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Encontrados 3193 textos. Exibindo página 132 de 320.
02/04/2011 -
Flor em movimento
A mulher é flor em movimento. Um movimento balístico, ou, de baile, ou ainda, de balé. Um movimento sinfônico, de uma coreografia delicada e ousada, repleto de peripécias e trajetórias. A mulher é uma flor em suas rotações e translações cotidianas. Uma flor de pés e pernas. Uma flor nômade, passando de tempos em tempos de coração em coração. E isso só pode acontecer por meio de uma força maior, coisas de amor ou de vontade divina. Afinal, é por um descuido de Deus que a mulher é flor em movimento. ...
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Flores de Maio
Maio. Não é primavera, mas é tempo das flores de maio. Não é primavera, mas flores delicadas, grandes e brilhantes roubam à cena. Não é primavera, mas flores que são rosas, brancas, laranjas e vermelhas caem nas bocas dos beija-flores. E, em pleno outono, testemunhamos à floração do nascimento.
O escritor dá vida às histórias, o compositor dá vida às canções, o pintor dá vida às telas. Porém essas vidas são falsas. As histórias do escritor não continuam longe da fantasia dos livros, as canções do compositor deixam de existir no mais leve toque do silêncio e as telas do pintor não dizem nada num quarto escuro. ...
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24/06/2013 -
Flores de Mangueira
Mangueiras floridas por todos os lados como fogos de São João. Flores pequeninas e agrupadas como grãos de néctar. Com toda magia, a floração do doce antecede a própria primavera. Os olhos se perdem por entre os cachos de flores e encontram cuícas, surdos e pandeiros. Salve Beth Carvalho, Alcione e Maria Bethânia, flores legítimas de Mangueira. Salve a Estação Primeira que dá sabor ao samba. Salve as mangas rosa, espada, ubá, manteiga... Salve Roberta Sá, Leci Brandão e Clementina de Jesus. Flores de tamborim. Flores de cavaquinho. Flores de alegoria. Flores cantantes. Flores passistas. Flores pela avenida, pelo morro, pela cidade, pela roça... ...
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Flores de outras épocas
Crisântemos, cravos, antúrios,..., ao abrir a janela, o tédio nos invade. A data do calendário muda e continuamos com a sensação de que anda tudo normal. Sensação de fazer parte de uma espécie de paraíso. Vez ou outra surge algum problema, mas nenhum "monstro de sete cabeças" vaga pelas ruas ou se esconde nas bancas de revistas. Eis o cabresto da inocência. Somos obrigados (inconscientemente) a viver algo que sequer existe.
"Quem vai me escutar, quem vai me entender, ninguém pode mais sofrer"... A canção de protesto de Geraldo Vandré de outras épocas volta aos nossos assobios. Sofremos sem saber que o fazemos. O sofrimento não é só uma dor física e aparente, mas também uma dor moral, íntima e que passa despercebida. Entretanto, parecemos padecer na morfina. ...
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04/10/2013 -
Florida
Ela passou por jardins, por canteiros, por parques e se vestiu de flores. De flores amarelas, verdes, vermelhas. Ela esverdejou e floriu, como florem as mulheres primaveris, de tempos em tempos, em diferentes sentimentos. De uma saia negra, um universo sem estrelas, brotou ramos e pétalas num blazer furta-cor. Ela saiu espalhando pólens, como um beija-flor que trocou bicos por lábios.
Ela passou com os olhos em botão, com asas abertas como rosa que quer voar. Ela passou falando a língua das flores, sendo entendida e sentida pelo mundo dos ramos. Ela passou, voou, mergulhou pelas ruas espalhando e se deixando, como que se entregando sem querer, em perfumes e cores. Ela passou despertando ciúmes, causando invejas, numa floração que chegou ao cume da paixão.
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Fogueira
Em plena cidade grande, o céu de nanquim é cortado por fogos. Fogos de fagulhas reluzentes. Estrelas de pólvora. Estrelas efêmeras. Estrelas fugazes. Estrelas instáveis. Estrelas de moças e de rapazes. Ora luz ora sombra. Ora tudo, ora nada. Ora enchendo os olhos de alguém ora sumindo de vista. E era assim que aquela menina olhava os céus ? como quem olha um cartão postal pela primeira vez.
Por alguns minutos, ela consegue se sentir dona daquele céu de brilhos repentinos. Brilhos que explodem de dor ou de prazer e gritam na língua dos estrondos. Por alguns minutos, ela consegue se esquecer da vida e de tudo mais que a rondava. Ela, num estágio ômega ou alfa de meditação, consegue a proeza de deixar de pensar. Só sonha. Sonha com aquelas estrelas que tão logo alcançam o céu, caem como uma chuva de luz. E ela consegue se sentir sozinha, como que no meio de um descampado, observando aquelas pétalas de fogo se formando e se desmanchado no céu. ...
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06/05/2017 -
Foguetório
Eu abro os braços para te pegar. Eu solto o grito para te procurar. Eu mergulho na sua boca sem medo de me afogar. Eu me dou e não cobro a conta dessa doação. Eu me dou para te ver feliz, de coração. Eu só busco respeito, amor e gratidão. Eu te dou meu mundo para você habitar. Eu te agarro e te mordo e te arranho. Eu te gosto de um jeito tamanho. Eu te aceito como é e não te estranho. Eu toco as cordas da sua imaginação. Eu vou longe em matéria de sedução. Eu sou o gato e também o cão. Eu te pego chão e te levo além das nuvens. Eu te apresento a um sentimento antiferrugem. Eu cochilo pelas suas penugens. Eu acordo no seu sonhadeiro. Eu cultivo o amor por inteiro. E quando você sorri incendeia o meu eu fogueteiro. ...
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20/10/2011 -
Foi Exu quem chegou
Bate, bate tambor, foi Exu quem chegou. Chegou fazendo movimento, movimentação. Chegou o mensageiro entre o Orun (espiritual) e o Aiye (terreno). Chegou falante, brincando, cheio de ginga. Chegou provocando. Chegou aquele quem primeiro recebe as oferendas, os cantos, as danças. Chegou mais uma vez confundindo com satanás. Chegou, chegou Exu, o senhor da noite. Chegou o mais humano dos orixás. Chegou aceitando toda e qualquer oferenda. Chegou aquele que tem olhos, nariz e boca feitos de búzios. Chegou metendo medo e causando arrepio. Chegou Exu ventando frio. ...
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13/10/2008 -
Foie Gras à brasileira
Senhor garçom, por gentileza, desce um foie gras. Foie Gras? Pelo nome, deve ser coisa de primeira, da grã-finagem, tipo aquele caviar cantado pelo Zeca Pagodinho. Bem, o prato é uma das iguarias mais sofisticadas da culinária francesa, com origem lá no tempo dos egípcios. Mas, depois de saber o significado e o modo de preparo, duvido que o apetite seja o mesmo. Vamos para a tradução ao pé da letra: foie gras significa fígado gordo. Fígado de quem? De pato ou de ganso superalimentado.
Para realçar o sabor, é preciso realizar a gavage, ou seja, estufar o fígado do ganso dando alimentação em excesso para ele. Dessa forma, o órgão cresce chegando a uma textura mais tenra. Mas isso é bom, afinal trata-se bem do bichinho. Não se iluda com isso, senhor garçom. Ou achas bom os produtores colocarem um cano de trinta centímetros na boca do animal injetando comida sem dó nem piedade. Um pato pode dobrar de peso acumulando gordura, principalmente, no fígado. Alguns chegam a morrer de tanto comer. Depois de tudo isso, acha ético, meu senhor, servir um foie gras?...
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06/03/2011 -
Foliões deste e de outros mundos
Reza uma lenda que no carnaval os espíritos mais mundanos ganham permissão para sair do inferno. Na prática, é isso mesmo o que ocorre. Nesses dias de festa uma multidão de espíritos inferiores ganha às ruas ao lado de foliões encarnados. E não é deus ou o diabo quem concede essa alforria, mas a própria humanidade. O intercâmbio vibratório, feito a partir dos pensamentos de quem cai na folia, permite essa invasão umbralina. Graças à afinidade os espíritos das trevas se unem aos sambistas de plantão dando um tom de tragédia ao carnaval. ...
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