11/2015 -
Coração de morfina
Depois de tanta dor
Ai, menina
Meu coração
Perdeu sangue
Perdeu a cor
E se encheu
De morfina
Pra aguentar
Mais e mais a sina
De bater apaixonado
Estando enrabichado
Pro seu lado...
Meu coração alado
Já bateu asas
E agora bate o rabo
De felicidade
Quando você volta
Pra casa
Das dores da saudade...
Coração de morfina
Batendo sem idade
Tambor da minha cidade...
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07/11/2015 -
A parte pode ser o todo
Se o rio encher, transborda. Se o olho crescer, vira olho-gordo. Se a banana viçar demais, empedra. Se o ciúme passar dos limites, sufoca. Se a música se alongar, cansa. Se o doce passar do ponto, açucara. Se o medo ganhar asas, vira pânico. Se o choro for além, alaga a alma. Se colocar muito limão, azeda. Se a cruz dobrar, não se pode carregar. Se abusar do ouro, passa-se de chique à brega. Se o sono for mais que o bastante, a vida passa. Se fritar um minuto a mais, queima. Se mais pensar do que escrever, perde o poema. Se a poda for severa, mata. Tudo nesta vida tem a sua conta, a sua medida, a sua receita. O segredo está em sabermos a hora exata de parar isso ou aquilo para que fiquemos com o melhor de cada coisa, de cada pessoa. Nem sempre mais é o melhor. Precisamos saber dosar para que a nossa insaciedade não ponha a perder o perfeito está. Se o sabiá tivesse três asas ou dois bicos não iria voar ou cantar melhor ou mais bonito do que já canta. Encanta-se com o fato de que a parte pode ser o todo, eis a arte.
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07/11/2015 -
Amanhã será outro dia
Por mais que você faça hoje
Por mais que você seja hoje
Por mais que você viva hoje
Amanhã será um outro dia
Completamente diferente
E aberto à imaginação
O amanhã logo de manhã
Tão perto e tão longe
Do teu hoje que de presente
Far-se-á ausente
E nada será igual como agora
Por isso, note, anote
Tudo na vida tem sua hora
Pra nascer, acontecer e morrer
Por maior que seja sua obra hoje
Por maior que seja seu amor hoje...
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06/11/2015 -
Pranto de santo
Chora seu pranto
Tanto
Como olhos
Suam de encanto
E óleos
Correm na face
Do santo
Que teme enlace
E quebranto
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06/11/2015 -
Pedaladas
De bicicleta ela pelada pelas ruas sem medo, sem grades, sem regras demais. Avança sinais, sobe em calçadas, corta jardins, faz suas próprias estradas. Passa por senhoras, por bandidos, por crianças, por padres fazendo seu ritmo. Não sabe quantos aros tem suas rodas nem tampouco quantas voltas já deu, mas sabe que se chamasse Julieta já teria o seu Romeu também vindo de bicicleta. Não gosta de poesia nem de poeta. É mais do rock e se amarra no croc-croc da mudança de marcha. Acha que tudo é matemática, física, química, vida exata. Porém, no selim da bicicleta faz festa e joga tudo pro ar. São novos teoremas e não importam mais os velhos dilemas. Apaixonar-se? Casar-se? Pra que? Com dois, por mais que seja por vezes divertido, fica mais difícil se equilibrar na bicicleta. E esperta como só não quer seguir a passeio, pedala e mostra a que veio.
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05/11/2015 -
Tão nós
Galinha e milho. Queijo e goiabada. Ovo e ninho. Passos e estrada. Cobra e veneno. Grande e pequeno. Céu e nuvem. Caça e caçador. Ferro e ferrugem. Espinho e flor. Cama e lençol. Fá e sol. Amor e perdão. Sim e não. Chuva e sementeira. Algodão e linho. Pau e fogueira. Corda e pinho. Manga e fiapo. Remendo e trapo. Angola e Luanda. Trem e trilho. Coreto e banda. Mãe e filho. Fome e jabuticaba. Mágica e abracadabra. Arroz e feijão. Óleo e fritura. Amor e paixão. Fé e cura. Mina e água. Passado e mágoa. Cachorro e osso. Beijo e arrepio. Cheiro e pescoço. Solidão e vazio. Achados e perdidos. Apertos e gemidos. Pele e coração. Voz e violão. Verde e rosa. Ponteiro e hora. Poesia e prosa. Ontem e agora. Sal e açúcar. Fronte e nuca. Porta e janela. Parede e rede. Tesouro e sentinela. Fome e sede. Delírio e realidade. Certeza e saudade. Retrato e lembrança. Onda e mar. Roda e criança. Pregos e tear. Rato e queijo. Sonho e desejo. Mãos e anéis. Telas e pincéis. Encantos e olhos. Seriedade e meninice. Saias e suspensórios. Ciúmes e tolices. Promessas e enxovais. Futuristas e ancestrais. Bobos e apaixonados. Distantes e perto. Juntos e separados. Chão e teto. Verso e rima. Metades e obra-prima. Disco e som. Noite e lua. Boca e batom. Minha e tua. Que e porquê. Eu e você.
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