Daniel Campos

Poesias

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Encontrados 2480 textos. Exibindo página 223 de 248.

Sete de copas

Sete caminhos
Sete escolhas
Sete luas
Que me levam
Que me levam
Que me levam daqui.

Talvez eu lhe encontre
E vá
Talvez eu fique
Nas procuras
Que me levam
Que me levam
Que me levam daqui.

Não sei os caminhos
Não sei o melhor labirinto
Para se perder de mim
Não sei os caracóis
Que me levam
Que me levam
Que me levam daqui.

Não sei as escolhas
Não sei caminhar...
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Sete medos

Pena
Nessa perícia
Eu ter lhe encontrado
A sós
Um pouco acanhada
Mal acompanhada
Toda propícia
A me dizer
Agrados
E outros
Desagravos
Que há tempos
Andam guardados.

No teu ventre
O crescente
De sete segredos
De sete chaves
De sete claves
De sete medos
Fechados
Trancados
Amordaçados
De não.

Pena
Não ter outro poema
No bolso
No calabouço...
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Sete risos

No dia
De um sorriso sem graça
Desconversa
E deixe perceber.

No dia
De um sorriso aos pedaços
Tenta
Sem afastar o silêncio.

No dia
De um sorriso cotidiano
Finja
E acabe triste.

No dia
De um sorriso repetido
Esqueça
Olhares passados.

No dia
De um sorriso distante
Busca-o
Em outras direções.

No dia
De um sorriso teatral
Interpreta
O que a faz fugir....
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Seu nome

Colho
Seu nome
No jardim
Do medo...
Tolho
Seu nome
No fim
De um segredo...
Eu me sorvo
E lhe absorvo
Enquanto
Eu grito
E repito
Seu nome
Seu nome
Seu nome...
Não adianta
Fingir
Que não me escuta,
Não adianta
Pedir
Um copo de cicuta,
Não adianta...
Seu nome
Dorme em mim
Sem engano,
Seu nome
Some
No marfim
Do piano
Que canta...
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Seus pés

Descalça,
Com os pés
Anoitecidos
Pisa pisos brancos
E puros
Com um vestido
Embebido
Pelo vento escuro...
Descalça,
Com os pés
Adormecidos
No labirinto
Das almofadas
De tecidos
De fadas
De absintos...
Descalça,
Sobre os sonhos
Que eu espalhei
Pelas trilhas
Pelas mobílias
Pelas milhas
Por onde passei...
Descalça,
Seus pés nas voltas
De um cachecol
Seus pés nas notas...
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Sexo tinto

Olhos de vinhas.
Não vinhas vindas de o verbo vir ou de adivinhas.
Olhos de vinhas.
Não as parreiras tomadas por uvas
Mas o líquido daquelas uvas.
Olhos que ora são claros em seus enunciados bíblicos
Ora são turvos como se não quisessem se desvendar um milímetro sequer.
Olhos de uma safra que não existe fora dos catálogos,
Não que sejam olhos de vinagre, ácidos e plebeus
Mas como se nascidos em outra época
Quem sabe uma época estampada nos rótulos da saudade. ...
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Sílabas de fogo

Mulher,
Aldeia de desejos
Capital das sílabas do fogo
Que compõe em versos
Tudo o que há
De existir
De sentir
De sonhar

Mulher,
Matriarca do mundo
Mistério
Das fecundações,
Há rios percorrendo sua pele
Há aves cobrindo seu corpo

Há pistilos polinizando
Seus olhos
E suas entranhas num perfume
Indiano
Indígena
Aborígine

Mulher,
Encanto...
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Silêncio

Quem é a solidão
Senão tudo e todos
No silêncio de você.
Conversa consigo mesmo
Responde suas queixas
Inventa personagens
Que são cada vez mais parecidos com você.
A paisagem se resume a um espelho
Onde só há você
Você se encontra
Cumprimenta-se
E acha tudo normal
Brinda com alguém que é você
Dança pisando nos próprios pés
Briga se auto-desculpando
E só nota que está sozinho
Quando vê a mão vazia
Sente a boca fria...
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Sim

Não...
Não digas não
Não
É a solidão mais sofrida
Não
É a canção da despedida
Não
É o fim
E o começo
De uma vida

Não...
Não digas não
Não
É a saudação dos infelizes
Não
É a última das diretrizes
Não
É o sim
Sem preço
Que não dizes.


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Simulações de final feliz

E se eu fosse herói
E enfrentasse
Aquele bandido
Dos filmes que você não gosta de assistir?

E se eu salvasse
Aquela sua orquídea preferida
De uma explosão nuclear?

Será que me agradeceria
Ou teria pena do bandido
E ódio da orquídea?

Será que me amaria
Ou sairia de braço dado
Com o bandido
Pisando em orquídeas?


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