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Encontrados 2480 textos. Exibindo página 222 de 248.
Seminua solidão
Um poema
Um dilema
Um teorema
O que é esse amor
Que não se pode negar
A criatura
Que é além
Do destemido mar
E aquém
Da própria ternura.
Tantas são as noites a me esquecer
Tantas as foices a me amanhecer
Só para lhe encontrar
Só minha
Sozinha
Rainha
Num canto do quarto
Com palavras semi-nuas
Ouvindo as estrelas cruas
Chorando o próprio parto...
Lá fora
Entre aquele que ora...
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Sempre
Deite em olhares
Sobre as palavras
Que pulsam
Num deleite de papel
Ou no céu de uma época
Que se vê da edícula
Do seu eu
Que crê na película
De um tempo ateu...
Separar-se em olhares
É querer se encontrar
Em outro olhar,
A vida nos leva
E nos traz
Como mares
Mares oportunos
De um tempo Netuno...
Não
Não deve encher os olhos
De perdas
De despedidas
De feridas de nunca...
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Senhora das coisas benditas
Senhora das coisas benditas
Eu te peço misericórdia
Por amar-te mais do que o permitido
Pelas escrituras
Do nosso destino
Mal escrito
E maldito
Por entes do bem e do mal.
Arrasto-me no teu rasto
Sigo-te e te persigo
Só porque me atormenta
Essa brisa que arde em menta
Pela minha consciência
Tardia
De que agora tudo é tarde
Tudo arde
Porque o que não era para ser
Já nos invade....
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Sentença coração
Já lhe dei
Meu futuro
Meu peito
Meu leito
Meu porto seguro.
Já lhe dei
Minha vida
Meu prazer
Minha despedida
Meu sofrer.
Já lhe dei
Minha poesia
Minha saudade
Minha idade
Minha fantasia.
Já não sei
Mas o que fazer
Pra lhe fazer entender
Que nossa vida é mesmo assim
Eu perto de você
E você perto de mim.
Pelo amor de deus
Não me peça...
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Será
Será
Ou deixará de ser...
Será
Que irá se findar
O ser
Que um dia
Ainda será?
O amanhã
Descerra as cortinas
Escondendo
A nossa própria vida
Num palco escuro
Enquanto
Andamos
Conhecendo tanto
E não sabendo
O próximo passo...
Idealizamos
Sonho e fantasia
A imaginação nos percorre
E nos deixa sem lastros
Perdidos num mundo
À parte
E por toda a parte....
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Serafim
Não!
Não me peça
Não se esqueça
Não desapareça
Não se despeça.
Não!
Não termine
Não fuja
Não ruja
Não nos assassine.
Não!
Não remoa
Não se maltrate
Não doa
Não me falte.
Não!
Não assim
Não!
Não enfim
Não!
Não tudo é passageiro
Não tudo é passarim
Eu sou teu prisioneiro
E você mora em mim.
Não!
Não é língua...
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Serás
Será que guarda meus cartões ateus
Cartões que não são mais meus
Sãos teus...
Será que sente o perfume da flor
Ou nem se lembra da cor
Que tem a dor.
Será que ainda tem uma fotografia
Parte das nossas fantasias
Ou se foi esse dia
Para detrás de outros dias...
Será que me reconhece nas ruas
Eu ainda te lembro lua
Longe e nua.
Será que meus escritos
Meus poemas
Foram vistos
Como temas
Onde as flores...
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Serestas
Sorrir com lágrimas
Sem medo de sofrer
Com olhos de lástimas
Na angustia do anoitecer.
Canto o meu desamor
Com a viola cheia de dor
A coruja com seus pios
Junto à fogueira a abrasar
Fazem companhia aos rios
Que correm do meu olhar.
A solidão me ajuda a compor
A desventura me faz cantor
Na estrada de terra faço serenatas
Os sapos, os grilos são meu coro
Mas só meus cães vira-latas
Escutam a poesia em choro....
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Seria de São Jorge
Esquece o lá fora
Aonde a noite anoiteceu fria e pálida
Esquece seus medos, seus sonhos, seus segredos
Esquece o que chora
E o que já chorou
Lembre-se agora só que por trás de toda noite pálida
Há uma lua cálida
A provocar um novo amor
Amor que mingua, amor que cresce
Amor que enche e nunca envelhece
Tampouco, se esquece.
Sereia de São Jorge
Morde meus ouvidos
Rasga seus vestidos
Enluara os meus desejos...
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Seria só mais uma manhã
Seria só mais uma manhã
De tantas manhãs que passam despercebidas
Manhãs de conversas fiadas
Manhãs de cadeiras às voltas com uma mesa
Quadrada
Manhãs de um sol
Apagado e sem graça.
Seria só mais uma manhã
Seria se não fosse ela
Que acontece sem ao menos avisar o horóscopo.
Ela
Sem conversas,
Fiadas ou não,
Senta-se numa daquelas cadeiras e sequer bendiz ou maldiz o sol
E um simples gesto de comer alguns biscoitos ...
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