Serestas
Sorrir com lágrimas
Sem medo de sofrer
Com olhos de lástimas
Na angustia do anoitecer.
Canto o meu desamor
Com a viola cheia de dor
A coruja com seus pios
Junto à fogueira a abrasar
Fazem companhia aos rios
Que correm do meu olhar.
A solidão me ajuda a compor
A desventura me faz cantor
Na estrada de terra faço serenatas
Os sapos, os grilos são meu coro
Mas só meus cães vira-latas
Escutam a poesia em choro.
A noite se enche de cor
Quando danço com a lua de alvor
Meu consolo é um garrafão
O cigarro de palha, meu sustento
O sereno é sempre uma benção
A purificar meu pensamento.
O chão do meu sono é portador
O céu estrelado, meu resplendor
O canto do galo na madrugada
Faz cortesias ao novo dia
E minha viola é uma enxada
E o dia... minha agonia.
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