Daniel Campos

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09/12/2015 - Lá vem Tia Neiva

Lá vem Tia Neiva à frente de uma imensa corte espacial. Vem com Nityamas, Gregas, Ciganas, Samaritanas e tantas outras falanges emanando amor pelos confins do universo. Lá vem Tia Neiva na corte de luz caminhando pelos vales, irradiando a nova era. Vem pelos caminhos de Seta Branca, nosso pai, em sintonia com os corações elevados. Vem vibrando por todos nós, vossos filhos. Vem clareando o Amanhecer nas forças do sol e da lua. Lá vem Tia Neiva, firme em sua jornada, com os grandes iniciados, alertando-nos sobre os Três Reinos de nossa Natureza. Amor, Humildade e Tolerância. Salve Tia Neiva, Salve Deus. ...
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26/07/2010 - Laços e fitas

Um sabiá me contou que um pintassilgo cochichou que escutou um inhambu dizer que hoje raiou, entre laços e fitas, o dia do seu aniversário. Os anjos acordaram cedo para fazer um céu turquesa com sol de batom e nuvens de crepom. A quitandeira lá de Minas vem num trem trazendo um tabuleiro cheio daqueles doces que você tanto gosta. O velho ourives espera seus dedos com uma pedra de rubi cor de pitanga. As crianças já estão correndo pela casa, querendo lhe entregar cartões e corações. Sua mãe, com sacolas de bordados, e seu pai, com um tempo guardado, estão na sala de estar. Feches os olhos e ouça o florista buzinando lá no portão. ...
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17/07/2010 - Lacunas de mulher

Quem é a mulher com olhos acortinados? Cortinas estas que escondem pátios espaçosos decorados por fontes de águas cristalinas e imponentes colunas. Será fruto da mitologia ou de outra ciência não exata. Nas praças interiores dessa mulher, estátuas de heróis sem pátria e mulheres nativas de saias coloridas e longas tranças. Que espírito de Rapunzel arrependida é esse que povoa os ares tristonhos dessa mulher que tem medo de jogar seus cabelos para algum forasteiro? Que mulher é essa que deita sua boca em dunas e se faz de lacunas por entre o doce e o austero? Será o fogo de Nero ou o demônio de Lutero? Será mulher de lacunas ou lacunas de mulher essa que quer como eu quero? ...
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24/04/2010 - Ladainha lírica

Mãe dos ares perfumados, perfumai minha estrada. Mãe dos jardins crescidos dentro d’alma, florescei em mim santas sementes. Mãe dos ventos suaves que afagam a face dos filhos seus, ventai um tempo novo. Mãe dos mantos azuis e vermelhos, guardai-me. Mãe de olhares de açúcar, olhai-me com mansidão. Mãe nuvem e céu, descei cá na Terra. Mãe de asas imensas e brancas, levai-me a sua morada. Mãe das luzes incandescentes, iluminai meus passos. Mãe das chamas mais ardentes, queimai meus medos. Mãe guia das estrelas, guiai-me. Mãe da igreja, renovai a minha face. Mãe das velas que iluminam os caminhos de dentro e de fora, clareai os pensamentos. Ò Mãe de tantos nomes, ò auxiliadora, auxiliai-me. ...
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25/08/2008 - Lagarta e borboleta

Só nós dois e um poema, caindo pela tarde morena de um tempo sem fim. E o infinito tão bonito num jardim de rosas nem tão rosas assim vai chamando nossos passos, entrelaçando nossos laços. E eu me procuro e não me acho no escuro e então, no auge da paixão, me suicido em seus braços, decidido a prolongar o compasso da nossa canção para além da morte, para além da própria sorte, para além do mais forte sentimento. Ah! Lá vem o vento! Ah! Lá vem o vento! Ah! Lá vem o vento... E eu aqui entregue ao seu movimento! ...
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30/01/2015 - Lágrimas de conhaque

Ela chegou depositando seu sorriso contido no primeiro copo que viu pela frente. Sua alma fria, nada sorridente, foi tentando se aquecer com conhaque barato. Tinha dinheiro para champanhes, e uísques e drinques mirabolantes, mas carecia daquela bebida pobre, pois já estava farta de ter coração nobre. Ajudava, atendia, auxiliava, fazia, e nada recebia do que bem pretendia. Então, resolveu dar um basta em tanta nobreza e descer da beleza para um copo sujo. Aquele ambiente que cheirava a cigarro e sexo, fazia a transpirar por debaixo de um vestido que custava pelo menos dois anos do salário de quem depositava o conhaque turvo em seu copo. E aquilo mexia com ela. Sentia-se igual a qualquer um. Não precisava de regras de etiqueta, de segurar a línguas nas horas de desequilíbrio, de conter o choro para não borrar a maquiagem. Ali não vali a regra dos títulos, mas das dores. E dores não são maiores ou menores, são dores. De que adiantava seus diplomas, seus cursos no estrangeiro, suas horas deitada em um divã, se nada nem ninguém poderia dar jeito naquilo que chamavam de amor. Estava frustrada. Desiludida. Encurralada. Não podia sequer contar com as amigas que não entendiam ela se apaixonar por aquele que podia ser tudo menos seu namorado, marido, amante. Seu pai não queria aquilo para ela. Seu ex-noivo, ainda inconformado com a perda, não entendia os rumos que seu coração tomou. Sua mãe fazia até novena para ela se desencantar. Mas não tinha jeito. Seu coração, como um bicho, gostava daquele que não valia um cuspe. Ela própria tinha desistido de se entender. Embora relutasse, quando abria os olhos e dava conta de si, estava nos braços daquele homem que a tratava como um pedaço de carne. Não havia sentimento, não havia promessa, não havia compromisso, somente o prazer pelo prazer. Seu corpo dominava sua cabeça e o coração, como que enlouquecido, entregava-se ao absurdo. Ela não conseguia lhe botar freio. Ela tinha vocação para ser rica, feliz, bem resolvida, mas, de repente, seu destino era ser mais uma, talvez a mais baixa das mulheres, aquela que se deixa usar e ainda sente prazer nisso. Estava sendo contra seus valores, princípios e demais aprendizados. Mas de que importava a ética e a moral quando o assunto era satisfazer a si própria? Ao mesmo tempo em que ela tinha nojo de si ela sentia arrepios e se contorcia toda sendo assim. Ela queria mais mesmo chorando lágrimas de conhaque, tão doces quão ardidas. ...
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07/03/2011 - Lança perfume

A mulher amada, dentro ou fora do carnaval, nos blocos ou nos bailes, nas ruas ou na cama, no sonho ou na realidade, na folia ou na tristeza, lança perfume. Seja nos momentos de conquista, de lazer, de trabalho ou de reflexão, a mulher amada lança perfume de forma sutil ou avassaladora.

Dos poros da mulher amada emanam naturalmente fragrâncias relacionadas ao sentimento. Cheiro de amor, cheiro de raiva, cheiro de angústia, cheiro de saudade, cheiro de desejo, cheiro de diversão. Porém, em instantes de pura intensidade, a mulher amada não apenas emana, mas lança perfume. ...
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Latidos

O céu num azul sem nuvens. Os ponteiros se preparam para o encontro do meio-dia. Os pés, por mais que se esforcem, não conseguem deixar pegadas na terra batida da rua. Uma terra seca e dura. A ausência da chuva mancha o sapato de poeira. Os matos da encosta numa paisagem que remete a lugares que não aparecem no horário nobre da televisão. E com toda a poeira, com todo o mato, com todo o azul, os pés continuam a caminhada, em silêncio.

Passos e mais passos e a solidão de uma palmeira se esparrama pelo terreno. Conforme a posição do sol, a sombra das folhas alcança uma casa que surge em várias cores, na tentativa de divertir o cenário. Uma morada simples, onde o sol desliza pelo amianto até se acabar nos gestos de um Joaquim que é Antônio que é Pedro que é Raimundo fulano de tal. Um homem que transforma a própria história em gestos....
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18/11/2010 - Latinidade

Hoje eu quero a mulher nascida sobre a água e renascida do fogo. Eu quero a mulher que tenha olhos de brasão. Eu quero a mulher de paradoxos, forjada entre a guerra e a delicadeza, entre os séculos dos séculos e o amanhã que ainda não vingou. Eu quero a mulher livre e transgressora, capaz de me deixar boquiaberto diante de sua boca. Eu quero a mulher inimaginada, que está além de cálculos e teorias. Eu quero avistar essa mulher caminhando pelos ladrinhos da poesia concreta que me habita. Eu quero essa linguagem de mulher na ponta da minha língua versando em segredo. ...
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21/04/2011 - Lava-pés

Os pés da mulher que eu amo são duas criaturas próprias e independentes, que caminham paralelas ou perpendiculares aos destinos que a ela convém. Como são belos os seus pés cheios de curvas e carnes, de desenhos e relevos. Caminham pela vida suja, pela noite turva que nos toma como reféns. Tens os pés de um anjo caído, de um desejo proibido, de um tempo perdido. Os pés da mulher que eu amo me levam em seu encalço implantando em mim marcapassos de uma dança que avança pela minha imaginação.
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