Daniel Campos

Poesias

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Encontrados 2480 textos. Exibindo página 224 de 248.

Sina

A vida iludia, iludia, iludia
A lua surgia, surgia, surgia
E o amor, o amor, o amor morria.

A vida é uma ilusão
O homem nasce, morre
Sem a razão
De quem nasce
No sopro do chão
De quem morre
Como uma canção
Agonizando nas bocas
Que de tão poucas
O amanhã não vai se lembrar
E ninguém há de chorar
Na tristeza de uma lua.

A vida iludia, iludia, iludia
A lua surgia, surgia, surgia
E o amor, o amor, o amor morria....
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Sinal de Alerta


Ouça a psicologia
Dos psicóticos
E toda a fantasia
Da loucura
Dos psicólogos
Porque ninguém atura
A falta de lógica
De um romance
Que está tão perto
E tão longe do alcance
De uma noite pródiga.

Ouça conselhos
Passados futuros
Compre espelhos
Deixe de vestir escuro
Se torne leve
Como a vida deve
Ser
E assuma pra si mesma
Que sofrer
É só uma forma
De me esquecer.


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Sincronicidade

Posso escutar
Por onde quer que eu vá
Você,
Um álbum de fotos
Uma imagem de televisão
Um monte de palavras
Coisas nossas
Sobras de uma época
Que ficaram falando
Sozinhas em mim.

Longe da imaginação,
Trago de volta
A sua voz
Ligo o rádio
E ali está
Fêmea e guerreira
Em uma música da Elis.


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Sobra saudade

Esqueça as coisas que eu falei
Que não falavam de amor
O amanhã já se foi ontem
E eu o deixei passar
Como um passado qualquer
Bobagem,
Fútil paisagem

O amanhã
É um tempo perdido
É amor não vivido
Paraíso proibido
Dos covardes
Que deixam a vida para depois
E eu a esperei amanhã
Vivendo ontem e hoje
A despedida de nós dois

O amor acontece agora
Somos semente e feto...
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Sobras

Sobras de madrugada
Talvez o último suspiro
O quarto morno
As paredes tão íntimas
Espremem a mulher
Que se abraça a uma pelúcia
Tendo um quê de despedida
Em quadrantes
Rosa chá.

Chega o momento de separar os sonhos
Uns tão nítidos, outros nem lembrados
E os deixar ali
Caídos
Numa febre inconsciente
Fazendo ninhos em cobertores
E procriando ilusões.

Quando a luz se acende...
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Sobras de mim

E lá estava eu
A poucos passos

E lá estava eu
A tantos sonhos

E lá estava eu
Sem ritmo

E lá estava eu
Ou as sobras de mim.


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Sobretudo e sobretodos

Ser feliz
É deixar
Os sonhos lhe possuírem
Selvagem e sutilmente
É flutuar
Mesmo que o mundo queira
Porque queira lhe prender no chão
Ser feliz
É não se trair
E sobretudo
E sobretodos
Ser feliz.

Ser feliz
É incondicionalmente
Não ter medo
Mas se existir medo
O melhor a fazer
É dividi-lo por inteiro
Com aquela pessoa
Que irá guardar todos os seus segredos...
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Sobreviventes

Ó minha amada
Quanto de mim
Ainda é teu
A saudade cresce enviesada
E o amor
Nasce e morre ateu
Do próprio amor.

Ó minha amada
Mataram as julietas
E outros tantos romeus
As promessas de amor eterno
Foram desfeitas
E só há o inferno
De amores desaparecidos
De amores bandidos
De amores enfraquecidos
Divididos
Entre a solidão e o adeus.

Ó minha amada
Para onde vai a nossa estrada...
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Sol violeta

Lábios expostos
À luz branda do sol
Da manhã
Alguns pássaros
Tentam entender a conversa
Mas desistem e cantam.

O dia chega
E tem-se a impressão
De que você é a primeira
Visita de um sol
Que nasce
Nascente da sua janela
Nascente do seu íntimo
Nascente da sua boca.

Sol, sol violeta
Escorre pela pele
Ronda pensamentos
Provoca uma sensação de bem
De bem estar
De bem comum
De bem querer....
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Solitária

É caso perdido
Não insista
Amor condenado
Sem direito à fiança
É perda de tempo
Ter esperança
O melhor é deixar-se
Em uma solitária qualquer
Preso em si mesmo
Sem sol
Sem visitas
Sem chave
Preso só com girassóis
Pétalas grandes
Para se torturar
De bem-me-quer
E mal-me-quer.


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