Daniel Campos

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Sempre

Deite em olhares
Sobre as palavras
Que pulsam
Num deleite de papel
Ou no céu de uma época
Que se vê da edícula
Do seu eu
Que crê na película
De um tempo ateu...

Separar-se em olhares
É querer se encontrar
Em outro olhar,
A vida nos leva
E nos traz
Como mares
Mares oportunos
De um tempo Netuno...

Não
Não deve encher os olhos
De perdas
De despedidas
De feridas de nunca
De nunca mais
Quando se é pra sempre...

Se um dia
A estrela tem de dançar
Longe das constelações
Se um dia
A flor tem de engravidar
Em outras civilizações
É porque
Há muitas coisas escondidas
Entre o sol que arde
E a lua que, feito uma bandida,
Rouba-se sem alarde.


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